Ok, não houve corrida, mas nos dois dias anteriores George Russell mostrou mais uma vez que está fazendo por onde para ser apontado como o próximo piloto da Mercedes. O inglês deu um verdadeiro show na classificação, colocando a Williams (isso nem chega a ser mais novidade...) em lugares acima do potencial do carro, sendo que desta vez Russell aproveitou o clima instável para brigar pela pole com os dois titãs da F1 em 2021, ficando na frente de Lewis Hamilton e só sendo superado por Verstappen na tentativa final do piloto da Red Bull no final do Q3. Russell não teve culpa sobre o que aconteceu no domingo, mas seu pódio na corrida fake foi uma espécie de símbolo de que George já está grande demais para o que é hoje a Williams.
terça-feira, 31 de agosto de 2021
Figurão(BEL): FIA
Não vou aqui criticar a decisão da FIA em não levar a cabo a corrida deste domingo, onde era óbvio que não havia condições devido ao clima de tempestade que fez na Bélgica. Criticar os pilotos é de uma falta de maturidade e empatia que não chega a espantar nesses tempos sombrios em que vivemos, particularmente pelos lados tupiniquins. Qualquer decisão tomada nesse domingo seria alvo de críticas, isso é certo, no entanto, a FIA cometeu dois pecados. O primeiro foi adiar o irremediável. Deixar milhares de torcedores ao léu e levando chuva para constatar o óbvio, de que não havia condições para se correr, foi um verdadeiro espanta-fã. No entanto, o pior foi forçar a barra para oficializar a corrida ao deixar os carros saírem atrás do Safety-car por duas voltas. Foi uma atitude ridícula e causou críticas ferozes em todo o globo. No momento em que a F1 recupera um pouco a sua popularidade, os erros cometidos no domingo não podem ser repetidos e que para não sejam em vão, que muito seja corrigido.
domingo, 29 de agosto de 2021
Como a viúva Porcina
Hoje houve um vencedor, houve pódio, houve pontuação (pela metade) e houve até mudanças de posição, mas a corrida simplesmente não existiu graças ao inclemente clima em Spa, que impediu qualquer volta realizada em bandeira verde. Claro que Max Verstappen não tem nada com isso e com a pole conquistada ontem e pelo simples fato de estar atrás do Mercedes de Bernd Maylander (menos mal que não era o de Hamilton...), o neerlandês conseguiu mais uma vitória em 2021 onde mal acelerou pelas únicas quatro voltas realizadas em Spa. Ainda houve a festa pelo primeiro pódio de George Russell, que conseguiu seu milagroso segundo lugar na classificação e estava na mesma posição quando a 'corrida' foi iniciada e terminada. Foi o primeiro pódio da Williams em quatro anos e pelo o que vem mostrando até o momento, deverá ser o primeiro de muitos do jovem inglês. A única mudança de posição ocorreu com a saída de pista de Sergio Pérez na volta de alinhamento, que fez o mexicano quase não largar, depois foi autorizado a sair do pit-lane, o que não fez muita diferença, pois Pérez ficou em último e de lá não saiu, perdendo mais alguns valiosos pontinhos para a Red Bull, que renovou seu contrato pensando justamente nisso.
A longa espera pela largada chateou a todos que acompanhavam a epopeia que acontecia em Spa. Pilotos dormiram, chás foram servidos e os comissários brincavam de bocha. Porém, muita gente deve estar criticando a atual a F1 a chamando de' Nutella'. Vamos aos fatos. Não foi a primeira vez que uma corrida foi suspensa devido à uma chuva forte, mesmo que isso seja raro na história da F1, a última vez tendo acontecido em 2009 na Malásia. O recente histórico de Spa também foi um fator preponderante para o que aconteceu nesse domingo, principalmente na curva Eau Rouge. Em 2019 ocorreu a morte trágica de Anthoine Hubert. Poucas semanas atrás, num dia de corrida na chuva, um forte acidente na Eau Rouge mandou dois pilotos de GT para o hospital. Na sexta, um múltiplo acidente no local envolveu seis pilotos da W Series e duas foram ao hospital. E por último, o fortíssimo acidente de Lando Norris ontem na Eau Rouge quando a chuva estava mais forte foi colocado na conta da FIA, que não teria interrompido a classificação a tempo. Todos esses incidentes, sem nunca esquecer os acontecimentos em Suzuka de 2014, fizeram com que a corrida em Spa de hoje se transformasse numa longa novela em que era nítido que dificilmente teríamos corrida. Só faltou tocar a música 'Dona', do grupo Roupa Nova e que na época embalava as cenas românticas da Viúva Porcina. As voltas atrás do SC foram feitas unicamente para que a corrida seja válida, mesmo que com metade dos pontos sendo distribuídos.
