quinta-feira, 13 de agosto de 2015

História: 15 anos do Grande Prêmio da Hungria de 2000

Hungaroring sempre foi um circuito tradicionalmente estreito e apertado, dificultando ao máximo as ultrapassagens. Isso significava que se classificar bem era essencial para se ter um bom final de semana na Hungria, além de uma boa largada. Porém, no ano 2000 Michael Schumacher várias vezes tirou um coelho da cartola na Classificação, mas os pilotos da McLaren acabavam batendo o piloto da Ferrari em ritmo de corrida, principalmente devido ao desgaste excessivo de pneus do carro italiano. Na ocasião, faltavam seis corridas para o fim do campeonato e dois dois pontos separavam Schumacher dos dois pilotos da McLaren, num campeonato emocionante. Se quisesse manter sua delgada vantagem, Schumacher teria que vencer na Hungria, pois poderia ser ultrapassado, ou por Hakkinen, ou por Coulthard. 

E na classificação, Michael Schumacher precisou de apenas uma volta rápida para marcar a sua 28º pole na carreira e tirar outro coelho da cartola, enquanto o alemão assistia os dois pilotos da McLaren sendo incapazes de superar seu tempo. Era a quinta pole de Schumacher na temporada, algo que não acontecia desde 1994, mesmo Michael sendo considerado o melhor piloto da ocasião. Ainda de ressaca pela sua histórica primeira vitória, Barrichello não consegue ajudar seu companheiro de equipe e ainda foi superado por nove milésimos pela Williams de Ralf Schumacher, num dos raros momentos de 2000 onde as duas primeira filas não eram toda de Ferrari e McLaren.

Grid:
1) M.Schumacher (Ferrari) - 1:17.514
2) Coulthard (McLaren) - 1:17.886
3) Hakkinen (McLaren) - 1:17.922
4) R.Schumacher (Williams) - 1:18.321
5) Barrichello (Ferrari) - 1:18.330
6) Frentzen (Jordan) - 1:18.523
7) Fisichella (Benetton) - 1:18.607
8) Button (Williams) - 1:18.699
9) Salo (Sauber) - 1:18.748
10) Irvine (Jaguar) - 1:19.008

O dia 13 de agosto de 2000 amanheceu ensolarado em Budapeste e frustrando quem esperava por uma mudança climática, que pudesse transformar o normalmente enfadonho Grande Prêmio da Hungria numa corrida emocionante. Sendo a largada um momento crucial para o resto das 77 voltas, o lado sujo da pista tinha feito uma enorme diferença na corrida da F3000 (lembram dela?) e durante o warmup (outra coisa velha...), os pilotos passavam rente ao muro dos boxes, numa tentativa de 'limpar' esse lado do grid. Quando o grid estava sendo formado, Gastón Mazzacane sofreu um problema no câmbio e tem que pular para o carro reserva, largando dos boxes. Durante aquela temporada, Schumacher e Coulthard, protagonistas da primeira fila, já tinham tido problemas e por isso a largada era muito esperada, mas foi Hakkinen quem brilhou, ultrapassando facilmente um lento Coulthard e colocando por dentro na primeira curva para pular de terceiro para a ponta da corrida. Não tendo conseguido contornar a primeira curva nas duas últimas corridas, Schumacher preferiu deixar Hakkinen passar. Mesmo largando no lado sujo, Ralf Schumacher faz uma boa largada e quase toma o terceiro lugar de Coulthard, mas o escocês segura a posição.

E assim a corrida foi praticamente definida. Hakkinen começava a ficar longe de Schumacher, o que não deixava de ser surpreendente, vide o desempenho apagado do finlandês no final de semana até ali. Schumacher era acossado por Coulthard, mas não havia ataque. A corrida do escocês foi salva por ter se mantido na frente de Ralf Schumacher que, sem ritmo, segurava Barrichello e Frentzen, com o trio já ficando bem distante dos líderes. A corrida fica estática, para não dizer monótona. As únicas ações do dia foram as duas rodadas de Fisichella, mas o italiano teimosamente permanecia na corrida. Coulthard parecia ter alguma problema de equilíbrio em sua McLaren e quando Schumacher faz sua primeira parada, volta confortavelmente em segundo, enquanto Hakkinen estica seu stint, mesmo que sem muita necessidade, pois o finlandês já tinha a corrida sob controle. A única mudança nessa rodada de paradas foi o pit-stop mal feito da Williams, que viu Ralf Schumacher perder o quarto lugar para Barrichello, mas a corrida do brasileiro já estava destruída por ter passado tempo demais atrás atrás do alemão da Williams e só mesmo um milagre para Rubens repetir o feito de Hockenheim. Frentzen permanece em sexto.

Ao colocar o segundo set de pneus, Coulthard começa a se aproximar de Schumacher à uma taxa alarmante, demonstrando o real ritmo de McLaren e Ferrari naquele domingo calorento de quinze anos atrás. Hakkinen já estava fora de alcance, mas quando Coulthard encostou em Schumacher... não aconteceu nada demais! O único momento de emoção foi quando o escocês perdeu tempo para colocar uma volta na Minardi de Marc Gené que, sem rádio, não sabia se estava lutando por posição ou levando volta. O espanhol deveria saber que com uma Minardi no ano 2000, ele deveria estar sempre levando volta! Gené acabaria punido pela desobediência às bandeiras azuis. A única chance de Coulthard era na segunda rodada de paradas, mas como a McLaren trabalhou ligeiramente pior do que a Ferrari, o escocês estava impotente em atacar Schumacher e David deve ter dormido com o nome 'Marlboro' na sua cabeça. Pois foi o que ele mais viu naquele dia! Após sua segunda parada, Mika Hakkinen apenas passeou em Hungaroring para alcançar a sua 17º vitória na carreira e a terceira no ano 2000. Com esse resultado, o finlandês assumia a ponta do campeonato, dois pontos na frente de Schumacher, que durante três corridas não viu a bandeirada e manteve a liderança do certame, mas quando viu a bandeirada, o alemão da Ferrari viu a ponta do campeonato cair nas mãos do seu maior rival. Nessa época surgiram boatos de que, caso Hakkinen conquistasse o tricampeonato consecutivo, o finlandês se aposentaria no final do ano. Líder do campeonato, 15 anos atrás ninguém poderia não apostar em Mika Hakkinen como favorito ao título em 2000.

Chegada:
1) Hakkinen
2) M.Schumacher
3) Coulthard
4) Barrichello
5) R.Schumacher
6) Frentzen

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