No mesmo final de semana do agitado, dentro e, principalmente, fora das pistas, do Grande Prêmio do Brasil de F1, o Mundial de Motovelocidade encerrava sua temporada 2014 em Valencia, onde a única pendência era mesmo o campeão da Moto3, que ficou nas mãos de Alex Márquez, irmão mais novo de Marc.
Na MotoGP, Marc garantiu outro recorde ao conquistar sua 13º vitória na temporada, quebrando um recorde de dezessete anos de Michael Doohan, se tornando o piloto com o maior número de vitórias num ano. Se em 2013 Marc Márquez viu seus principais adversários (Jorge Lorenzo e Daniel Pedrosa) se machucando gravemente, neste ano o jovem espanhol da Honda confirmou todo o seu talento e conseguiu o bicampeonato de forma arrasadora, com todos os seus rivais bem de saúde, mas desta vez Marc teve em um inspirado Valentino Rossi como grande rival. Já contando com 35 anos e com sete títulos só na categoria premier, Rossi fez um ano espetacular em 2014, derrotando com alguma sobra seu companheiro de equipe Jorge Lorenzo, que fez uma aposta arriscadíssima em Valencia ao trocar sua moto acertada para piso molhado quando mal garoava em Valencia. Mais forte e com mais moral, Rossi poderá ter mais voz na construção da Yamaha M1 de 2015, enquanto Lorenzo, ainda pilotando de forma fenomenal, mas sem a regularidade dos últimos anos, terá que correr atrás.
Mesmo com a mesma moto do campeão dominante do ano, Daniel Pedrosa foi apenas quarto colocado no Mundial com uma única vitória. Dani viu três companheiros de equipes sendo campeão, viu a Honda forçar a Dorna mudar o regulamento de 1000cc para 800cc anos atrás por causa dele e até agora Pedrosa não mostrou a que veio na MotoGP, mesmo sendo considerado um piloto muito rápido, além de fortíssimo quando corre isolado. Em Valencia, Pedrosa foi extremamente discreto, como foi ao longo de 2014, mas mostrando que deve ter o melhor empresário de todos os tempos no Mundial de Motovelocidade, Pedrosa teve seu contrato com a Repsol Honda renovado e 2015 irá para a sua décima temporada consecutiva com a Honda oficial de fábrica. Falando em fábrica, a equipe oficial da Ducati teve outro ano sem vitória e longe de conquistar isso, só garantindo boas posições no grid pela escolha de usar o regulamento aberto e garantir pneus mais macios. Doviziozo, que parece relegado a sempre lutar com motos inferiores em sua carreira, conseguiu alguns pódios e mostrou que é um dos melhores pilotos do pelotão, enquanto Cal Cruthlow foi uma enorme decepção a ponto de ser dispensado do seu contrato ainda faltando um ano. E para 2015, a MotoGP ainda terá a volta da Suzuki, que há muito tempo se prepara para esse retorno.
Nas categorias intermediárias, Tito Rabat dominou inteiramente a Moto2, juntamente com a sua equipe, a Marc VDS, que no próximo ano terá equipes nas três categorias do Mundial. Porém, ao contrário do que vinha acontecendo nos últimos vinte anos, Rabat preferiu ficar outro ano na Moto2 para defender seu título na mesma equipe, pensando em MotoGP mais à frente. Decisão perigosa, pois qualquer resultado menor do que o título em 2015 será fracasso para Rabat, que terá ao seu lado o campeão da Moto3 Alex Márquez, um piloto não tão brilhante quanto o irmão, mas que também mostrou qualidades em derrotar o australiano Jack Miller, considerado o novo fenômeno australiano e por isso pulou direto para a MotoGP com o apoio da Honda.
E novamente com três campeões espanhóis, o Mundial de Motovelocidade encerrou mais uma temporada com a perspectiva de outra ótima temporada em 2015, onde pilotos já históricos, Marc Márquez, Valentino Rossi e Jorge Lorenzo, se enfrentem de igual para igual no próximo ano.
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