Alguém irá questionar: mas antigamente se corria em situações tão molhadas e traiçoeiras como a de hoje e mesmo assim tinha corrida! Antigamente também se corria sem cinto de segurança, com macacão que mais parecia uma roupa de festa, com abismos ao lado das pistas e pedras no asfalto. O fator segurança pode ser considerado chato ou 'Nutella', mas nunca devemos brincar com a vida dos outros, mesmo com pilotos super bem pagos e que escolheram essa vida quando crianças, sabendo de todos os riscos. Se a largada fosse dada, seria um show de Safety-Car ou ainda pior, poderíamos estar lamentando uma tragédia. A corrida não aconteceria de forma normal e ficaria bem abaixo da expectativa geral. A única crítica mais forte a ser feita foi a FIA ter postergado tanto tempo para algo óbvio. Outro fator é, com carros tão longos, os bólidos de F1 são mais susceptíveis a sofrer com aquaplanagens, fazendo de qualquer corrida na chuva algo mais perigoso do que o normal. Algo que deveria ser anotado para o novo carro de 2022.
São muitas discussões e problemas a serem sanados. Hoje não teve corrida e pelas condições impostas, além de todo o contexto, não dá para sair crucificando a F1, Spa ou os pilotos. Lógico que queríamos uma boa corrida na sempre empolgante pista de Spa, mas alguns fatores tem que ser colocados em questão e lições sejam aprendidas para evitar que 'corridas' como a de hoje não se repitam.
Festa completa
A corrida em Silverstone não foi das mais animadas na luta pela vitória, pois rapidamente Fabio Quartararo mostrou que o tornozelo dolorido pela queda na sexta não lhe pararia e o francês da Yamaha rapidamente assumiu a ponta da corrida para domina-la até a bandeirada, assegurando uma ótima posição no campeonato, já que os seus mais próximos perseguidores tiveram corridas ruins. Zarco nunca se apresentou forte o suficiente e ficou fora do top-10 o tempo inteiro. Bagnaia até largou na primeira fila, mas perdeu rendimento de forma gritante e só marcou dois pontos com um magérrimo P14. O atual campeão Mir foi outra decepção e segurou apenas em P9 no fim após também enfrentar uma queda livre durante a prova.
No entanto, a briga pelo segundo lugar foi próxima e com surpresas. O surpreendente pole Pol Espargaró segurou o quanto pode o seu ritmo, mas acabou fora do pódio, enquanto seu irmão mais velho fez o papel dele nas primeiras voltas, colocando a Aprilia nas primeiras posições, antes de cair de rendimento. No entanto Aleix não rolou pelotão abaixo e se manteve na briga pela segunda posição com Alex Rins na segunda Suzuki, acentuando a péssima corrida de Mir. Rins estava no mesmo pelotão de Mir no começo da corrida, foi crescendo na prov até chegar à segunda posição, segurando os ataques de Aleix e de Jack Miller, que salvou a honra da Ducati e chegou colado na Aprilia de Espargaró. Talvez o principal piloto da Ducati fosse Jorge Martin, mas o espanhol foi atingido por Marc Márquez na primeira volta e ambos estavam fora da corrida, acabando com as chances de dois potenciais pilotos que poderia estar no pódio. Brad Binder garantiu a sexta posição com a KTM, garantindo o feito inédito para a MotoGP de ter seis motos diferentes nas seis primeiras posições.
No fim Quartararo pareceu nem ter suado muito para vencer em Silverstone e abrir considerável vantagem para o vice-líder Joan Mir. Correndo praticamente sem companheiro de equipe com a polêmica saída de Maverick Viñales e tendo toda a atenção da Yamaha, o francês está com a faca e o queijo Camembert para se tornar o primeiro campeão francês da MotoGP.
sábado, 28 de agosto de 2021
Contrastes britânicos
Muito se fala que George Russell usufrui de um imenso lobby da sempre influente imprensa britânica em sua luta para estar na Mercedes em 2022. Mesmo com a força dos jornalistas da ilha da velocidade, que foram capazes de, com suas opiniões, manterem pilotos medianos por vários anos a fio na F1, George Russell está fazendo por onde ser tão elogiado e conseguir seu lugar na Mercedes num futuro próximo. Em condições traiçoeiras em Spa, Russell ofuscou a briga entre Verstappen e Hamilton para ser o grande nome da complicada classificação desse sábado, ao colocar sua Williams na primeira fila, superado no último momento por Max Verstappen, que apesar da naturalidade holandesa, nasceu na Bélgica e garantiu a festa da torcida.
O dia de hoje foi bem típico de Spa, com o tempo mudando de sol tímido para tempestade em questão de minutos, fazendo com que os pilotos e engenheiros quebrassem a cabeça durante quase duas horas, que foi a duração da classificação. Se no Q1 não houveram grandes surpresas, a Ferrari acabou ficando de fora do Q3 mesmo com as ótimas voltas de Leclerc quando a pista estava muito molhada. Vindo de uma renovação de contrato por mais um ano, Alonso ficou no Q2, enquanto o último vencedor Ocon foi ao Q3. A Williams e Russell já tinham mostrado suas credenciais quando foram ao Q1 com pneus intermediários, enquanto os demais iam com pneus de chuva forte. George foi ao Q3 e Latifi quase conseguiu, mas o melhor de Russell ainda estava por vir.
