terça-feira, 1 de outubro de 2019

História: 30 anos do Grande Prêmio da Espanha de 1989

Menos de uma semana após toda a controvérsia ocorrida em Estoril, a F1 chegou à Andaluzia falando basicamente sobre duas: a batida entre Senna e Mansell, além da batalha pelo título de 1989. Uma reunião de emergência foi convocada pela FISA e foi decidido suspender Mansell por uma corrida. O inglês foi à Espanha para dar uma tensa entrevista coletiva, ameaçando abandonar a F1 por tudo o que ocorria. A sórdida batida entre Senna e Mansell prejudicou sobremaneira o brasileiro, que tinha poucas chances de revalidar seu título. Senna precisava vencer as três corridas restantes. Bastava uma derrota e Prost já seria campeão. Porém, de saída da McLaren, Prost ficou extremamente irritado quando soube que haveria apenas um carro reserva na McLaren e este era de Senna. 'O clima aqui é insuportável!', resmungou Prost. Todos esses acontecimentos praticamente deixou todas as novidades num segundo escalão. John Barnard foi anunciado pela Benetton a partir de 1990 e a Williams correria em Jerez com o modelo FW12C com Patrese, enquanto o novo FW13 ficaria com Boutsen.

As sessões de treinos são realizadas com clima seco, mas os pilotos foram prejudicados por fortes rajadas de vento. Terceiro colocado no Estoril, Stefan Johansson precisou fazer as malas depois da pré-qualificação, com problemas no motor Cosworth do seu Onyx. Senna consegue facilmente a 40ª pole position de sua carreira, um segundo à frente do terceiro colocado Prost. O paulista, no entanto, foi multado em US$20.000,00 por não parar na bandeira vermelha causada por Foitek durante os treinos. Berger estava particularmente animado graças ao excelente equilíbrio de sua Ferrari e ficou em segundo. Como em Portugal, Martini (quarto) surpreendia com seu Minardi graças aos pneus ultra macios fornecidos pela Pirelli. Alliot cria uma ótima sensação com o quinto tempo mais rápido, o melhor desempenho da Lola-Lamborghini. Enquanto Patrese colocava o velho FW12C em sexto, Boutsen sofria com o FW13 e era apenas 21º no grid. 

Grid:
1) Senna (McLaren) - 1:20.291
2) Berger (Ferrari) - 1:20.565
3) Prost (McLaren) - 1:21.368
4) Martini (Minardi) - 1:21.479
5) Alliot (Lola) - 1:21.708
6) Patrese (Williams) - 1:21.777
7) Piquet (Lotus) - 1:21.922
8) Brundle (Brabham) - 1:22.133
9) Alesi (Tyrrell) - 1:22.363
10) Pirro (Benetton) - 1:22.567

O dia primeiro de outubro de 1989 amanheceu com bom tempo em Jerez de la Frontera, mas nem isso animou os espanhóis acompanharem uma corrida decisiva de F1. Desde sempre a pista andaluz sempre teve poucos expectadores e trinta anos atrás não foi diferente. Prost foi o mais rápido no warm-up quando uma chuva forte surpreendeu a todos na hora do almoço, mas quando os carros foram para o grid, o sol já aparecia forte e a pista estava seca. A largada não teve um único problema e os três primeiros mantiveram suas posições, com Patrese pulando de sexto para quarto. Durante a primeira volta Satoru Nakajima rodou no final do pelotão e foi atingido por Capelli. Apesar da muita poeira que se levantou, os dois foram os únicos a abandonar.

Senna não dispara num primeiro momento da corrida, administrando o seu ritmo, mas sem dar muita chance a Berger, que o acompanhava de perto. Prost vinha isolado em terceiro, apenas observando o que seu rival iria fazer naquelas primeiras voltas. A corrida se mostrava morna e o único momento de maior emoção foi quando Alesi atacou Brundle pela oitava posição. Senna aumenta o seu ritmo, mas Berger acompanha o brasileiro, mas logo Prost fica para trás, ficando 6s atrás de Berger. Quando a hora das paradas se aproximou, Senna aumentou ainda mais seu ritmo e finalmente abriu de Berger. Após as paradas, Senna tinha 2.5s de vantagem para Berger, mas Prost estava definitivamente fora de qualquer briga 13s atrás. Alesi fazia uma ótima corrida, após garantir o campeonato da F3000, e já era quarto após a parada de Patrese. Na entrada dos boxes, a dupla da Arrows batem entre si e ambos foram aos boxes, perdendo muito tempo para consertos. Quando Alesi vai trocar seus pneus, a Tyrrell leva 17s para efetuar a troca e o francês cai para sexto, enquanto Emanuelle Pirro, em sua melhor corrida na F1 até então, assumia o quarto lugar. Tentando despachar Berger de vez, Senna marca a volta mais rápida da corrida, mas dá de cara com o retardatário Alliot, que o bloqueia algumas curvas, deixando o brasileiro indignado dentro do cockpit. 

Uma pequena fumaça azul saía da traseira da Ferrari de Berger, mas o ritmo do austríaco ainda era bom. Senna passou a ter problemas de freios e Prost de câmbio. Eram tempos em que os carros de F1 quebravam... Na volta 60 Pirro termina sua bela corrida por causa de um problema pouco usual. O cockpit da Benetton tinha sido projetado para Johnny Herbert, que é bem mais baixo do que Pirro. Mal alocado dentro do carro, Pirro começa a sentir fortes câimbras e acaba fazendo o italiano errar a freada da penúltima curva, acabando por rodar. Numa corrida totalmente sem graça, Senna consegue sua vigésima vitória na F1 na frente de Berger e Prost. Ao chegar nos pits, a Ferrari percebe que todo o óleo do motor de Berger tinha vazado e uma quebra era iminente. Alesi consegue um excelente quarto lugar, alguns décimos à frente de Patrese, que fez uma segunda parada, mas não teve tempo para ultrapassar Alesi nas voltas finais, enquanto Alliot conseguia o primeiro ponto da Lola-Lamborghini. Foi uma corrida chata, mas Senna ainda tentava salvar suas últimas esperanças de título em 1989.

Chegada:
1) Senna
2) Berger
3) Prost
4) Alesi
5) Patrese
6) Alliot

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