A Renault tem bastante tradição na F1, mas ao mesmo tempo os franceses olham os gastos com a categoria com um olhar desconfiado e muitas vezes a Renault fica na berlinda em se manter na F1. Para 2021 a montadora resolveu mudar o nome de sua equipe e trouxe a marca Alpine para equipe. Apesar do status de montadora e ter um orçamento considerado muito bom, a Alpine se manteve na mesma posição em que a Renault deixou ano passado, ou seja, no meio do pelotão, longe da briga pelas vitórias. A dupla de pilotos é considerada muito forte, mesclando juventude (Ocon) e experiência (Alonso), mas 2021 parecia outro ano cercado de desculpas para tentar convencer a Renault a continuar investindo na F1 para comemorar um eventual quinto lugar. No entanto, o esporte pode nos pregar peças e enquanto uns só vêm problemas, outras observam oportunidades. A série de acidentes na primeira curva fez com que a corrida na Hungria mudasse drasticamente e a Alpine conseguisse sua apoteose. Com seis carros de fora no melê da largada, Ocon subiu para segundo lugar e Alonso para sexto, mas não parou por aí. Se na primeira largada a pista estava molhada, o sol apareceu durante a bandeira vermelha e isso fez com que Lewis Hamilton ficasse sozinho no grid, enquanto o resto do pelotão colocava pneus slicks. E quem estava na frente nesse momento? Ocon. Porém, a vida do jovem francês não foi nada fácil, tendo Sebastian Vettel enchendo seus retrovisores a prova toda, mas Ocon não errou em nenhum momento. Mais atrás, outro fantasma ainda assustaria Ocon e a Alpine. Hamilton caiu para último, mas com o carro mais rápido e a Mercedes tentando se redimir pela presepada estratégica na segunda largada, o inglês tentaria a vitória nos momentos finais. Foi então que o segundo piloto da Alpine entrou em ação. Após um retorno claudicante nas primeiras corridas, Fernando Alonso voltou a mostrar sua estrela e na Hungria ele esteve impressionante na defesa de posição contra Hamilton. O tempo atrás de Alonso impossibilitou Hamilton de qualquer ataque em cima de Ocon e garantiu a primeira vitória do francês, além de marcas incríveis. Pela primeira vez em 25 anos, um piloto francês ganhava com carro francês e depois de 38 anos, uma vitória totalmente francesa (piloto/carro/motor) ocorria na F1. Mesmo sendo uma vitória ocasional, a Alpine mostrou que tem dois pilotos capazes de grandes feitos. Dessa vez, os chefes da Alpine não terão muito trabalho em convencer a Renault se manter na F1.
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