Em meio a indas e vindas da chuva, no começo do Q3 estava com uma precipitação muito pesada e Norris, que liderara os treinos até ali, estampou com força sua McLaren na Eau Rouge, reascendendo alguns questionamentos sobre a mítica curva, além de um momento bem legal de Vettel, que tinha acabado de pedir bandeira vermelha pelo rádio e quando soube de um acidente muito forte na Eau Rouge, praticamente encostou seu Aston Martin ao lado do carro de Norris para se certificar que estava tudo bem com Lando.
Depois de algum tempo, o resto do Q3 aconteceu com muita troca de posições, mesmo com pouco tempo. E numa surpresa inimaginável, Russell apareceu com setores roxos no final do Q3. Ao cruzar a linha de chegada, o piloto da Williams era o pole com muita margem, mas logo atrás vinham Lewis e Max. Hamilton não fez um bom segundo setor e ficou milésimos atrás de George, mas Max acabou com a brincadeira e ficou com a pole. Para curiosidade geral, Bottas tomou 2,4s de Russell com um carro imensamente melhor e como fora punido, Valtteri largará amanhã na P13. As desculpas de Wolff para não contratar Russell já estão cessando. Na entrevista pós-classificação, Russell não parecia deslumbrado com sua incrível exibição, demonstrando que o inglês pensa alto e já merece isso. Amanhã a previsão do clima é o mesmo de hoje, ou seja, podemos ter outra corrida maluca em 2021.
quarta-feira, 25 de agosto de 2021
História: 30 anos do Grande Prêmio da Bélgica de 1991
Senna costumava ser um mestre em Spa e o brasileiro comprovou sua reputação com sua 58º pole no circuito belga. Patrese conseguiu a segunda posição no sábado, mas foi desclassificado após uma inspeção técnica perceber que a Williams de Patrese não tinha a marcha ré funcionando. Este fora um erro grave da parte dos mecânicos e Frank Williams pediu desculpas ao piloto italiano, que largaria em décimo sétimo com seu tempo na sexta-feira. Prost ainda ficaria com um lugar na primeira fila, Berger era quarto após quebrar dois motores, com Mansell em terceiro reclamando bastante do seu Williams. A grande surpresa veio do estreante. Schumacher ficou com o quinto tempo mais rápido na sexta-feira, à frente de seu companheiro de equipe De Cesaris por quase um segundo. No sábado Michael se envolveu num incidente com Prost e jogou a culpa no veterano, mostrando uma grande personalidade. No sábado Schumacher ficou em sétimo, metendo sete décimos no experimentado De Cesaris. Era Michael Schumacher chegando com tudo!
Grid:
1) Senna (McLaren) - 1:47.811
2) Prost (Ferrari) - 1:48.821
3) Mansell (Williams) - 1:48.828
4) Berger (McLaren) - 1:49.485
5) Alesi (Ferrari) - 1:49.974
6) Piquet (Benetton) - 1:50.540
7) Schumacher (Jordan) - 1:51.212
8) Moreno (Benetton) - 1:51.283
9) Martini (Minardi) - 1:51.299
10) Modena (Tyrrell) - 1:51.307
Berger faz sua parada na volta 18 e novamente a McLaren se atrapalhou, perdendo 16s na operação e para piorar, o austríaco ainda sai da pista quando retornou à corrida. Alesi havia escolhido largar com pneus duros e tentaria não parar, com isso, o francês estava em segundo, entre Mansell e Senna, mas Alesi não era atacado por Ayrton, que por sua vez tinha um impressionante De Cesaris nos seus retrovisores, antes do italiano da Jordan fazer seu pit-stop. Mansell tentava abrir vantagem, mas tudo acabou em frustração ao inglês quando ele abandonou na volta 22 com um problema elétrico. Outro golpe duro na tentativa de Mansell em brigar com Senna pelo título, mas o brasileiro ainda não liderava a prova, ponteada por Alesi na metade da prova. O terceiro colocado Piquet começou a ter problemas de desgaste de pneus e era alcançado pela dupla italiana Patrese e De Cesaris, enquanto Berger marcava a volta mais rápida da corrida em sua tentativa de recuperação. Na volta 27 Senna perde desempenho rapidamente quando erra uma marcha, o que se mostraria dramático. Senna se recupera, mas teria dois problemas. O primeiro era que o trio liderado por Piquet se aproximou de forma ameaçadora dele. E a segunda era que o câmbio da McLaren estava danificado com o raro erro de Ayrton, que teria que administrar seu câmbio com um terço de corrida pela frente. Patrese tentou ultrapassar Piquet, mas acabou saindo da pista, perdendo posição para De Cesaris.
Depois da corrida Senna confessaria que seu câmbio estava quebrado e não duraria mais nenhuma volta. Uma vitória de sorte. Ou não? "Justiça foi feita para mim! Esse sucesso compensa meus abandonos em Silverstone e Hockenheim!"
