quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Bolso cheio

Nos últimos anos, Galvão Bueno implicou bastante com dois pilotos pelo mesmo motivo, por serem pilotos-pagantes: Sergio Pérez e Romain Grosjean. No caso do francês, a birra era ainda maior porque Grosjean 'tirou' o lugar de Bruno Senna na Lotus no início de 2012. Porém, pilotos-pagantes são muito comuns na história da F1 e alguns dão certo, com Niki Lauda sendo a maior referência, além de Michael Schumacher no comecinho da carreira do alemão. Ou seja, ser piloto-pagante não é nenhum grande demérito, desde que tenha talento para se manter na F1 por seus próprios meios.

Nesta quarta-feira Felipe Nasr anunciou, no Jornal Nacional, que assinara um contrato de dois anos com Sauber a partir de 2015, pegando de surpresa muita gente. A Sauber já havia contratado o também piloto-pagante Marcus Ericsson para a próxima temporada e como a equipe suíça está passando por um sério problema financeiro, era esperado que a segunda vaga permanecesse com Esteban Gutierrez e os milhões da Telmex, fora que o mexicano já tem duas temporadas de experiência. Nasr tem o forte patrocínio do Banco do Brasil e o dinheiro brasileiro falou mais alto que o mexicano, garantindo um lugar para Felipe na equipe no próximo ano.

O fato de ter dois pilotos-pagantes demonstra o quão a Sauber está afundada em sua crise financeira e isso não pode ser um bom sinal para Nasr. Mesmo a Sauber já tendo revelado vários pilotos ao longo de sua vida na F1, a equipe suíça está tendo um 2014 tenebroso, ficando atrás até mesmo da quase falida Marussia sem nenhum ponto marcado, o que poderá caracterizar a atual temporada como a pior da Sauber em sua longa história. Com dois pilotos quase novatos e sem tanto dinheiro para investir, a Sauber poderá ter outro ano bastante complicado em 2015. Ericsson já mostrou não ser nenhum virtuose, mas montado na grana, o sueco garantiu outro ano na F1, mas pelo o que já fez nas categorias de base e nos poucos testes como piloto reserva da Williams, Nasr tem a obrigação de derrotar Ericsson mesmo o nórdico partindo para a sua segunda temporada na F1. 

Esse é o mundo cruel da F1. Se não quiser ficar tachado unicamente como 'pay-driver' e ser ridicularizado por Galvão (algo que não ocorrerá com Nasr por ser brasileiro), Felipe Nasr necessita superar seu companheiro de equipe e, como eu falo, fazer um diferente, mostrar algo mais, para se estabelecer na F1 nos próximos anos e, com a possível aposentadoria de Felipe Massa nas próximas temporadas, ser o único brasileiro na F1. Mesmo não ganhando a GP2 em três tentativas, Nasr mostrou talento em outras categorias e foi muito bem no primeiro treino livre em Austin semana passada. O dinheiro já garantiu o brasiliense na F1, mas só o talento de Nasr garantirá sua continuidade na categoria.

Um comentário:

  1. Se ferrou.
    Time falido que conta apenas com a grana dos dois pilotos pra sobreviver.
    é o inicio do fim da carreira dele.

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