domingo, 3 de novembro de 2019

É hexa!

Lewis Hamilton nem precisava de muito esforço para conseguir o hexa em Austin nessa tarde, porém, alguém como ele não se conforma com uma pálida oitava posição. Hamilton precisa de vitória, ele se alimenta disso. Hoje ele tentou vencer, mesmo não sendo necessário para ratificar o título de 2019. Superado por Valtteri Bottas já nas últimas voltas e ainda tendo que segurar Max Verstappen, Hamilton cruzou a linha de chegada em segundo lugar para subir um degrau no ranking histórico da F1 e se tornar hexacampeão, ficando apenas a um título de se igualar a Michael Schumacher. 

Uma carreira magnífica e que merece poucos retoques aqui e ali. Hamilton tem 83 vitórias, a maioria conquistada durante a era hegemônica da Mercedes desde a introdução dos motores híbridos em 2014. As poles, recorde que por muitos anos ficou nas mãos do seu ídolo Ayrton Senna, Hamilton já tem 87, 22 a mais do que Senna e 19 a mais do que Schumacher. Se não acontecer uma hecatombe em 2020, outros recordes de Schumacher serão quebrados por Lewis Carl Davidson Hamilton, nascido em 7 de janeiro de 1985 em Stevenage, Inglaterra. Vindo de família pobre, Hamilton foi descoberto por Ron Dennis e a McLaren, que o apoiou do kart até chegar a F1 e começar uma jornada impressionante e que até o momento não dá para saber se Lewis já chegou no auge ou não. A maturidade de Hamilton demorou mais do que o esperado, mas o seu talento diferenciado não. Hamilton foi vice-campeão em seu ano de estreia derrotando com o mesmo carro ninguém menos do que Fernando Alonso, então bicampeão mundial e considerado o melhor piloto da época. Ainda sofrendo com a falta de maturidade, Hamilton sofreu para conseguir o seu primeiro título na sua segunda temporada na F1. Vindo de família pobre, não demorou para Hamilton se deslumbrar e saindo do seu foco. O inglês namorou com a pussycat Nicole Scherzinger e depois brigou com seu pai. 

O fim do namoro com Nicole e a saída da McLaren foi um marco para Hamilton, que se juntou ao seu amigo Nico Rosberg na Mercedes, com a benção de Niki Lauda. Porém, a competitividade dos dois pilotos da Mercedes acabou com qualquer vestígio de amizade e Hamilton teve que lutar com um piloto inferior do que ele em termos de velocidade e talentoso, mas extremamente inteligente e ardiloso. Hamilton aprendeu com a derrota para Nico Rosberg em 2016, principalmente quando teria que enfrentar logo em seguida outro multi-campeão como ele. Sebastian Vettel dominou os primeiros anos dessa década e foi contratado pela Ferrari para colocar os italianos de volta ao rumo dos títulos. Hamilton teria que enfrentar novamente um piloto que talvez não fosse tão rápido do que ele, mas Vettel é melhor do que Rosberg e teria a força da Ferrari por trás. A maturidade veio, mesmo que Hamilton não deixasse de ter sua vida extravagante fora das pistas. Foram duas vitórias categóricas em cima de Vettel, que se mostrou mais latino do que a própria Ferrari. Para 2019 Hamilton teria como rivais novamente a Ferrari de Vettel, além da força ascendente da Red Bull de Max Verstappen. Contudo a Mercedes mostrou uma eficiência contundente e conseguiu cinco dobradinhas consecutivas nas cinco primeiras corridas. Bottas deu a pinta que poderia incomodar Hamilton, mas não demorou para Lewis colocar ordem na casa. Mesmo com a Ferrari e a Red Bull crescendo bastante nas corridas finais, a Mercedes se manteve forte o suficiente para garantir as vitórias para os seus pilotos. Se ontem a classificação foi bastante equilibrada, a Mercedes atropelou em ritmo de corrida em mais uma dobradinha em Austin. Hamilton queria garantir o hexa com uma vitória, mas acabou derrotado pela tática de duas paradas de Bottas já nas voltas finais e o segundo lugar ficou praticamente garantido quando uma bandeira amarela no final da reta dos boxes causada por Kevin Magnussen impediu qualquer ataque de Max Verstappen, que vinha na mesma tática de Bottas e estava bem mais rápido.

A corrida ficou legal apenas no final com a perseguição de Bottas e Verstappen em cima de Hamilton, sendo que apenas Bottas conseguiu superar o agora hexacampeão. A Ferrari teve uma corrida horrorosa, onde Vettel levou uma bela ultrapassagem de Hamilton nas primeiras curvas, foi deixado para trás por Sainz e Ricciardo logo em seguida e depois abandonou com a suspensão traseira quebrada. Leclerc tomou impressionantes 50s dos líderes, mostrando bem o quão a Ferrari estava perdidinha nesse domingo. Se a Mercedes vai se mostrando a rainha da eficiência, a Red Bull precisa falar logo com seus pilotos deixarem de desperdiçar tantos pontos bobos. Hoje Albon tocou-se com Sainz na primeira curva e caiu para último, tendo que fazer mais uma corrida de recuperação. O tailandês chegou em quinto, muito bem, mas Albon forçou seu equipamento e pode ter deixado pontos no toque ainda na primeira curva da corrida. Com uma arriscada tática de uma parada, Ricciardo foi o melhor do resto com a sexta posição, seguido pela dupla da McLaren. Largando dos pits por causa de uma punição na sexta, Sérgio Pérez chegou nos pontos, ultrapassado na última volta por Hulkenberg para ser décimo. 

Lewis Hamilton pôde comemorar mais um título num palco que ele adora, que é os Estados Unidos. Com toda a sua família presente, o inglês comemorou um campeonato que se mostrava sob seu controle desde o início. Com tantos números grandiosos, fica a discussão de onde está Lewis Hamilton dentro da história do automobilismo. Tendo seis títulos no bolso, é basicamente impossível negar um lugar entre os gigantes do esporte para Lewis Hamilton. O quão grande, ainda veremos. Não sabemos o que vem por aí para Hamilton, se ele se manterá motivado para liderar a Mercedes a continuar dominando a F1. Há retoques na carreira de Hamilton? Quem não tem?  Porém, ninguém poderá discutir a grandeza de Lewis Hamilton.

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