Chegada:
1) Senna
2) Berger
3) Piquet
4) Moreno
5) Patrese
6) Blundell
domingo, 22 de agosto de 2021
De volta ao jogo
A fome de Newgarden de vitória ficou clara numa das relargadas em Gateway, quando bateu rodas com seu companheiro de equipe Simon Pagenaud para ganhar uma posição e deixar o francês possesso, pois no processo perdeu o bico e caiu para último. A Penske tinha mostrado sua força com a pole de Will Power, mas o australiano nunca teve ritmo de corrida para vencer, ao contrário de Newgarden, mas o americano não era o único. A dupla da Andretti Colton Herta e Alexander Rossi fez uma ótima prova nesse sábado à noite, liderando em vários momentos junto com Newgarden, mas os dois não viram a bandeirada. Após uma parada, Herta teve problemas de transmissão e Rossi provocou a última bandeira amarela da noite ao bater sozinho no muro, continuando com a via-crucis do americano.
Quando Rossi abandonou, Newgarden tinha apenas Pato O'Ward como grande rival pela vitória, mas Josef sabia que o mexicano da McLaren não o atacaria com muito ímpeto. A primeira metade da corrida em Gateway foi bastante truncada e cheia de bandeiras amarelas, com destaque para a boa estreia de Romain Grosjean em ovais. Numa das relargadas, Rinus Veekay foi bastante otimista no aproche da primeira curva e acabou batendo em Alex Palou, que bateu em Scott Dixon. Os três foram ao muro e apenas Dixon ainda retornou à corrida, mas inúmeras voltas atrasado. Palou, que já tinha visto o motor quebrar no misto de Indianápolis semana passada, viu sua confortável vantagem no campeonato virar pó e com o segundo lugar ontem, O'Ward fez o suficiente para se tornar o novo líder do campeonato.
Porém, O'Ward tem várias cobras criadas no seu encalço nas três corridas finais. Dixon caiu para quarto no campeonato, mas nunca é interessante subestimar um piloto do tamanho do neozelandês. Com a vitória, Newgarden pulou para terceiro, meros 22 pontos atrás de O'Ward, com Palou ainda na vice-liderança muito próximo, mas precisando findar sua onda de azar. As próximas três corridas acontecerão em três palcos icônicos da Indy e os dois primeiros colocados do campeonato nunca pisaram lá. Newgarden não conhece Laguna Seca, mas já conseguiu bons resultados em Portland e Long Beach. E não restam dúvidas que o piloto da Penske vem em ascensão nesse final de campeonato rumo ao tricampeonato.
domingo, 15 de agosto de 2021
Doideira molhada
Já na volta de apresentação haviam pingos de chuva, mas as primeiras voltas transcorreram em relativa normalidade, com os pilotos forçando no limite da aderência, sem se preocupar com a garoa que aparecia aqui e ali. Vindo de vitória e tendo marcado a pole position, Jorge Martin era um dos destaques e o jovem espanhol poderia ser o primeiro novato a vencer duas corridas consecutivas vindo da pole em cinquenta anos da principal categoria do Mundial. Porém, o piloto da Pramac Ducati tinha uma concorrência selvagem,em Pecco Bagnaia, Marc Márquez, Fabio Quartararo e Johan Zarco. Esses cinco pilotos lideraram boa parte da corrida, mas logo se reduziu a quatro com a queda de Zarco. Nas voltas finais, as nuvens ficavam cada vez mais negras, enquanto Bagnaia lutava diretamente com Márquez pela vitória, seguido por Quartararo. Martin já vinha a certa distância, seguido de perto por Mir e Brad Binder, na ocasião, o melhor piloto da KTM, que corria em casa. Foi então que a chuva desabou de vez.
Com os pilotos tateando atrás da melhor aderência, os seis primeiros se misturaram numa disputa incessante pela ponta, com várias trocas de posição. Destaque para uma incrível ultrapassagem de Quartararo na desafiadora curva 3, quando pulou de quinto para segundo! Com a pista cada vez mais molhada, mas com poucas voltas para o fim, os pilotos se perguntavam: parar para trocar de moto ou não? Jack Miller e Joan Mir abriram os trabalhos. Talvez cedo demais. Na passagem seguinte, Márquez liderava o pelotão da frente e quando o grupo de aproximou da entrada dos boxes, a chuva era forte o suficiente para Quartararo levantar o braço e Márquez embicar para os pits. Numa cena de 'siga o líder', todos foram para os boxes. Menos um. Brad Binder resolveu arriscar e ficou na pista, algo que vários pilotos que vinham nas últimas posições tentaram. Valentino Rossi chegou a nos fazer sonhar ao aparecer em terceiro, no que seria seu pódio de número 200. Mesmo quem tinha pneus para chuva sofriam e Márquez caiu quando liderava os pilotos que foram aos pits. Binder liderava soberano, mas com a pista claramente molhada e com pneus slicks, o sul-africano praticamente passeava na pista de tão lento que estava, rumo à bandeirada.
