Quando Schumacher venceu em Monza no ano 2000 e se igualou às 41 vitórias de Ayrton Senna, o alemão disse que a marca significava muito para ele e chorou. Não compulsivamente, como se falou na transmissão de hoje, mas a emoção de Michael era genuína. O destino não quis que ele fosse o grande rival de Senna na metade da década de 1990 e ele era uma das pessoas mais próximas de Senna quando ele estampou o muro da Tamburello em 1994. Porém o destino fez com que Lewis Hamilton, que sempre nutriu um enorme respeito por Senna, tivesse uma batalha de altíssimo nível com outro alemão, Sebastian Vettel, pela pole em Montreal, vencida pelo inglês, que o fez igualar a Senna e emocionar a todos com o presente que ganhou: um capacete de Ayrton, da temporada 1987.
O treino no Canadá pode ser contada unicamente pelos dois protagonistas da primeira fila, que brilharam intensamente nesse sábado, suplantando com larga vantagem seus ótimos companheiros de equipe. Porém, houve outras histórias, como mais uma decepção de Lance Stroll, onde mesmo correndo em casa, ficou novamente longe de Felipe Massa e foi eliminado no Q1. Fernando Alonso, que deu um ultimato à McLaren-Honda nesse final de semana, tirou leite de pedra e quase levou um carro que perde 20 km/h na reta oposta para as rivais ao Q3.
Os dois finlandeses de Ferrari e Mercedes são muito rápidos e não devemos nos esquecer que Kimi Raikkonen foi campeão em 2007, mas eles não são páreos para Lewis Hamilton e Sebastian Vettel, que estão em um degrau acima dos demais. Talvez somente Alonso pudesse igualar a eles. A Ferrari dava pinta de favorita e nem parecia preocupada com a velocidade de Hamilton no Q1 e Q2, mas o inglês conseguiu uma volta surpreendente no Q3, porém Vettel foi lá e praticamente empatou com o rival da Mercedes, perdendo a pole provisória por míseros quatro milésimos. Hamilton voltou à pista e trucidou o seu melhor tempo, que já era recorde no circuito Gilles Villeneuve, garantindo a pole, enquanto Vettel teve que se contentar com a segunda posição e pelo o que falou na entrevista pós-treino, cometeu algum erro que o deixou três décimos atrás de Lewis.
Em 2017 não foi raro a Ferrari ficar atrás na classificação para se sobressair na corrida, mas a performance histórica de Lewis Hamilton no Canadá não deixa dúvidas que o inglês não deixará barato a vitória. Sebastian e Lewis vem protagonizando, finalmente, uma luta de alto nível de dois gigantes da história da F1. Para quem acha a F1 chata, deveria perceber o bom momento que estamos vivendo em 2017, onde dois craques como Sebastian Vettel e Lewis Hamilton foram hoje ao limite para superar um ao outro. É disso que as lendas, como Ayrton Senna, se alimenta e amanhã a corrida poderá ser decisiva e imperdível.
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