domingo, 4 de julho de 2010

Imbatível!


Somente um milagre de proporções bíblicas para tirar o título de Jorge Lorenzo e da Yamaha em 2010 na MotoGP. Correndo em casa e na frente de todos os seus torcedores, Lorenzo venceu mais uma e sem a presença de Valentino Rossi além de contar com a sorte, o espanhol dificilmente perde o título deste ano, caminhando para um triunfo até mesmo com larga vantagem sobre os demais. Quem sorri é a Yamaha, que tem um piloto do futuro nas suas mãos, mesmo que o preço disso seja a saída de Valentino Rossi da equipe, algo dado como certo na Europa, com o italiano indo para a Ducati no lugar de Stoner, que iria dividir a equipe oficial da Honda com Pedrosa.

A corrida em Barcelona foi o extremo oposto da histórica corrida do ano passado. Já se sabia que algo muito extraordinário tiraria a vitória de Lorenzo em casa, ainda mais largando na pole. E com a sorte ao seu lado... Como de costume, Daniel Pedrosa largou extremamente bem e saiu de 4º para 1º ainda antes da primeira curva, mas Lorenzo nem teve o trabalho de ultrapassar o compatriota e desafeto quando o espanhol da Honda passou reto na primeira curva e caiu para as últimas posições. Com a liderança nas mãos, Lorenzo foi surpreendido com a pressão imposta por Andrea Doviziozo, com o italiano chegando a liderar por duas voltas. Numa bobeada, Dovi acabou perdendo a ponta para Lorenzo, mas mantinha um ótimo ritmo e perseguia o espanhol de perto, enquanto Casey Stoner, que vinha observando de perto a briga, errou na primeira curva, passou reto e a partir daí passou a brigar com Pedrosa pelo terceiro lugar, já que o espanhol perdeu o fôlego após uma boa recuperação. Porém, a briga pelo 3º logo viraria pelo 2º lugar, quando Doviziozo caiu sozinho na curva 10. Pressionando ao ver o seu emprego ir embora, o italiano sucumbiu a pressão e entregou a fácil vitória de mão beijada para Lorenzo, que após a saída de Doviziozo apenas administrou até receber a bandeirada.

Foi a terceira vitória seguida de Lorenzo e pela fase atual, será difícil alguém lhe tirar da ponta. O espanhol praticamente não tem adversários, já que Pedrosa sofre de sua conhecida baixa estima e Stoner está mais preocupado com sua saída da Ducati e a equipe italiana não parece muito preocupada em melhorar sua moto e entregar o desenvolvimento feito ao longo do ano a Stoner, para que o australiano a leve para uma rival, no caso, a Honda. Quando Rossi voltar, e parece que será em breve, provavelmente o italiano demorará um pouco para pegar o ritmo de antes e poderá entrar na mesma situação de Stoner, com a Yamaha pouca interessada em mostrar todo o seu desenvolvimento ao italiano, que provavelmente irá para a Ducati. Seria a terceira montadora de Rossi e para quem não lembra, Rossi pegou a Yamaha na fossa e a transformou no que ela é hoje. Juntando com o vermelho-Itália, a Ducati concretizaria o sonho de muita gente vendo Valentino triunfar com uma moto italiana. Mas isso, se acontecer, só será em 2011.

Na Moto2, Yuki Takahashi venceu pela primeira vez numa prova confusa e acidentada. Um grid de 40 motos sempre fará da primeira curva de qualquer corrida um Deus nos acuda e demorou para acontecer um grande acidente. E ele veio finalmente em Barcelona, quando oito motos caíram e outras perderam tempo. Isso causou uma bandeira amarela na primeira curva e isso decidiu a prova. O pole Andrea Iannone largou e mal, mas se recuperava rapidamente. Empolgado, o italiano desrespeitou a bandeira amarela e efetuou uma ultrapassagem proibida. A direção de prova indicou para que Iannone cedesse a primeira posição para o segundo colocado, que já era Takahashi, mas o italiano ignorou a confusa placa da direção de prova, enquanto sua equipe ficava desesperada em pedir a Iannone sair da posição. Resultado: o que seria a perca de uma posição se transformou em várias, quando o italiano teve que cumprir um drive-through. Isso deu a corrida de presente a Takahashi, que venceu, mas um espetacular acidente com o novato Carmelo Morales marcou o fim da prova. Ele está consciente, mas o acidente foi amendontrador. Nas 125cc, Marc Márquez se inspira em Lorenzo e caminha a passos largos rumo ao título, com a quarta, tranquila, vitória seguida e assumindo a liderança do campeonato. Num certame dominado pelos espanhóis, Pol Espargaró e Nicolas Terol são seus maiores adversários.

Após uma maratona de três corridas em três finais de semana, obscurecidos pela Copa do Mundo, o Mundial de Motovelocidade dá uma parada, mas em duas de suas três categorias já tem dois favoritos destacados. Jorge Lorenzo e Marc Márques estão numa fase incrível e o título para os dois jovens espanhóis é apenas questão de tempo.

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