Na última volta, Bagnaia foi quinze segundos mais rápido do que Binder, ultrapassou várias motos equipadas com pneus slicks e conseguiu um segundo lugar, seguido por Martin. Pensando no campeonato, Quartararo foi apenas sétimo, mas viu sua liderança no campeonato subir bastante, ajudado pela queda de Zarco. A Yamaha teve um final de semana bastante agitado fora das pistas, com o fim do patrocínio da Petronas na sua equipe satélite e o escândalo da suspensão de Maverick Viñales. Na semana passada Viñales forçou sua moto além do limite de giros do motor, numa tentativa frustrada de quebrar o motor antes de abandonar a corrida de forma voluntária. Suspenso dessa corrida e provavelmente do resto do campeonato, Viñales deu um verdadeiro tiro no pé com sua atitude impensada, saindo de uma promissora parceria com a Yamaha como vilão em um ato amador. Sem contrato para 2022, Viñales pode ter queimado sua carreira definitivamente.
Fazendo uma aposta que se mostrou certeira, Brad Binder não seguraria mais nenhuma outra volta na ponta. O sul-africano arriscou tudo na casa da KTM e conseguiu uma vitória surpreendente no que foi uma corrida caótica e das mais interessantes na MotoGP.
domingo, 8 de agosto de 2021
Dia do barbeiro
Marcus Ericsson saiu da F1 com fama de piloto-pagante e sem maiores ambições, quando se transferiu para a Indy. Correndo em seu segundo ano na Ganassi, o sueco conseguiu sua primeira vitória em condições sortudas em Detroit, mas de resto Ericsson fazia uma temporada abaixo dos seus companheiros de equipe Dixon e Palou, que estão na briga pelo título. Logo na primeira relargada, Ericsson lembrou seus tempos de piloto fraco da F1 ao acertar a traseira de Sebastien Bourdais e literalmente passar por cima do carro do francês, num erro absurdo para um piloto de uma categoria do nível da Indy. Bourdais não economizou nos adjetivos poucos elogiosos para Ericsson, que teve seu carro consertado pela Ganassi e retornou à corrida nas últimas posições.
No entanto, a corrida em Nashville foi daquelas inesquecíveis pelos seguidos incidentes que iam trancando a prova. Foram simplesmente nove bandeiras amarelas e duas vermelhas, transformando uma prova que terminaria por voltas das 18h30 hora local, para terminar no limiar do pôr do sol, no caso, às 20h. Foi um show de horrores numa pista tosca e completamente desnecessária para a Indy, lembrando a horrorosa pista de Baltimore, de lembranças não muito agradáveis para a categoria. Claro que essa quantidade excessiva de bandeiras amarelas transformou os estrategistas em grandes protagonistas, onde a posição do piloto poderia mudar de acordo com uma bandeira amarela na hora certa ou não. Porém, o piloto mais rápido no Teneesee era claro. Colton Herta liderou todos os treinos, largou na pole e liderou o maior número de voltas. Mesmo a pista sendo de ultrapassagens complicadas, Herta sempre achava espaço quando se encontrava no meio do pelotão, tamanha era a vantagem que seu carro tinha sobre os demais. Porém, no último stint de corrida, até mais livre dessa vez, Herta relargou em sexto, ultrapassou a McLaren de Rosenqvist, seus companheiros de equipe Hinchcliffe e Hunter-Reay, além da lenda viva Scott Dixon. Porém, ainda faltava... Ericsson!
Isso mesmo! Depois de fazer uma barbeiragem no começo da prova, Ericsson viu sua estratégia funcionar e liderava as últimas voltas em Nashville, mas Herta se aproximava rapidamente, dando pinta que despacharia facilmente o sueco como fizeram com os demais. Como a corrida foi muito truncada, Ericsson tinha vários segundos de push-to-pass e segurou Herta sem maiores problemas, talvez enervando o piloto da Andretti. Talvez ao ponto de fazer Herta errar sozinho e estatelar seu carro no muro, praticamente entregando a vitória para Ericsson. Num circuito bizarro, uma vitória bizarra!
Mais um talento espanhol
Desde que entrou no calendário da MotoGP por causa de um grande lobby da Red Bull, a pista austríaca vem sendo sempre criticada por sua falta de segurança. Apesar de funcionar perfeitamente para a F1, a alta velocidade do circuito e os muros próximos tornam o circuito de Red Bull Ring a mais perigosa do calendário e quase impraticável para as motos, como ocorre com Interlagos. Hoje mais uma vez Red Bull Ring viu um acidente perigoso, quando o wild-card Dani Pedrosa escorregou na traiçoeira curva 3 e foi atingido em cheio por Lorenzo Savadori, causando um grande incêndio e paralisando a prova. Essa mesma curva 3 que quase causou uma tragédia ano passado e causou outro potencial acidente grave nesse domingo. Felizmente todos os envolvidos estão bem.
