A lembrança do início da temporada 2004 me veio a mente quando vi a diferença que Vettel enfiou em todo mundo nessa madrugada. Claro que Vettel não é (ainda) Michael Schumacher, mas o alemão da Ferrari colocou todo mundo no saco com extrema facilidade sete anos atrás e conquistou o hepta com uma facilidade poucas vezes vista. Já em Melbourne, que também abria aquela temporada, ficava claro que Schumacher seria o campeão, mas se não dá para afirmar isso com Vettel, é consenso em afirmar que o alemão da Red Bull é o grande favorito para este ano.
Após vários testes na Espanha e os treinos livres na Austrália, é possível enxergar várias vertentes para esse início de campeonato. A Red Bull realmente tem o melhor carro da categoria e Webber sentiu o baque pela derrota no ano passado para Vettel, que correu relaxado e dava até a impressão que ainda tinha reservas para algo mais, se fosse possível. Mas não foi preciso. O alemão dominou toda a Classificação e no Q3, onde importa, enfiou goela abaixo dos rivais sete décimos de segundo, mostrando que o título lhe fez muito bem. Contudo, ao contrário das previsões, a Red Bull não está tão superior assim e não foi a McLaren a maior rival dos rubrotaurinos. A Ferrari foi a grande desilusão deste sábado e sequer ameaçou ficar com a primeira fila, enquanto Hamilton arrancou Webber da primeira fila, para vibração da equipe McLaren. O inglês havia feito mais que o previsto e o meio segundo imposto sobre Button é a prova disso, pois o campeão de 2009 sempre andou próximo, e até mesmo na frente, de Hamilton.
Se alguém tirou onda com a rodada de Karun Chandhok ontem quando o indiano rodou em uma volta de instalação, é bom fazer o mesmo com Felipe Massa. O brasileiro teve um desempenho terrível em Melbourne, local onde nunca se deu bem, mas não explica ter quase ficado de fora do Q2 e ter levado entre 0.5s e 1s de Alonso. Para quem tinha a história dos pneus ano passado, agora quero saber a desculpa de agora. Massa começou o ano pessimamente, mas se serve de consolo, nem Alonso foi capaz de levar a Ferrari a um bom lugar, tendo que se conformar com a 5º colocação. Rubens Barrichello também rodou bizonhamente e largará em 17º, enquanto Maldonado pouco pôde fazer numa pista desconhecida. Quem também passou vergonha foi Heidfeld. O alemão foi trazido para substituir Kubica, pois a Renault não confiava em Petrov, mas o russo andou muito bem, enquanto Heidfeld, com onze anos de F1 nas costas, não passou para o Q2 de forma ridícula.
Schumacher até que começou os treinos bem, mas ficou de fora no Q2 em um pequeno erro em sua volta final, no entanto, a diferença para Rosberg, que ano passado era enorme, ficou bem pequena este ano, com a diferença de que o jovem alemão passou para o Q3. Outros participantes do Q3 foram Kamui Kobayashi e Sebastien Buemi, confirmando a boa forma de Sauber e Toro Rosso, respectivamente. A Force India só se destacou pela espetacular rodada de Adrian Sutil que vinha numa volta que podia lhe colocar no Q3, mas o time hindu se mostrou a mais fraca das equipes médias. Já as pequenas parece não terem evoluído como se pensava, nem mesma a Lotus, 2s atrás do carro mais lento de uma equipe dita consolidada. No entanto, a triste exibição da Hispania mostra o quanto essa equipe teria de ser expulsa da F1. Os carro são rudimentares e até a ruindade de Karthikeyan e Liuzzi não pode ser usada como desculpa para tamanho vexame visto hoje.
Como falei no início, dizer que Vettel é o favorito amanhã é chover no molhado, mas o alemão tem totais chances de vencer na Austrália, mas a primeira corrida das novas regras pode trazer surpresas e essa é a esperança dos demais pilotos que ainda aspiram derrotar Sebastian Vettel.
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