Num dia tenso pelo forte acidente de Justin Wilson em Pocono, o mundo do automobilismo tinha sido abalado horas antes pelo anúncio da morte de Guy Ligier, chefe de um das equipes mais marcantes na F1 nos anos 80. Tendo acabado de completar 85 anos de idade, Ligier amealhou uma fortuna devido ao seu trabalho e aos contatos que conseguiu ao longo dos tempos. Amante dos esportes, Guy Ligier primeiro foi jogador de rugby, chegando à famosa seleção francesa da modalidade no final dos anos 40, mas quando conseguiu uma melhor condição financeira, Guy foi para as pistas, primeiro nas motos e depois nos carros. Piloto mediano para ruim, Ligier usava sua fortuna para comprar carros nas principais categorias do mundo, incluindo a F1, onde fez poucas corridas e marcou apenas um ponto. Quando seu grande amigo Jo Schlesser morreu em 1968, Ligier encerrou sua carreira de piloto e formou uma equipe, primeiro com carros de Esporte-Protótipos, depois na F1. Usando sua influência política, Ligier criou uma equipe Made in France e se tornou umas das principais equipes na virada dos anos 70 para os 80, capitaneado pelo piloto Jacques Laffite. Porém, a equipe decaiu na medida em que seu amigo François Mitterand perdia poder na França. Em 1996, Guy Ligier conseguiu uma emocionante última vitória com Olivier Panis em Mônaco e no final do ano, vendeu sua escuderia para Alain Prost. De fora da F1, Guy Ligier se envolveu em novos projetos com sucesso. Longe dos autódromos, Guy Ligier pouco era visto nos circuitos do mundo nos últimos tempos. Um dos últimos garagistas da F1, Guy Ligier nos deixou lembrando em que os tempos em que um chefe de equipe com o sonho de vencer na F1 usando seus próprios recursos está ficando cada dia mais longe na história.
Nenhum comentário:
Postar um comentário