Largando na pole, Martin dominou a prova do início ao fim, sempre perseguido pelo compatriota Joan Mir, da Suzuki. Mesmo correndo com uma moto satélite e estando em sua primeira temporada, Martin correu na ponta com muita naturalidade, não dando chances ao campeão reinante da MotoGP para vencer logo em sua sétima corrida na MotoGP, já que ele ficou algumas provas de molho por causa de um grave acidente em Portimão. Incrivelmente os pilotos da Pramac Ducati estão bem melhores do que os representantes da equipe oficial. Mais uma vez Miller se empolgou e caiu sozinho quando lutava pelo terceiro lugar com Quartararo, enquanto Bagnaia largou mal, lutou até o fim, mas acabou punido e saiu do top-10 na bandeirada. Johan Zarco viu seu companheiro vencer, algo que o francês ainda não fez na MotoGP mesmo já estando alguns anos na categoria, mas o francês vai se mantendo na vice-liderança do campeonato baseado na regularidade, mesmo que tenha perdido duas posições na volta final. Porém, Zarco precisa de vitórias, se quiser lutar mesmo pelo título. Sabendo que a pista localizada na Estíria não seria favorável para a Yamaha, Quartararo claramente correu pensando no campeonato e completou o pódio, mas como Zarco foi apenas sexto, ele aumentou sua vantagem no campeonato. Por sinal, tudo ocorre com seu companheiro de equipe Maverick Viñales. De saída da Yamaha, Viñales viu sua moto não pegar na segunda largada, foi punido pelos famigerados 'track limits' e terminou fora dos pontos. Destaque para Pedrosa, que pegou a moto reserva para terminar entre os dez primeiros, depois de dois anos fora da MotoGP.
Na sua primeira corrida após anunciar sua aposentadoria no final dessa temporada, Rossi fez outra corrida medíocre e terminou apenas em 13º. Existe uma foto de Valentino com Jorge Martin ainda garotinho. Mais uma vez Vale viu uma criança que o admirava vencer na MotoGP.
quinta-feira, 5 de agosto de 2021
Ciao
Valentino Rossi rapidamente adotou o amarelo como sua cor e o galo Osvaldo como mascote. A sua torcida coloria os circuitos pelo mundo e Rossi nem na categoria principal estava. Ele passou pelas três categorias do Mundial de forma muito parecida e apesar de ser, no mínimo, irreverente, Rossi era muito metódico. Ele fazia um primeiro ano de exploração, mas na metade final do campeonato já era considerado o principal favorito na temporada seguinte, confirmando com o título um ano dominante. Foi assim nas 125cc e nas 250cc. Vale faria isso nas 500cc? Com todos de olho nele, Rossi demorou a completar sua primeira corrida, mas o fez logo subindo no pódio. A primeira vitória que completou vinte anos em 2020 foi numa corrida complicada, debaixo de chuva no início e depois com pista seca. Rossi logo emendaria vitórias e pódio que o colocaria como vice-campeão em sua estreia nas 500cc. Correndo na Honda sob supervisão de Mick Doohan e com a montadora esperando que ele fosse o sucessor da lenda australiana, rapidamente Rossi se tornou o principal piloto da Honda. E assim como fez nas categorias menores, Rossi venceu seu primeiro título nas 500cc em seu segundo ano. Daí em diante, não havia mais categorias a subir. Para Rossi, só restava a eternidade a ser conquistada.
Foram três títulos consecutivos com a Honda, mas se sentindo truncado pelo conservadorismo da montadora, Rossi chocou o mundo se mudando para a Yamaha em 2004. Muitos pensavam que Rossi estava louco numa moto que não vencia, mas na verdade ele enlouqueceu seus fãs com uma vitória inesquecível em sua primeira corrida em Welkon. De forma incrível, foram mais três títulos seguidos. Um pequeno recesso e mais dois títulos em 2008 e 2009, deixava Rossi entre as lendas. Chegando aos 30 anos, parecia que Rossi bateria todos os recordes possíveis e impossíveis nas motos.
Porém, os pilotos que o acompanhavam na TV começaram a chegar na MotoGP observando a forma de trabalho de Rossi. Chegaram Daniel Pedrosa, Jorge Lorenzo e Casey Stoner. Uma geração mais nova, Rossi os derrotou nos primeiros anos, mas ganhando a experiência necessária, eles começaram a desbancar Valentino. Mesmo que Biaggi e Gibernau fossem grandes pilotos e que davam muito trabalho à Rossi, o italiano parecia que vencia quando e como queria. Com essa geração não era assim e Rossi começou a sair de sua zona de conforto, ocasionando seu primeiro acidente grave em Mugello/2010. Quando retornava às pistas após longa recuperação de uma fratura exposta na perna, Rossi chocaria o mundo novamente quando anunciou que iria para a Ducati. Era o sonho de um piloto italiano vencer em cima de uma moto italiana. A Ducati já tinha vencido com Stoner, mas parecia que apenas o australiano podia domar a Desmocedici e Rossi provou essa teoria da pior das formas. No auge da frustração, Vale ainda viu seu protegido Marco Simoncelli morrer num acidente em que Rossi estava envolvido. Muitos apostaram na aposentadoria de Rossi. Isso em 2012...
