domingo, 25 de outubro de 2015

É tri!

Na melhor corrida do campeonato, Lewis Hamilton garantiu a sua 43º vitória na F1 e com os resultados combinados de hoje, o inglês da Mercedes se igualou ao seu ídolo Ayrton Senna e agora entrou no seleto rol dos tricampeões mundiais de F1. Porém, Hamilton teve bastante trabalho na espetacular corrida de Austin. O furacão Patrícia transformou o final de semana do Grande Prêmio dos Estados Unidos num verdadeiro caos, com treinos cancelados e a classificação, ou parte dela, só ocorrendo no domingo. A espera dos torcedores foi recompensada com uma das melhores corridas dos últimos tempos e, sem sombra de dúvida, a melhor da nova e criticada geração de motores V6 turbo. Hamilton não era o piloto mais rápido da pista, mas o inglês foi ajudado pelo erro de Nico Rosberg no fim da corrida, mostrando a diferença entre um piloto rápido e um piloto histórico.

Com tão pouco tempo de treino e uma situação de pista que os pilotos não haviam encontrado ainda nesse final de semana (pista seca), a corrida em Austin acabou sendo espetacular devido justamente as muitas variáveis encontradas pelos pilotos da primeira à última volta. Mais uma vez Hamilton largou melhor do que Rosberg e num lance polêmico entre os dois companheiros de equipe, o inglês se impôs na curva e ainda pôs Nico fora da pista, fazendo o alemão cair para quinto, atrás dos dois carros da Red Bull e de Sergio Pérez. Com os pilotos utilizando os pneus intermediários pela primeira vez, após os pilotos terem dado as poucas voltas até agora com pneus de chuva forte, as coisas se embaralharam e se era esperado uma fácil recuperação de Rosberg, Kvyat e Ricciardo mostraram o contrário. Foi uma briga titânica e espetacular entre os dois carros da Mercedes e os dois carros da Red Bull, com Ricciardo escalando o pelotão até a primeira posição. E com boa vantagem sobre Hamilton e os demais. Parecia que uma zebra do tamanho do Texas estava prestes a acontecer, mas bastou a pista secar definitivamente para a carruagem da Red Bull se transformar em abóbora e os dois pilotos da Mercedes dominarem. Rosberg vinha na frente, seguido de perto por Hamilton. A pista ainda tinham muitos pontos úmidos, fazendo com erros acontecessem aos borbotões, fazendo com que o safety-car, o literal e o virtual, aparecesse quatro vezes durante a corrida. Nico Rosberg, o pilotos mais rápido da pista, fez sua segunda e última parada nas voltas finais e voava ao ultrapassar Max Verstappen e Sebastian Vettel, outros protagonistas da corrida. Hamilton parecia tentar não parar mais, mas o acidente de Kvyat trouxe o inglês para os pits pela segunda vez e a corrida estava nas mãos de Rosberg, o que adiaria o tricampeonato de Vettel. Porém, relargada dada e os dois pilotos da Mercedes equilibrados, eis que Nico Rosberg erra e entrega a liderança no colo de Hamilton faltando poucas voltas. Era o que Lewis necessitava. Apesar das tentativas de Nico, Hamilton apenas administrou a prova até o fim e recebeu a bandeirada como o novo tricampeão mundial, levando-o às lágrimas. Foi o fruto de um integração impressionante entre Lewis Hamilton e o carro da Mercedes de 2015, que fez o inglês suplantar por completo Nico Rosberg e com a vantagem da Mercedes para os demais, dominar o campeonato como somente Schumacher e mais recentemente Vettel fizeram. Foi um fecho de ouro para o inglês: conquistar o campeonato com uma vitória na melhor corrida de 2015 até agora. Para Nico Rosberg, a sua cara na ante-sala do pódio dizia tudo. O alemão, que poderia ser uma espécie de 'Prost' acabará sendo mesmo um 'Berger' para Hamilton.

