Apesar de suas corridas lotéricas, onde muitas vezes o melhor binômio carro-piloto não vencem as corridas por causa de uma bandeira amarela marota, a Indy está vendo um domínio da Penske nos últimos anos, culminando com o 1-2-3 no campeonato de 2016, com o título indo para a talentoso Simon Pagenaud. Querendo evitar outro domínio da rival, a Chip Ganassi mudou-se para a Honda, e foi com essa parceria que a equipe de Chip despontou como equipe grande vinte anos atrás, mas a Ganassi também viu o fim da parceria com a Target, cujo patrocínio foi mais duradouro do que a lendária parceria McLaren/Marlboro na F1.
O título de Pagenaud, que ano passado era o piloto mais jovem da equipe, foi o início de uma pequena reformulação na equipe. Juan Pablo Montoya, que perdeu o título de 2015 de forma inacreditável, destoou em comparação aos companheiros de equipe no quesito consistência ano passado e por isso foi sacado, só correndo as 500 Milhas de Indianápolis em 2017. O quarto carro da Penske será ocupado por Josef Newgarden, que vem de duas ótimas temporadas pela mediana equipe Carpenter e agora correndo numa equipe de ponta, o americano terá uma chance de repetir o feito de Pagenaud, que andou muito bem em equipes medianas antes de conquistar o título na Penske. Isso é um recado bem dado à Helio Castroneves. Já fazendo hora extra na Penske, o piloto de Ribeirão Preto ainda se segurou na Penske e partirá para a sua 18º temporada na tradicional equipe, o que é um feito impressionante, vide a falta de títulos e sua última vitória em Indianápolis esteja perto de completar dez anos.
Se Helio não fazer uma temporada forte e com vitórias, corre o risco de ter o mesmo fim de Montoya, não esquecendo que ambos tem a mesma idade e já passaram dos 40 anos. Se na F1 a coisa anda feia para o automobilismo brasileiro, na Indy a situação não melhora muito, com ambos os representantes tupiniquins passando dos 40 anos e longe dos melhores momentos de suas carreiras. Tony Kanaan só permaneceu na Chip Ganassi por causa do seu carisma, pois dentro da pista, o baiano pouco fez ano passado.
A Penske pinta como favorita, principalmente com Simon Pagenaud e Will Power, os pilotos que disputaram o título ano passado. Ambos são experientes, muito rápidos e querendo o bisar os títulos conquistados nos últimos anos. Único piloto a interromper o domínio da Penske, Scott Dixon será o maior perigo ao domínio da Penske, que terá em Newgarden um sangue novo necessário, mas o jovem e carismático americano ainda terá que aprender muito, por que agora está numa equipe de ponta e sempre brigando pelos primeiros lugares. Para quem não lembra Pagenaud sofreu em seu primeiro ano na Penske para ser campeão na seguinte.
Uma das vantagens da Penske sobre suas rivais Ganassi e Andretti é a homogeneidade dos seus pilotos, mesmo Castroneves e Newgarden estarem, provavelmente, um pouco abaixo de Pagenaud e Newgarden. Na Ganassi, Dixon corre praticamente sozinho, com Kanaan ajudando eventualmente, enquanto os inexpressivos Charlie Kimball e Max Chilton nem isso. Na Andretti, Ryan Hunter-Reay tem pouco apoio do apagado Marco Andretti (que está na equipe por motivos óbvios). Alexander Rossi deu a sorte incrível de vencer as 500 Milhas no ano passado, mas pouco fez nas demais corridas. Verdade seja dita que Rossi pouco fez até mesmo em Indianápolis, mas ele apareceu na hora certa. Meio que por imposição da Honda, Takuma Sato foi contratado para tornar as corridas mais animadas. No bom e mau sentido.
Das equipes do bloco intermediário, destaque apenas para Graham Rahal, que em 2015 usou sua agressividade extrema para quase ser campeão com equipe do pai. A KV fechou as portas e o ótimo Sebastien Bourdais teve que se conformar com a nanica Dale Coyne, enquanto a promessa (até agora não realizada) Carlos Muñoz foi para a Foyt, numa troca por Sato.
A Indy começa sua temporada nesse final de semana em Saint Petersburg com a Penske como grande favorita, como aconteceu nos últimos anos, mas com toda as demais equipes correndo atrás de estancar esse favoritismo.
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