Rossi mostrou que ele não era de um material comum. Ele tinha a fórmula da juventude? Vale voltou para a Yamaha se reencontrar com os pódios e as vitórias. Ué, e por que não os títulos? A nova geração que viu Rossi crescer na TV ia aos poucos deixando o pedestal. Stoner, Pedrosa... Apenas Lorenzo e sua arrogância permanecia. E surgiu um espanhol com uma trajetória parecida com a de Rossi, mas com nem um décimo do carisma. Marc Márquez era outro fenômeno e seres especiais conheciam seres especiais. Rossi e Márquez se davam bem no começo, mas a competitividade de ambos o afastaram aos poucos. Em 2015 Rossi se mostrava incrivelmente sólido e lutava com Lorenzo pelo título. Márquez, que havia assombrado o mundo no ano anterior e foi campeão, mostrava algumas fragilidades de noviciado, algo que Rossi não mostrou em sua época.
Valentino Rossi teve a humildade de mudar seu estilo de pilotagem para se manter na ponta, algumas vezes violentando sua forma de correr. Porém, um toque com Márquez na Malásia o fez ser penalizado na última corrida e Lorenzo acabou como campeão. Muitos diziam que Rossi tinha sido o campeão moral ou o campeão do povo. Aos 36 anos o italiano ainda era a maior estrela da MotoGP, mas como todo astro, uma hora ele vai se apagando. A disputa de 2015 foi a última chance de Rossi conseguir seu esperado décimo título. Os anos foram passando e as vitórias foram rareando. Depois foram os pódios que se tornaram ocasiões pontuais para Rossi. Valentino olhava para o lado e simplesmente não encontrava mais nenhum dos seus primeiros rivais. Biaggi, Gibernau, Roberts, Barros, Capirossi... todos estavam aposentados. Até a geração a seguir foi deixando a pista, como foi o caso de Stoner precocemente, mas depois foi a vez de Pedrosa e Lorenzo. Agora os pilotos que corriam ao lado de Rossi tiravam fotos com ele, uma estrela na MotoGP, ainda quando eram crianças.
A competitividade de Rossi o fazia postergar o óbvio. Vale completou 40 anos e saiu da equipe oficial da Yamaha, a sua marca favorita, pois ele não mostrava resultados para alguém numa equipe de fábrica. Ele foi para a satélite Petronas, onde encontraria outro discípulo seu, Franco Morbidelli. Seu meio irmão Lucas Marini, que nasceu no mesmo ano em que conquistou seu primeiro título, ainda nas 125, estreou na MotoGP esse ano. A sua equipe que serviu como celeiro de jovens italianos foi subindo de categoria e em 2022 estará na MotoGP. Rossi estaria lá?
No meio dessa manhã de 5 de agosto de 2021 a MotoGP anunciou uma coletiva extraordinária com Rossi. Era um aviso de que algo estava para acontecer. Era o fim.
Fim das comemorações engraçadas. Da torcida em amarelo nas arquibancadas em Jerez, Brno e, principalmente, em Mugello. De pilotagens sublimes, derrotando seus rivais na última volta. Claro que houveram problemas, mas seu jeito tocante fazia de Rossi herói. E seus antagonistas os terríveis vilões. Biaggi, Gibernau, Stoner, Lorenzo e Márquez. Todos eles se tornaram figuras antipáticas, mesmo que incrivelmente talentosas e que fizeram Rossi um piloto cada vez melhor. O número 46 ficará no imaginário de todos nós como aquela moto dominante, mas que pilotada de forma tão fluída, que parecia que a vitória era fácil. Que a vitória era de Valentino Rossi.
Um ídolo eterno de todos nós!
quarta-feira, 4 de agosto de 2021
Garoto Maravilha
Parabéns!
Jeff Gordon
segunda-feira, 2 de agosto de 2021
Figura(HUN): Alpine
A Renault tem bastante tradição na F1, mas ao mesmo tempo os franceses olham os gastos com a categoria com um olhar desconfiado e muitas vezes a Renault fica na berlinda em se manter na F1. Para 2021 a montadora resolveu mudar o nome de sua equipe e trouxe a marca Alpine para equipe. Apesar do status de montadora e ter um orçamento considerado muito bom, a Alpine se manteve na mesma posição em que a Renault deixou ano passado, ou seja, no meio do pelotão, longe da briga pelas vitórias. A dupla de pilotos é considerada muito forte, mesclando juventude (Ocon) e experiência (Alonso), mas 2021 parecia outro ano cercado de desculpas para tentar convencer a Renault a continuar investindo na F1 para comemorar um eventual quinto lugar. No entanto, o esporte pode nos pregar peças e enquanto uns só vêm problemas, outras observam oportunidades. A série de acidentes na primeira curva fez com que a corrida na Hungria mudasse drasticamente e a Alpine conseguisse sua apoteose. Com seis carros de fora no melê da largada, Ocon subiu para segundo lugar e Alonso para sexto, mas não parou por aí. Se na primeira largada a pista estava molhada, o sol apareceu durante a bandeira vermelha e isso fez com que Lewis Hamilton ficasse sozinho no grid, enquanto o resto do pelotão colocava pneus slicks. E quem estava na frente nesse momento? Ocon. Porém, a vida do jovem francês não foi nada fácil, tendo Sebastian Vettel enchendo seus retrovisores a prova toda, mas Ocon não errou em nenhum momento. Mais atrás, outro fantasma ainda assustaria Ocon e a Alpine. Hamilton caiu para último, mas com o carro mais rápido e a Mercedes tentando se redimir pela presepada estratégica na segunda largada, o inglês tentaria a vitória nos momentos finais. Foi então que o segundo piloto da Alpine entrou em ação. Após um retorno claudicante nas primeiras corridas, Fernando Alonso voltou a mostrar sua estrela e na Hungria ele esteve impressionante na defesa de posição contra Hamilton. O tempo atrás de Alonso impossibilitou Hamilton de qualquer ataque em cima de Ocon e garantiu a primeira vitória do francês, além de marcas incríveis. Pela primeira vez em 25 anos, um piloto francês ganhava com carro francês e depois de 38 anos, uma vitória totalmente francesa (piloto/carro/motor) ocorria na F1. Mesmo sendo uma vitória ocasional, a Alpine mostrou que tem dois pilotos capazes de grandes feitos. Dessa vez, os chefes da Alpine não terão muito trabalho em convencer a Renault se manter na F1.
