Ele não fez nada de errado na corrida e sequer entrou na pista nos três dias em Austin, mas foi o protagonista do maior pedido de desculpas dos últimos tempos na F1. Bernie Ecclestone construiu a F1 como ela é conhecida hoje, com todos os seus defeitos e virtudes, e nos últimos anos o veterano inglês vê seu império sofrer mudanças que ele próprio falou nesse pedido de desculpas que não entende por completo. Graças aos contratos costurados por Ecclestone, as grandes equipes ficam com boa parte do bolo que a F1 arrecada por ano em troca de favores políticos de Bernie, deixando quem está de fora deste bolo ou em sua periferia com as mãos abanando. Essa política fez com que dezenas de equipes abandonassem a F1, assim como montadoras do porte de BMW e Toyota. A chegada das chamadas nanicas em 2010 diminuiu um pouco a sensação que a F1 estava se tornando um brinquedo único e extremamente caro, mas com a saída de Caterham e Marussia nesse final de 2014, restaram apenas nove equipes, sendo que pelo menos três estão passando por sérias dificuldades financeiras. A Mercedes conseguiu esse seu domínio em 2014 graças a investimentos maciços da montadora alemã e para enfrentar os tedescos nos próximos anos, os seus adversários precisam ainda mais de dinheiro para bater de frente com o poderio alemão, mas para conseguir isso, sobra menos grana para as outras equipes, as chamadas médias, que não tem como competir decentemente com as chamadas equipes grandes, fazendo com que o patrocínio, outra entrada de dinheiro, seja raro para esses times. Esse círculo vicioso fez com que Force India, Lotus e Sauber maquinassem um boicote para este GP, enquanto que as demais seis equipes (sendo que a Toro Rosso pertence à Red Bull) apenas vêem de longe as três equipes se afogarem, acusadas pelas três insurgentes de não fazerem nada por elas. Enquanto isso, Bernie Ecclestone pode estar vendo o seu império construído ao longo de dezenas de anos desmoronando, se algo não for feito. Bernie já pediu as desculpas, agora falta a ação e o faro apurado de negociador e político de Ecclestone pode fazer com que essa crise seja debelada.
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