Vettel esteve perto de fazer uma corrida antológica e adiar o tricampeonato de Hamilton em uma semana. Largando em 14º graças as punições sofridas pela Ferrari por causa da troca de motor, Vettel se livrou da confusão da primeira curva causada por Felipe Massa e logo se estabeleceu na sexta posição, atrás de Pérez e sofrendo ataques do atrevido Max Verstappen, muito bem na corrida, não importando a condição de pista. Quando a pista secou, Vettel logo se tornou um dos mais rápidos e chegou a tentar dar o pulo do gato quando colocou os pneus médios no meio da prova, dando a pinta que tentaria não parar mais, contudo, o último safety-car fez com que o alemão mudasse de ideia e nas últimas voltas, encostou bastante em Rosberg. Se ultrapassasse o triste compatriota, Sebastian tiraria o doce da boca de Hamilton. Pensou-se até que Rosberg, brabo com Hamilton por outra espremida na primeira curva, poderia entregar a posição para Vettel para provocar o companheiro de equipe, mas Rosberg completou a dobradinha da Mercedes. Seb ganhou onze posições durante a corrida e se manteve na vice liderança do Mundial, ainda à frente de Nico Rosberg, mostrando a qualidade da temporada de Vettel. Bem ao contrário de Raikkonen, que muito reclamou no rádio e ainda bateu quando colocou os pneus slicks, abandonando logo depois após outra corrida tosca do finlandês da Ferrari. Max Verstappen vem calando a boca dos críticos de sua idade e mesmo Sergio Maurício teimar que o holandês tem 17, quando na verdade Max já completou 18 anos, Verstappen vem fazendo uma temporada estupenda e em Austin, mais uma pista que não conhecia, o holandês andou a corrida inteira na zona de pontos, atacou quando podia, inclusive pilotos como Vettel, e usou a cabeça quando não tinha carro para enfrentar Mercedes ou Ferrari. O quarto lugar de Max Verstappen prova que o holandês poderá uma estrela no futuro na F1, enquanto que Carlos Sainz fazia uma corrida espetacular e estava na zona de pontos após largar em último, mas o espanhol acabou se envolvendo num toque com Daniel Ricciardo e foi punido por excesso de velocidade nos pits. Sainz pontuou, mas acabou bem eclipsado pelo companheiro de equipe.

A Red Bull teve um início de corrida mágico, com Daniel Ricciardo e Daniil Kvyat correndo de igual para igual com a Mercedes com piso úmido, inclusive com o australiano chegando abrir 8s sobre Nico Rosberg, mas quando a pista secou, a deficiência do motor Renault ficou clara e os dois carros caíram pelotão abaixo, com Kvyat provocando o último safety-car da tarde ao bater sozinho e Ricciardo se envolvendo em toques com Hulkenberg e Sainz, fazendo o australiano conseguir a décima posição nas voltas finais, marcando só um pontinho. Faltando apenas uma semana para a sua corrida caseira, Sergio Pérez andou forte como podia e o mexicano conseguiu outros preciosos pontos com a quinta posição, enquanto Hulkenberg, que andou sempre próximo de Pérez, se envolveu num toque com Ricciardo que tirou o alemão da corrida. Jenson Button fez uma ótima corrida numa tipo de prova que o inglês adora, com a pista em constante mutação. Button deixou Alonso para trás mesmo com um motor de uma geração anterior e garantiu uma ótima sexta posição, lembrando as enormes retas em Austin e o déficit de potência do motor Honda. Alonso estava até próximo de Button, mas o espanhol acabou tendo problemas com o seu novo motor Honda e perdeu a décima posição no finalzinho da prova. Maldonado marcou pontos numa corrida onde apenas tentou sobreviver com seu Lotus sem desenvolvimento, enquanto Grosjean, envolvido no melê provocado por Massa na primeira curva, foi um dos primeiros abandonos. Por sinal, a Williams teve um final de semana esquecível, com seus dois pilotos tendo problemas mecânicos ainda no começo da prova, mas os carros brancos não andaram bem em nenhum momento. Numa corrida de sobrevivência, Nasr conseguiu marcar pontos com o nono lugar mesmo tendo parado cinco vezes, ter batido em seu companheiro de equipe Ericsson, que abandonaria mais tarde por problemas mecânicos, e a Sauber nunca ter conseguido acertar seus carros. Ponto positivo para Nasr. E também para Alexander Rossi, que correndo em casa, por pouco não repetiu a façanha de Bianchi e pontuou com o carro da Manor. O americano chegou em 12º e na mesma volta dos líderes.

Foi uma corrida agitada, cheia de oportunidades e ultrapassagens, mas o resultado foi o mesmo de sempre, com a Mercedes conseguindo outra dobradinha, com Hamilton na frente de Rosberg. Esse tricampeonato vai coroando uma carreira que começou arrebatadora, sofreu com os problemas de cabeça de Hamilton, mas o amadurecimento do inglês fez com que Lewis dominasse um piloto forte mentalmente, mesmo que não tão forte quanto ele tecnicamente e em talento. Lewis Hamilton hoje é um piloto completo e merece estar no rol dos tricampeões do mundo. 

2 comentários:

  1. não é dos meus favoritos, mas foi bonito ver a alegria do cara.

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  2. não é dos meus favoritos, mas foi bonito ver a alegria do cara.

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