Figurão(HUN): Valtteri Bottas
Poucas vezes a escolha dessa parte da coluna foi tão óbvia e clara. Ainda tentando se segurar na Mercedes em 2022, Bottas vai mantendo seu bom ritmo de classificação, andando próximo de Hamilton e muitas vezes ajudando a Mercedes na sua luta fratricida com a Red Bull nesse ano. Porém, assim como acontecia nos últimos anos, Bottas vem pecando em ritmo de corrida, mas em Hungaroring não foi possível verificar esse ponto fraco do finlandês da Mercedes. Até então, o final de semana na Hungria vinha sendo com pista seca e muito quente, mas a chuva resolveu aparecer no domingo e a pista estava levemente molhada na largada. Quando as cinco luzes vermelhas se apagaram, Bottas largou pessimamente da segunda posição, superado pelos dois carros da Red Bull que vinham na segunda fila. Lando Norris, terceiro colocado no Mundial de Pilotos e vindo de quinze corridas consecutivas pontuando, conseguiu colocar sua McLaren bem na frente de Bottas no aproche da primeira curva. Sem referências anteriores, com um carro repentinamente na sua frente e com o seu próprio carro pesado, Bottas apertou o pedal de freio como se não tivesse ninguém à sua frente ou com o piso seco ou ambos. O que aconteceu depois definiu os rumos da corrida, com Bottas enchendo a traseira de Norris, que foi jogado para cima do carro de Verstappen, enquanto Bottas encheu a lateral de Pérez. Um boliche de carros da Red Bull, com Pérez abandonando no local e Verstappen tendo que fazer setenta voltas com o carro toda arrebentado. Bottas abandonou no local e com todos os dedos apontados para ele, resultando numa punição de cinco posições no grid da próxima corrida. Um erro crasso para um piloto experiente e de ponta como Bottas, mas esse segundo adjetivo deve cair em pouco tempo. Está extremamente complicado a Mercedes explicar mais um ano de Bottas na equipe, ainda mais com George Russell fazendo ótimas corridas pela Williams.
domingo, 1 de agosto de 2021
Big One
Enquanto a bandeira vermelha se prolongava de forma ainda mais discutível, dando tempo para a Red Bull tentar deixar o carro de Verstappen em condições de pelo menos largar, o sol dava aparecia em Budapeste e quando a corrida se reiniciou, um fato bizarro aconteceu, sem contar o erro tão bizarro quanto da Mercedes. Quando os pilotos davam uma volta atrás do SC antes da largada, perceberam que a pista já estava suficientemente seca para colocar pneus slicks, fazendo com que quase todos procurassem os boxes ao invés de procurarem seus lugares no grid. Quase todos porque por algum motivo a Mercedes deixou Hamilton sozinho no grid, nos apresentando uma cena inusitada, pois Lewis era o único no grid quando a largada foi dada, enquanto os demais piloto se espremiam na saída do pit-lane, com Ocon à frente de Vettel. A tática horrivelmente escolhida pela Mercedes ficou rapidamente clara como a errada e quando Hamilton foi aos boxes no final da volta, ele saiu dos pits em último. Com menos de três voltas completadas, haviam seis abandonos e o pelotão todo misturado, com a Latifi em terceiro, seguido por Tsunoda e Sainz, com toda a corrida ainda por vir.
Ficava nítido que a dificuldade de ultrapassagem da pista castigaria os pilotos, algo que sempre aconteceu em Hungaroring. Vettel tinha um carro mais rápido, mas Ocon se mantinha em primeiro sem maiores arroubos. Hamilton tinha o carro nitidamente mais rápido da pista, mas ele também não podia escalar como imaginava. Verstappen estava com o carro todo empenado e claramente não podia fazer muita coisa na corrida, a não ser diminuir os danos. Por sinal, a Mercedes diminuiu os danos de Hamilton ao trocar sua estratégia e trazê-lo mais cedo para os pits, fazendo-o ganhar terreno e poder atacar quem via pela frente. Hungaroring sempre foi um circuito de difíceis ultrapassagens, mas Hamilton fez várias, até encontrar um tal de Fernando Alonso.