domingo, 24 de novembro de 2019

Top-10 - Piores da década

Hoje irei iniciar uma série mostrando o que houve de pior e melhor da F1 nessa década que passou. Com a temporada da F1 terminando cada vez mais tarde, reverterei a ordem que fiz dez anos atrás, começando pelos pilotos que entraram na história... pelas portas dos fundos!

1) Jolyon Palmer
Seu pai, Jonathan Palmer, foi um piloto regular de F1 nos anos 1980 e chegou a vencer o Troféu Jim Clark, como melhor piloto que corriam com os motores aspirados em 1987. Jonathan se tornou um notório empresário de corridas depois de se aposentar das pistas e quando seu filho mais velho começou a correr de kart, é claro que o patriarca da família Palmer passou a ajudar no que podia Jolyon a desenvolver sua carreira. Jolyon Palmer correu sempre em categorias em que seu pai era um dos promotores, garantindo sua rápida subida a GP2. Numa época em que a GP2 produzia campeões do nível de Nico Rosberg e Lewis Hamilton, vencer a categoria era um belo cartão de visitas para que um piloto ascendesse à F1. Jolyon passou quatro temporadas antes de se tornar campeão da GP2, derrotando na ocasião Felipe Nasr. Porém, a GP2 também produziu campeões do naipe de Fabio Leimer e Davide Valsecchi. Palmer não se graduou a F1 imediatamente, ao contrário de Nasr, gerando reclamações de Jonathan Palmer. Em 2015 Jolyon se tornou piloto de testes da então Lotus, que seria comprada pela Renault no final do ano. Com um grande lobby do seu pai e patrocinadores ingleses, Jolyon foi contratado como piloto oficial da Renault em 2016. Correndo ao lado de Kevin Magnussen, Jolyon foi esmagado pelo danês e conseguiu apenas um pontinho ao final da temporada. Para sorte de Palmer, Magnussen foi para a Haas e sua vaga permaneceu, aos trancos e barrancos, intacta para 2017. Pois sua segunda temporada foi ainda pior. Mesmo com a Renault evoluindo, a chegada de Nico Hulkenberg aumentou a sensação de que Palmer não estava ao nível da F1. O inglês foi novamente massacrado tanto em ritmo de classificação como de corrida por Hulkenberg e nem mesmo o seu melhor resultado na F1, um sexto lugar em Cingapura, fez Palmer escapar das críticas. Duas corridas depois de sua melhor prova, Palmer seria substituído por Carlos Sainz na Renault, com a cúpula da montadora já sabendo que Jolyon Palmer não faria mais parte dos planos da equipe em 2018. Como Palmer nada fez em duas temporadas, o inglês saiu da F1 como piloto para se tornar comentarista. Num raro momento de sinceridade na F1, Jolyon Palmer admitiu que esteve longe de fazer um bom trabalho na F1 e que mereceu ser demitido antes do final da temporada. Ao menos Jolyon tem noção para ser melhor comentando do que pilotando...

2) Brendon Hartley
Por muitos anos o programa de jovens pilotos da Red Bull foi um exemplo na criação de grandes pilotos na F1. Vettel e Ricciardo são os maiores exemplos da máquina comandada por Helmut Marko. Contudo essa máquina também costuma fritar muitas carreiras. Hartley foi contratado como jovem promessa da Red Bull ainda com 18 anos, mas após cinco anos no programa o neozelandês acabaria dispensado pela Red Bull. Aparentemente sem chances de subir a F1, Hartley enveredou no Endurance com grande sucesso, sendo campeão no WEC e vencendo as 24 Horas de Le Mans com a Porsche. No ano em que venceu a mítica corrida, Hartley recebeu uma estranha ligação: Marko o queria no cockpit da Toro Rosso! Marko havia se cansado de Kvyat e precisava de um piloto experiente para sentar num F1 imediatamente e sem muito testes. Hartley não corria de monopostos fazia muito tempo, mas aceitou a proposta e estreou na F1 no final da temporada 2017. Brendon percebeu que o antes fértil programa de jovens pilotos da Red Bull se tornara um verdadeiro deserto e somente por isso Hartley ficaria na Toro Rosso em 2018. Correndo ao lado do jovem inexperiente Pierre Gasly, Hartley foi atropelado pelo francês. Enquanto Gasly conseguia um quarto lugar no Bahrein e fazia corridas consistentes nos pontos, Hartley remava para entrar na zona de pontuação. Muitas vezes sem sucesso. Como acontecera dez anos antes, Hartley foi dispensado por Marko da Red Bull sem nunca ter mostrado a que veio na F1.

