sexta-feira, 23 de junho de 2017

História: 15 anos do Grande Prêmio da Europa de 2002

Após vencer com facilidade em Montreal, numa pista em que teoricamente a Williams andaria melhor, a Ferrari começava a mostrar que 2002 seria um ano de extremo domínio e no renovado circuito de Nürburgring, onde Michael Schumacher havia vencido nos dois últimos anos, o time italiano era ainda mais favorito. A curva um de Nürburgring foi totalmente modificada, saindo a larga chicane e entrando uma série de curvas, trazendo mais segurança e tentando aumentar as ultrapassagens na curva um. A corrida por mais ultrapassagens era antiga... 

A Williams tinha um pacote de treino dominante quinze anos atrás e foi com ele que Juan Pablo Montoya conquistou sua terceira pole consecutiva e quarta na temporada, com Ralf Schumacher muito próximo do colombiano. Michael Schumacher dominou os treinos livres, mas teve que se conformar com a terceira posição, após ter feito as duas melhores parciais em sua última tentativa, mas falhando no setor final. Rubens Barrichello ficou num distante quarto lugar, logo à frente da dupla da McLaren. Numa temporada dominada pelo trio de ferro Ferrari, Williams e McLaren, Jarno Trulli era o sétimo colocado já mais de 1s atrás do pole. A Michelin colocou sete carros entre os dez primeiros, enquanto a Williams conquistava sua primeira dobradinha no grid no ano, mas ficava a dúvida quanto ao ritmo de corrida do time inglês.

Grid:
1) Montoya (Williams) - 1:29.906
2) R.Schumacher (Williams) - 1:29.915
3) M.Schumacher (Ferrari) - 1:30.035
4) Barrichello (Ferrari) - 1:30.387
5) Coulthard (McLaren) - 1:30.550
6) Raikkonen (McLaren) - 1:30.591
7) Trulli (Renault) - 1:30.927
8) Button (Renault) - 1:31.136
9) Heidfeld (Sauber) - 1:31.211
10) Salo (Toyota) - 1:31.389

O dia 23 de junho de 2002 amanheceu ensolarado e com calor em Nürburgring, num clima que parecia ser mais adequado aos usuários da Michelin. Em tempos de Copa do Mundo, havia muitas camisas de seleções no paddock, principalmente com Barrichello e Massa usando a canarinho. Nas arquibancadas, a torcida alemão parecia mais confiante na pista do que nos campos da Coreia e do Japão e quando Ralf Schumacher largou melhor do que seu companheiro de equipe, parecia que um alemão venceria de qualquer maneira em casa, mas mais importante na corrida foi Rubens Barrichello deixando Schumacher para trás. No final do pelotão, Fisichella rodava em seu centésimo Grande Prêmio.

Ainda com os acontecimentos de Zeltweg frescos na memória, Rubens Barrichello resolveu mostrar que estava pronto para voltar a vencer e partiu com tudo para cima dos pilotos da Williams. Ainda na primeira volta ultrapassou Montoya e na abertura da segunda volta, assumiu a liderança ao deixar Ralf para trás, numa impressionante primeira volta. Mais atrás Schumacher Sr passava Montoya para ficar em terceiro denunciando o rendimento apenas mediano da Williams em ritmo de corrida. Logo a Ferrari estava correndo em dobradinha, com Barrichello na frente, mas o brasileiro teve a sorte de ver Michael cometer um raro erro enquanto forçava para cima do brasileiro antes da primeira parada de ambos e rodou, perdendo aproximadamente 10s, mas ainda permanecendo em segundo. 

Os pilotos de Williams e McLaren passaram a correr contra si, ficando longe da Ferrari. Os quatro pilotos iriam para uma tática de uma parada e quando Montoya passou a enfrentar problemas com seus pneus, ele foi atacado por Coulthard. O escocês tentou ultrapassar na curva um, Montoya forçou e acabou rodando, sendo acertado pela McLaren de Coulthard, determinando o abandono dos dois. Isso deixava a briga pelo terceiro lugar entre Raikkonen e Ralf Schumacher, que começava a ter os mesmos problemas de Montoya e quando ambos pararam, o finlandês emergiu na frente para conseguir um valoroso pódio. Button garantia um quinto lugar com o abandono da dupla Montoya-Coulthard, enquanto mais atrás, um drama se desenrolava na Sauber. Felipe Massa estava em sexto e marcando um pontinho para a equipe numa boa corrida do brasileiro, mas Nick Heidfeld, piloto da casa, vinha logo atrás e de forma espantosa, Peter Sauber mandou que seus pilotos trocassem de posição, algo que Massa, talvez pensando que estava com salvo conduto pelo o que tinha acontecido com o compatriota Barrichello mais cedo na temporada, se vez de desentendido e desobedeceu a ordem do seu chefe.

E falando nisso, para angústia de muitos que acompanhavam aquela corrida, Michael Schumacher começou a encostar em Barrichello nas voltas finais. Apesar de toda a repercussão negativa pela troca de posições na Áustria, a Ferrari deixava a entender que não se arrependia do que havia feito. Será que a Ferrari repetiria a controversa manobra em Nürburgring? Foi o que todos se perguntavam quando Schumacher passou colado em Barrichello na abertura da última volta. Hoje não? Hoje não. Rubens Barrichello vencia pela primeira vez em 2002, para enorme alívio de quem acompanhava a F1 naqueles tempos. Raikkonen era um distante terceiro colocado, com Ralf amargando um quarto lugar de um minuto atrás das Ferraris. Se não houve ordem de equipe na Ferrari, houve na Sauber e a desobediência de Felipe Massa lhe custaria o emprego no final da temporada. Mesmo fazendo duas paradas contra uma de Williams e McLaren, a Ferrari não teve rival em Nürburgring, conquistando uma comemorada dobradinha com mais de 45s de vantagem para o terceiro colocado. Começava um dos maiores passeios da história da F1.

Chegada:
1) Barrichello
2) M.Schumacher
3) Raikkonen
4) R.Schumacher
5) Button
6) Massa 

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