quinta-feira, 7 de setembro de 2017

História: 20 anos do Grande Prêmio da Itália de 1997

A F1 chegava à sua reta final da temporada 1997 com Michael Schumacher na liderança do campeonato e quando a Ferrari não está bem os tifosi enchem Monza, com um piloto ferrarista na ponta do certame, a festa estava garantida. Porém, alguns torcedores mais antigos sofriam de uma pequena confusão em suas preferências. Óbvio que a torcida seria para Schumacher, afinal, ele corre de vermelho e a história já provou que ser ferrarista é mais importante do que a pátria. Porém, o sobrenome do rival do alemão alimentava boas lembranças aos tifosi. Passados quinze anos de sua morte e o nome Villeneuve ainda causava suspiros nos torcedores italianos, mas desafortunadamente Jacques corria de azul e era o principal rival da Ferrari.

Os treinos livres indicavam um enorme equilíbrio entre as quatro equipes grandes. A Benetton havia vencido em Hockenheim, pista com característica parecidas com a de Monza, de forma enfática com Gerhard Berger, enquanto a Mercedes que empurrava a McLaren já era considerado o motor mais potente da F1 em 1997. Apesar de francês, Jean Alesi é filho de italianos e sempre andou bem em Monza. Ídolo dos tifosi quando esteve na Ferrari, Alesi conseguiu sua segunda e última pole na F1 com a Benetton, mesmo sabendo que estava fora da equipe para 1998. Frentzen liderou praticamente toda a classificação, foi superado por Alesi na última tentativa do francês, mas estranhamente o alemão abortou sua última volta e teve que se conformar com a segunda colocação. Para tristeza dos tifosi, Schumacher não estava conseguindo extrair o melhor da Ferrari e foi apenas nono, dividindo a quinta fila com Irvine. Tamanho era o equilíbrio que os dez primeiros colocados ficaram separados por 1s, com o piloto da casa Fisichella conseguindo um bom terceiro lugar, mas os torcedores locais prefeririam que um piloto da Ferrari e não um compatriota estivesse naquela posição.

Grid:
1) Alesi (Benetton) - 1:22.990
2) Frentzen (Williams) - 1:23.042
3) Fisichella (Jordan) - 1:23.066
4) Villeneuve (Williams) - 1:23.231
5) Hakkinen (McLaren) - 1:23.340
6) Coulthard (McLaren) - 1:23.347
7) Berger (Benetton) - 1:23.443
8) R.Schumacher (Jordan) - 1:23.603
9) M.Schumacher (Ferrari) - 1:23.624
10) Irvine (Ferrari) - 1:23.891

O dia 7 de setembro de 1997 amanheceu com o tradicional clima do final de verão em Monza, perfeito para uma corrida de F1 e também para que os fãs da Ferrari empurrassem seus pilotos para um posição melhor. Na largada, Alesi manteve a ponta, segurando bem as investidas de Frentzen. Largando da sexta posição, Coulthard conseguiu uma largada espetacular para subir para terceiro, passando Villeneuve e Fisichella ainda antes da primeira curva. Essa manobra seria decisiva para a posição final da corrida. Para delírio dos tifosi, Schumacher conseguiu duas posições na largada, ao ultrapassar seu irmão e Berger, pulando para sétimo.

Alesi começa a corrida num ritmo forte, marcando quatro voltas rápidas seguidas, mas logo o francês da Benetton perdeu rendimento, principalmente nas fortes freadas das chicanes e logo Frentzen e Coulthard encostaram, com Fisichella correndo sozinho em quarto, enquanto Villeneuve e Hakkinen ficavam para trás, mas o equilíbrio do treino permanecia na corrida e na volta 15, os seis primeiros colocados estava separados apenas por 9s! Hakkinen fechava o pelotão, mas era nítido que o finlandês estava mais rápido do que Villeneuve, mas não conseguia a ultrapassagem. Esse problema é antigo... Monza mostrava uma corrida tensa, onde os líderes andavam próximos, mas não acontecia as esperadas trocas de posição, com os pilotos andando numa espécia de trenzinho. Para desgosto de muitos fãs e puristas, a corrida seria decidida na única rodada programada de paradas. Com Alesi perdendo rendimento dos seus pneus Goodyear, mas ninguém sendo capaz de executar uma mísera ultrapassagem, na metade da corrida, os seis primeiros estavam separados por menos de 7s! No entanto, o momento decisivo da prova se aproximava com as paradas dos líderes.

Villeneuve foi o primeiro a parar na volta 28, com Frentzen sendo o próximo a fazê-lo. Quando se viu livre de Frentzen, Coulthard colou em Alesi, mas não tentou nenhuma ultrapassagem, até mesmo diminuindo seu ritmo. Quando a Benetton chamou Alesi na volta 32, a McLaren fez a mesma coisa. A conta era simples. David tinha economizado combustível o suficiente para passar menos tempo parado no reabastecimento, enquanto Alesi teria que encher o tanque do seu carro. Bastava que a McLaren não errasse no pit-stop do escocês. E os mecânicos vestidos de negro não erraram. As contas deram certo e Coulthard emergiu na frente de Alesi, enquanto o pessoal da Benetton coçava a cabeça com o 1s perdido por ter que colocar mais combustível no carro de Jean. Quando Hakkinen parou na volta seguinte, os seis primeiros tinha efetuados seus paradas, mas a situação estava completamente diferente. Coulthard liderava à frente de Alesi e Frentzen. Parando mais tarde do que Fisichella e Villeneuve, Hakkinen aproveitou a pista livre para fazer bons tempos e superar os dois, subindo para quarto. E Mika partiu para cima de Frentzen, num final de semana bem apagadinho da Williams, porém, Frentzen teve um alívio quando Hakkinen voltou aos boxes três voltas depois de sua parada programada com um jogo de pneus defeituoso e saindo da zona de pontos e da briga, pelo menos, do pódio. A corrida seguia a mesma toada de antes das paradas, com os líderes ainda próximos (mesmo que nem tanto como antes), mas sem ultrapassagens ou até mesmo tentativas.

Na volta 38 ocorreu o momento mais assustador da corrida, quando Johnny Herbert foi ultrapassado por Ralf Schumacher no final da reta dos boxes, mas o alemão da Jordan fechou na freada antes da hora, forçando Herbert ir para fora da pista a mais de 320 km/h. Felizmente o inglês da Sauber estava bem, mas bastante irritado com Ralf, que do seu lado, acusou Herbert pelo incidente... Isso foi o último fato relevante de uma corrida pobre em emoções, mas não deixava de ser um pódio diferente. Se Williams e Ferrari brigaram pela vitória na maior parte da temporada, em Monza quem brigou pelo triunfo foi McLaren e Benetton, com os dois desafiantes ao título longe até mesmo do pódio, onde Schumacher se aproveitou do problema de Hakkinen para salvar um pontinho. Ainda enlutado pela morte da princesa Diana, Coulthard dedicou à vitória para a ela. Foi uma corrida equilibrada, mas sem emoções e apesar da bipolaridade da briga pelo título, havia uma diversidade interessante nas lutas por vitória. Por isso que a temporada de 1997 é considerada a melhor da década de 1990.

Chegada:
1) Coulthard
2) Alesi
3) Frentzen
4) Fisichella
5) Villeneuve
6) M.Schumacher  

Nenhum comentário:

Postar um comentário