Quando Michael Schumacher saiu da Benetton como bicampeão mundial e aceitou o desafio de tirar a Ferrari do limbo, o alemão fez um trabalho extraordinário já em sua temporada de estreia, mas enfrentou vários problemas, incluindo uma espetacular quebra de motor durante a volta de apresentação do Grande Prêmio da França de 1996, quando largava numa rara pole. Melhor piloto da época, Schumacher nunca reclamou publicamente da Ferrari, mesmo sabendo que estava perdendo um tempo precioso em sua carreira, mas esse mesmo tempo seria generoso com o trabalho feito com Schumacher. Fernando Alonso foi para a Ferrari com esse pensamento de imitar Schumacher, com a vantagem de não ter nenhum jejum de títulos a pressiona-lo. O espanhol fracassou, mesmo conquistando três vice-campeonatos. Alonso se mudou para a McLaren imaginando que a parceria com a Honda lhe proporcionaria momentos como o de Schumacher há quase vinte anos atrás e que falhou com a própria Ferrari. Contudo, o complexo motor atual da F1 faz com que a Honda sofra muito mais do que o esperado e a McLaren está comendo o pão que o diabo amassou, juntamente com seus pilotos. Alonso sempre foi chegado à um piti e suas reclamações via rádio com sua equipe já estão se tornando folclóricas. No Canadá, Alonso foi ameno, pedindo para se divertir. No Japão, Fernando pegou pesado, dizendo que o motor Honda era de GP2, sendo que a cúpula da Honda estava nos boxes da McLaren e devem ter ouvido isso. Nesse final de semana em Sochi, Alonso usou de sarcasmo quando seu engenheiro disse que estava lutando com Felipe Massa por uma posição. 'Adoro seu senso de humor', ironizou Alonso. Isso pode parecer engraçado para quem está de fora, mas dentro da equipe e para a parceira Honda isso cai como uma bomba no ânimo de todos para tirar a McLaren-Honda do poço sem fundo onde se encontra. Para completar, o espanhol passou o final de semana inteiro andando bem atrás de Button e ainda foi punido ao final da prova, perdendo o ponto que conquistou após tanto sacrifício e os vários abandonos na sua frente. Se alguém tiver a curiosidade, juntando todas as punições recebidas por Alonso em 2015, a maioria por culpa da McLaren, o espanhol deve ser o recordista nesse quesito numa só temporada. Porém, o que chama a atenção é a falta de liderança de Fernando Alonso. A história mostra que um piloto não pode ser excelente apenas dentro da pista. Fora da pista também se conta muito e exemplos não faltam. Na atualidade, a chegada de Lewis Hamilton na Mercedes colocou a equipe em outro patamar e Sebastian Vettel já traz mudanças perceptíveis na Ferrari. Excepcional piloto dentro da pista, Fernando Alonso talvez não seja o mais completo pelo o que faz fora das pistas, mostrando uma total falta de liderança, que seja capaz de transformar uma equipe em campeã.
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