Quando saiu da McLaren pelas portas dos fundos no final de 2013, a promissora carreira de Sérgio Pérez estava à perigo. Sustentado por pomposos patrocinadores do seu país, Pérez conseguiu refúgio na Force India, mas o mexicano tinha a fama de ser muito difícil de lhe dar e falho tecnicamente. Para completar, Pérez teria ao seu lado um piloto que muitos apostam que falta apenas um lugar numa equipe grande para que se torne campeão: Nico Hulkenberg. O primeiro ano na Force India foi de altos e baixos para Pérez, como um pódio logo na terceira corrida em 2014 e várias provas sem pontuar. Em 2015, Hulkenberg aceitou um convite da Porsche e o alemão conseguiu uma vitória categórica nas 24 Horas de Le Mans, elevando ainda mais a cotação de Hulkenberg, enquanto Pérez apenas assistia de sua casa em Guadalajara. Porém, a Force India construiu um novo pacote para o seu carro a partir de Silverstone e Pérez voltou aos bons tempos de Sauber, quando encantou o mundo com ótimas exibições. O mexicano passou a superar Hulkenberg e a fazer provas consistentes nos pontos, chegando a ultrapassar o seu cotado companheiro de equipe no campeonato. Em Sochi, numa pista com pouco desgaste de pneus, Pérez exibiu o seu melhor, quando conseguia maximizar o desgaste de pneus nos seus bons tempos na Sauber. Pérez conseguiu largar muito bem, enquanto seu companheiro de equipe rodava na primeira curva. O mexicano viu uma chance quando fez o que seria seu único pit-stop ainda na volta 15, quando o safety-car entrou pela segunda vez na pista. Primeiro dos pilotos a terem trocado pneus na pista, bastava a Pérez levar seu Force India até o final, mas não seria algo fácil, principalmente nas voltas finais. A estratégia da Force India era boa e fez com que Vettel utilizasse os pneus novos para ultrapassar o mexicano logo, pois o alemão sabia que se ficasse preso atrás de Pérez, ele perderia a chance de uma boa posição. Porém, Sérgio Pérez continuou em sua ótima corrida e quando todos realizaram seus pit-stops, o mexicano estava em terceiro, segurando sem maiores problemas a Red Bull de Daniel Ricciardo, que estava na mesma estratégia, mas quando o australiano teve problemas e abandonou, quase que o pódio de Pérez foi para o espaço. Com carros rápidos e com pneus menos desgastados, Valtteri Bottas e Kimi Raikkonen partiram para cima do mexicano, mas Pérez resistiu bravamente até a penúltima vota, quando foi ultrapassado pelos dois em duas curvas. Parecia que o sonhado segundo pódio pela Force India iria pelos ares, quando Pérez viu de camarote os dois, teoricamente, gélidos finlandeses baterem na sua frente e entregar o merecido pódio ao mexicano, que vibrou como nunca com esse resultado. Ofuscado num primeiro momento pelo seu companheiro de equipe e vindo de um fracasso retumbante numa equipe grande, Sérgio Pérez voltou a mostrar o mesmo talento que o fez aparecer muito bem na Sauber e esse final de semana em Sochi foi o cume de uma ótima temporada do mexicano. Que em breve correrá na frente do seu público.
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