terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

R.S.17

E hoje foi a vez da Renault. A montadora francesa retornou (pela enésima vez...) à F1 no final de 2015 de forma atabalhoada e resultou num péssimo 2016, onde a equipe pouco fez com os restos da Lotus, que já não tinha mostrado muita coisa em seu último na F1 por total falta de financiamento. Mesmo tendo por trás uma montadora tradicional como a Renault, o time fracassou de forma retumbante e como o regulamento ia mudar radicalmente em 2017, a Renault preferiu focar apenas no carro desse ano.

Visualmente, o tom amarelo ganha mais tons negros, lembrando um pouco o famoso lay-out do começo dos anos 1980 da pioneira equipe Renault. A barbatana, as asas mais largas e os pneus mais rechonchudos estão lá e provavelmente todas as equipes mostrarão isso até domingo, quando se encerra esse período de apresentações. Com vários títulos na bagagem, a Renault pensa alto, porém, vindo de um ano tão ruim, essa evolução não virá logo e por isso trouxeram Nico Hulkenberg para ser a ponta de lança nesse caminho rumo aos títulos num planejamento à longo prazo. O alemão terá uma chance única na carreira. Considerado um ótimo piloto desde que estreou na F1 no começo dessa década, Nico irá completar 30 anos nessa temporada e já corria o risco de ter colado em sua testa a fama de eterna promessa. Correndo finalmente numa equipe de fábrica e com paciência para conseguir seus objetivos, Hulk poderá mostrar todo o seu talento. Se ontem falei de chances inacreditáveis que a F1 dá, hoje a história se repete com Jolyon Palmer. Campeão da GP2 em 2014, o inglês reclamou de não conseguir uma chance após o seu título, onde viu seu rival Felipe Nars estrear na F1 antes dele. Quando finalmente conseguiu estrear na F1, o filho de Jonathan Palmer mostrou-se um piloto de mediano para fraco, ainda conseguindo um ponto já no final da temporada, quando a Renault já tinha se indisposto com Kevin Magnussen e passou a focar mais no inglês. Claramente menos piloto do que o danês, Palmer só ficou na Renault porque o time não conseguiu acerto com Magnussen. Nem precisa dizer que essa é a última chance de Jolyon fazer algo que faça sua permanência na F1 algum sentido.

Com tradição e experiência, a Renault tem todas as condições de voltar ao topo do grid, mesmo que não seja em 2017. Sendo uma equipe de fábrica, a montadora francesa tem muito a investir e pode surpreender nos próximos anos, fazendo com a F1 ganhe mais 'players' na briga pelas vitórias. Com um bom piloto faminto por sucesso, a Renault pode estar trilhando um bom caminho rumo aos bons tempos novamente. 

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