quinta-feira, 17 de março de 2011

Todos contra a Honda


Ao contrário do que normalmente ocorre, o Mundial de Motovelocidade começará antes da F1, neste final de semana. Se no Bahrein a coisa anda feia e dificilmente haverá corrida no pequeno emirado em 2011, no Catar as coisas estão mais calmas e receberá com tranquilidade as motos mais rápidas do mundo.

Paralelamente aos testes de pré-temporada da F1, a MotoGP foi muito mais inteligente e utilizou as tórridas pistas de Sepang e Catar para realizar seus testes coletivos, no lugar das frias pistas espanholas utilizadas pelas equipes de F1. Claro que é muito melhor treinar em condições próximas ao que serão encontradas pelas equipes durante a temporada e isso só será encontrada em pistas quentes. E no momento, só no oriente se encontrará esse privilégio.

No oriente, a Honda mostrou que a sua aquisição para 2011 pode fazer a grande diferença para este ano. Casey Stoner conseguia extrair velocidade na indócil Ducati e foi o único, até agora, a conseguir domar a moto italiana. Com a mais maleável Honda, o australiano vem dando um show e corre para confirmar o favoritismo atribuído por todos a ele. Ao contrário das rivais, a Honda não teve nenhuma perda para este ano e permanece com Daniel Pedrosa e Andrea Doviziozo, que se mostraram, pelo menos nos testes, no mesmo nível do que Stoner. O espanhol é muito talentoso, mas ainda não conseguiu devolver tudo o que se esperava dele, particularmente da Honda, que contratou Stoner justamente por ter desacreditado em Pedrosa em lhe devolver o título que não é seu desde 2006. Doviziozo fez de tudo para permanecer na Honda e conseguiu com uma temporada forte em 2010, mas ainda falta ao italiano, de forma clara nesta mesma temporada, estofo de campeão.

Enquanto a Honda evoluiu e não perdeu ninguém, as suas rivais sofreram com as mudanças para este ano. Vindo de três títulos consecutivos, a Yamaha está sofrendo com a saída de Valentino Rossi para acertar a moto e mesmo com talento do atual campeão Jorge Lorenzo e do promissor Ben Spies, está claro que falta a Yamaha a finesse do multi-campeão. O que vale como consolo, é que Lorenzo é um dos pilotos mais aguerridos do magro grid da MotoGP e pode tirar a diferença no braço. Ironicamente, a chegada de Rossi a Ducati não foi o suficiente para elevar a moto italiana a ser uma máquina mais maleável e acertada. Os problemas físicos de Rossi parece afetá-lo mais e mais e seu desempenho abaixo da média nos testes podem mostrar a decadência da lenda viva italiana. Isso pode ser o mote para Nicky Hayden, um piloto muito agressivo e subestimado, se impor dentro da Ducati.

A Honda dominou todos os testes, até mesmo com o cabeludo Marco Simoncelli numa Honda satélite, e é a favorita até agora, com a Yamaha mais fraca e a Ducati (leia-se Rossi) ainda em dificuldades. Mas como ocorre na F1, nunca se sabe o que esperar de uma pré-temporada.

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