terça-feira, 20 de julho de 2010

Enquanto isso no domingo...


Nos anos 80, Rick Mears era conhecido como o 'Rei dos Ovais' pela sua forma dominante nos circuitos com quatro curvas à esquerda, mas o americano sentia algumas dificuldades quando tinha que virar à direita, freiar e trocar rapidamente as marchas. Mesmo com algumas vitórias em mistos, Mears sempre ficou caracterizado por seu desempenho lendário em ovais e nem tanto em 'road courses', como dizem os americanos.

Quase 30 anos depois, ocorre algo parecido na Indy. Só que ao contrário. Will Power tem um desempenho arrasador em circuitos mistos e de rua, em particular, mas nem tanto em circuitos ovais. Isso seria praticamente a morte para o australiano há seis anos atrás, mas desde que a IRL começou a migrar para os mistos, pouco a pouco os tradicionais circuitos ovais vão sendo minoria no calendário e os pilotos de escola européia, como é o caso de Power, vem se sobressaindo. Em Toronto, outra pista de rua tradicional dos bons tempos da Indy, Will Power venceu novamente usando a inteligência com sua principal aliada para vencer uma corrida animada e cheia de incidentes.

O cumprido Justin Wilson largou na pole, mas sempre tinha um carro de equipe grande, leia-se Penske e Ganassi, no seu cangote. Primeiro foi Helio Castroneves, mas o paulista se envolveu num acidente tosco com Vitor Meira e por pouco não saiu voando. É por essas e outras que Castroneves nunca ganhou um campeonato... Depois foi a vez de Franchitti, sempre muito rápido no seu Ganassi, mas uma bandeira amarela fez Power assumir a ponta pela primeira vez. Wilson havia recuperado a ponta após ter antecipado sua parada e ultrapassado Franchitti, mas Power, que havia parada na mesma volta do inglês, estava colado. Numa relargada, Power arriscou tudo na apertada primeira curva e despachou Justin Wilson, que ainda rodou nas voltas finais. Mesmo pressionado por Franchitti, o piloto da Penske não perdeu o foco e venceu pela quarta vez na temporada. Todas em circuitos mistos.

Will Power se consolida cada vez mais na liderança do campeonato e como haverá mais algumas provas em circuitos mistos, a esperança do australiano é escapar nesse tipo de pista, porém, as últimas duas provas são em ovais, podendo estragar a festa do piloto da Penske. Franchitti venceu o último campeonato numa arrancada final nos ovais...

No outro lado do Atlântico, Cacá Bueno tentava a sorte no WTCC e mesmo com resultados ruins na pista de Brands Hatch, o paulista quer uma vaga no Mundial de Turismo no ano que vem. Não é segredo que a Stock se apega muito ao apoio da Globo e se o filho de Galvão Bueno sair mesmo da categoria em 2011, talvez a Vênus Prateada diminuia ainda mais seu envolvimento com a Stock, cada dia menos parecida com uma competição esportiva. Porém, o que gostaria de comentar foi a transmissão da SporTV. Primeiramente, o canal de esportes da Globo NUNCA passa uma corrida do WTCC ao vivo, apenas na etapa de Coritiba e o VT das demais provas. É só Cacá estrear na categoria e lá foi a Globo (SporTV) transmitir a prova. E todas as atenções focadas em Cacá, perdendo posições até ter o seu Chevrolet Cruze pegar fogo e nem participar da segunda bateria. Até aí tudo bem, o problema que a categoria tem outro representante brasileiro, Augusto Farfus, que sempre andou no primeiro pelotão. O coitado parecia argentino para a transmissão da SporTV...

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