A Indy está longe de ter um momento como o que a França teve no começo dos anos 1980 na F1, mas seus dois representantes deram um verdadeiro show na primeira etapa da Indy em Saint Petersburg, com o experiente Sebastien Bourdais superando o atual campeão Simon Pagenaud para conseguir uma vitória heroica, onde o tetracampeão da Champ Car saiu da última posição, após um acidente na classificação, para vencer com a Dale Coyne, uma espécie de Minardi norte-americana, onde Seb conseguiu um lugar após a falência da KV.
Como não poderia deixar de ser, a corrida em Saint Pet foi decidida por um bandeira amarela marota, onde o pelotão foi sacudido e prova foi decidida ali. A primeira parte teve o domínio, surpreendente, de James Hinchcliffe. O canadense largou muito bem, tomando a segunda posição do favorito Scott Dixon e logo deixou o pole Will Power para trás. Hinch liderou a corrida com extrema facilidade, até que a segunda bandeira amarela do dia (a primeira foi ainda na volta inicial após um entrevero entre Graham Rahal e Charlie Kimball) apareceu, devido à sujeira na pista. A F1 resolveria facilmente o problema com um safety-car virtual, mas como essa tecnologia ainda não chegou na Indy, a corrida mudou radicalmente. Alguns pilotos tinham acabado de fazer suas segunda paradas nos boxes e isso favoreceu a dupla francesa Bourdais e Pagenaud. Will Power tinha sofrido uma punição por ter passado por cima de uma pistola pneumática aparecia logo atrás, segurado pelo bom novato Ed Jones. Helio Castroneves se beneficiou da bandeira amarela e subiu bastante no pelotão.
Hinchcliffe e Dixon, os dois líderes até então, perderam várias posições, ficando no meio do pelotão e tendo que ir para uma corrida de recuperação. Bourdais vinha fazendo bons tempos nos treinos, mas acabou batendo na classificação, tendo que sair da última posição. O piloto da Dale Coyne já estava ganhando várias posições, quanto foi bafejado pela sorte e estava na ponta da corrida, mas teria que suportar a pressão do atual campeão Pagenaud, que até então vinha fazendo uma corrida discreta. Os dois franceses despacharam os demais pilotos e protagonizaram uma disputa particular pela vitória, mas apesar de estar numa equipe clara e nitidamente menor, Bourdais controlou bem a vantagem que tinha para Pagenaud na segunda parte da corrida, onde não houve mais amarelas. Havia um receio de que os pilotos tivessem que fazer um splash-and-go no final, mas apenas Chilton teve esse problema. Power estava com um pódio na mão, mas abandonou no final da prova por problemas mecânicos. Sato seria o beneficiário direto, mas um problema nos pits fez o nipônico ser superado Dixon, que em excelente corrida de recuperação mostrou o porquê era o favorito à vitória e se a corrida transcorresse normalmente, provavelmente vencesse. Hunter-Reay levou um susto no warm-up, teve vários problemas no início da corrida, mas o experiente piloto da Andretti ainda salvou um quarto lugar, à frente de Sato e Castroneves, que nunca esteve no mesmo nível dos seus companheiros da Penske, o mesmo acontecendo com Kanaan em comparação à Dixon. Décimo segundo para o baiano.
A forma como Bourdais administrou a vantagem que tinha sobre Pagenaud é uma mostra do que o francês não desaprendeu os tempos em que dominou a Champ Car e foi tetracampeão. Bourdais é um piloto acostumado com vitórias, deveria estar numa equipe de ponta e com certeza teria outras chances de brigar com seu compatriota por mais vitórias em 2017.
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