segunda-feira, 18 de junho de 2007

História: 40 anos da única vitória da Eagle








Depois da vitória esmagadora na estréia do motor Ford-Cosworth, a Lotus era a favorita para vencer o Grande Prêmio da Bélgica, quarta etapa do campeonato de 1967. Porém, como todo projeto novo, o Lotus 49 ainda não confiável o bastante e quem liderava o campeonato era Denny Hulme com o seu acertado Brabham-Repco. Mesmo não gostando do circuito de Spa, Clark já havia vencido quatro vezes consecutivas no perigoso autódromo e não foi surpresa que o escocês ficasse com mais uma pole na sua carreira, fazendo uma incrível média de 244 km/h, 3s à frente de Dan Gurney. Assim como Jack Brabham, Gurney fazia o dublê de piloto e chefe de equipe. O americano tinha acabado de vencer as 24 Horas de Le Mans com o mítico Ford GT40 e ainda teve tempo de revisar seu Eagle-Weslake para a prova belga. O carro era muito bom, mas Gurney ficava na mão constantemente pela falta de confiabilidade do carro. Sem companheiro de equipe desde que Richie Ginther abandonou o time após não ter se classificado para o Grande Prêmio de Mônaco, Gurney inscreveu o lendário A.J. Foyt para a corrida em Spa, mas o americano acabou não largando, pois teve que ir correr nos Estados Unidos. Completando a primeira fila vinha a segunda Lotus de Graham Hill. Jackie Stewart estava de volta ao circuito que quase o matou no ano anterior e mesmo fazendo severas críticas ao autódromo de Spa, ficou em sexto no grid em seu BRM. Outro piloto que estava motivado para esse Grande Prêmio por causa de um bom resultado nas 24 Horas de Le Mans era Mike Parkes, que juntamente com Ludovico Scarfiotti, foi segundo na corrida de longa duração. O então líder do campeonato Denny Hulme estava tendo problemas com o equílibrio do seu carro e teve que se contentar com décima quarta posição.

Grid:
1) Clark(Lotus) - 3:28.1
2) Gurney(Eagle) - 3:31.2
3) Hill(Lotus) - 3:32.9
4) Rindt(Cooper) - 3:34.3
5) Amon(Ferrari) - 3:34.3
6) Stewart(BRM) - 3:34.8
7) Brabham(Brabham) - 3:35.0
8) Parkes(Ferrari) - 3:36.6
9) Scarfiotti(Ferrari) - 3:37.7
10) Surtees(Honda) - 3:38.4

Clark fez uma excelente largada e assumiu a liderança na Eau Rouge, mas a Lotus dava sinais que a corrida seria bem problemática. Graham Hill teve problemas de embreagem e ficou parado no grid. Após dois minutos consertando o carro nos boxes, Hill voltou à pista, mas sua embreagem quebrou de vez apenas na terceira volta. Gurney errouna hora de largar e acabou perdendo o segundo lugar para Rindt, com Stewart e Mike Parkes na cola do americano na briga pela terceira posição. Porém, no final da primeira volta Parkes escorregou no óleo da BRM de Stewart na perigosa curva Blanchimont a mais de 240 km/h. A Ferrari capotou e Parkes foi levado para o hospital com um traumatismo craniano e suas pernas terrivelmente quebradas. Parkes sobreviveu, mas sua carreira como piloto terminou nesse dia, mas o inglês continuou por vários anos na Ferrari como engenheiro e piloto de testes.

Enquanto Clark liderava, o segundo colocado Rindt perdia rendimento e era ultrapassado por Stewart, Gurney e Chris Amon da Ferrari. Os três encostaram em Clark e começaram a brigar pela liderança, porém Amon perdeu rendimento e a briga pela vitória ficou entre Clark, Stewart e Gurney. Por coinscidência, Gurney e Clark pararam nos boxes ao mesmo tempo, na volta 12. Clark sentiu um problema no seu motor Ford e teve que trocar as velas, retornando à pista em sétimo, enquanto Gurney falou ao seu mecânico que a pressão de combustível do seu motor estava muito baixa. Como não havia muito o que fazer, o mecânico mandou Gurney de volta à pista e a parada do americano acabou sendo tão rápida que ele voltou ainda em segundo, mas 15s atrás do novo líder Stewart. Não deixava de ser impressionante ver Stewart liderando na mesma pista que quase o matou um ano antes.

Mesmo com o problema em seu motor, Gurney partiu para cima de Stewart e rapidamente se aproxiamava do escocês. Jackie estava tendo um problema de câmbio quando o seletor de marchas afrouxou e assim Stewart começou a dirigir com apenas uma mão no volante, enquanto a outra tinha que segurar alavanca de câmbio. Sem muito o que fazer, Stewart deixou Gurney o ultrapassar na volta 21, mas ele não desistiu da corrida e se manteve à frente do terceiro colocado Chris Amon.

Dan Gurney conseguiu sua quarta e última vitória na F1 com mais de um minuto de vantagem em cima de Stewart. Foi a primeira vitória de um piloto americano em um carro americano na Europa desde 1921 e a única na história dos Grandes Prêmios modernos. Esta seria a única vitória da Eagle em sua curta história na F1. Dan Gurney ficaria somente mais um ano com sua equipe na F1 até se mudar definitivamente para os Estados Unidos em 1969, onde se tornaria um dos maiores construtores de chassis da Fórmula Indy.

Chegada
1) Gurney
2) Stewart
3) Amon
4) Rindt
5) Spence
6) Clark

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