Ao final da classificação em Silverstone,
Valentino Rossi tinha em mãos a quarta colocação, enquanto Marc Márquez e Jorge
Lorenzo pareciam intocáveis na frente. Ainda havia entre o italiano da Yamaha e
os dois líderes o sempre imprevisível Dani Pedrosa. Para completar, Rossi nunca
havia vencido em Silverstone. Tudo levava a crer a uma disputa com Pedrosa pelo
terceiro lugar e uma torcida velada para que Márquez impedisse outra vitória de
Lorenzo. Porém, o sábado aconteceu com piso seco. No domingo, a conhecida chuva
britânica deu as caras e já no warm-up Rossi marcou o melhor tempo com pista
molhada. Os Deuses da velocidade gostam mesmo de Rossi, pois de uma corrida
onde não tinha ritmo para andar junto de Lorenzo e Márquez, Valentino passou a
ser favorito à vitória numa pista onde o italiano não gosta. E nessas condições
amigo, Vale não perdoa!
O início da corrida foi confuso, com a
chuva aparecendo com mais força bem na hora da volta de apresentação, atrasando
a largada. Quando as luzes vermelhas se apagaram, Lorenzo saiu muito bem e
assumiu a ponta, mas o espanhol não estava confortável com a pista molhada. O
piso molhado trouxe novos elementos para a disputa mais à frente, como Pol
Espargaró e Jack Miller. Porém, o entusiasmo dos dois jovens pilotos resultou
em acidentes para ambos, sendo que no caso de Miller, a sua queda derrubou
também o ídolo local Cal Cruthlow, que fazia uma ótima corrida e podia até
sonhar com a disputa pela vitória. Detalhe: Cruthlow e Miller são companheiros
de equipe...
Quando Lorenzo foi ultrapassado de forma
até fácil por Rossi e Márquez, a briga da vitória ficou polarizada entre os
dois agressivos pilotos, enquanto Lorenzo era alcançado por Pedrosa, a
surpreendente Ducati de Doviziozo, numa incrível fase de azar, e um estupendo
Danilo Petrucci, com uma Ducati de 2014, mas que foi lançada no final de 2013,
que após largar em 18º, aparecia no segundo pelotão. Lorenzo caiu para sexto,
enquanto a conhecida aversão de Pedrosa pela pista molhada fez com que
Doviziozo e Petrucci subissem para terceiro e quarto respectivamente. Lá na
frente, Rossi tinha a incômoda sombra de Márquez, virando tempos incrivelmente
próximos. Apesar do bicampeonato de Márquez, a volúpia do espanhol da Honda
ainda causa arrepios para quem está em disputa com Marc. Porém, a empolgação de
Márquez resultou em outra queda em 2015, praticamente o tirando da disputa pelo
título. Caindo sozinho e sem muito aviso, Márquez se levantou com as duas mãos
para cima, como se não estivesse entendendo o que tinha acabado de acontecer. O
detalhe era que os comissários que ajudaram Márquez usavam o boné de Rossi...
Porém, o que aconteceu depois também fugiu
da lógica. Com 7s de vantagem, Rossi parecia que iria para um passeio até a
bandeirada, mas o italiano diminuiu demais seu ritmo e Petrucci, que tinha
acabado de assumir a segunda posição, partiu para uma aproximação implacável,
chegando a estar 1.3s atrás de Rossi, provavelmente ídolo de Petrucci, nas
últimas voltas. Com 36 anos de idade e toda uma carreira vitoriosa pela frente,
Rossi viu as placas de sinalização de sua equipe e simplesmente aumentou o seu
ritmo, recebendo a bandeirada com 2.2s de vantagem sobre Petrucci. Para
completar a festa italiana, Doviziozo segurou um último ataque de Lorenzo e
completou um pódio inteiramente italiano. Lorenzo chegou em quarto, viu sua
liderança cair no colo novamente de Rossi e apontando para a viseira embaçada,
colocou a culpa na sua corrida apática na peça de plástico que o protegeu da
chuva, mas não do ataque feroz de Rossi.
Com doze pontos de vantagem no campeonato,
Valentino Rossi vai para a sua corrida caseira com a certeza que terá uma
torcida inteira torcendo loucamente por ele. Rossi já é aquele personagem que
está na categoria de lenda viva de uma categoria. A forma como a torcida
inglesa o saudou em sua vitória mostra quem o mundo está torcendo na disputa
interna da Yamaha pelo título mundial da MotoGP.
Rossi é show!
ResponderExcluirE Lorenzo como sempre,chorando as pitangas e pondo a culpa na primeira coisa que lhe vem à sua cabecinha oca pra justificar seus fracassos,