3) Esteban Gutiérrez
Sérgio Pérez foi guindado a F1 pelas ricas mãos de Carlos Slim, um dos homens mais ricos do mundo. Porém, o mexicano de Guadalajara se mostrou bem mais do que um simples pay-driver e Pérez fez uma ótima temporada de estreia na Sauber, tornando-se um dos pilotos mais sólidos da década de 2010. Talvez empolgado com o desempenho do seu pupilo, Slim pensou que colocar um jovem mexicano na Sauber com seu dinheiro bastava para ter um bom piloto na F1. Porém, dificilmente um raio cai duas vezes no mesmo lugar. Esteban Gutiérrez seguia os passos de Pérez nas categorias de base europeias, vencendo a F-BMW e GP3. Porém, o mexicano se mostrava afobado e bastante propenso a erros, características comprovadas na GP2, onde não conseguiu vencer mesmo estando na melhor equipe da época, a Lotus ART. Ainda assim Gutiérrez graduou-se a F1 em 2013 pela mesma Sauber de Pérez. A comparação com o compatriota foi imediada e bastante cruel com Gutíerrez, que além de não mostrar a mesma velocidade das categorias de base, manteve-se afobado e errando demais. Ao lado de Hulkenberg, Gutíerrez foi humilhado. Enquanto o alemão marcava pontos com alguma regularidade, Gutíerrez só marcou seus primeiros pontos, de forma chorada, já no final da temporada. Naquela época a Sauber já estava em dificuldades financeiras e somente isso permitiu a Gutíerrez uma segunda temporada na equipe suíça, mas com um carro pior, os resultados foram, logicamente, ainda piores para o mexicano, que acabou dispensado. Gutíerrez corria na Academia da Ferrari e quando Gene Haas resolveu construir um carro de F1 em parceria com a Ferrari, o americano pediu uma opinião aos italianos, que indicaram Gutíerrez. Muito provavelmente Haas estava ocupado demais na sua equipe e não viu muitas corridas de F1 na época. Após um ano sabático, Gutíerrez voltava a F1 pela Haas. Foi outro vexame! Foram vários abandonos, enquanto Grosjean marcava pontos aqui e ali, além de sempre ser bem mais rápido do que o mexicano, que seria dispensado sem maiores cerimônias ao final da temporada pela nova equipe sem nenhum ponto marcado. Um tiro n'água com direito a muita tequila! 

4) Lance Stroll
Como um piloto que subiu ao pódio e largou na primeira fila na F1 pode estar entre os piores da década? Pois bem, o caso de Lance Stroll tem muito mais a ver com o tamanho do bolso do seu pai do que seu talento. Stroll passou muito bem nas categorias de base europeias, vencendo títulos por onde passou. Bom indício, certo? Nem tanto, se olharmos alguns detalhes. Seu pai Lawrence Stroll comprava a melhor equipe da categoria em que seu herdeiro fosse correr e deixava Lance como piloto principal. Na F3, onde Lance se sagrou campeão com sobras, os outros pilotos da equipe eram contratados para serem coaches de Stroll e houve indícios de ordens de equipe para que Lance vencesse. Com a Williams já não tão bem das pernas, Lawrence Stroll comprou parte da equipe e... adivinhem? Sim, impôs que seu filhote estreasse na F1! Com apenas 19 anos Lance Stroll debutou na F1 mostrando muito afobamento e falta de maturidade. Seu ritmo em uma única volta era terrível, melhorando sensivelmente em ritmo de corrida. Mesmo contando com vários treinadores, inclusive Felipe Massa para auxilia-lo, Stroll nunca se desenvolveu como um piloto promissor que nunca foi. Com a Williams cada vez pior, Lawrence comprou a Force India, transformando-a em Racing Point e, claro, colocando Lance na equipe. Esse ano vimos novamente o canadense apanhar feio no grid em comparação a Sergio Pérez e apenas alguns pontos conquistados em corridas fortuitas. Mesmo sem muita condição, Stroll vai ficando na F1 enquanto o bolso sem fundo do seu papai lhe permitir...  

5) Giedo van der Garde
O mundo corporativo trabalha bastante hoje em dia em clima organizacional, onde o colaborador deve se sentir bem acolhido pelos seus pares e superiores. Bom, Giedo van der Garde parece não ligar muito para esse mantra corporativo quando tentou entrar na Sauber a fórceps. Exímio kartista, Van der Garde fez uma carreira decente nas categorias de base, mas só entrou na F1 por causa do seu sogro rico, na antiga Caterham. O holandês não foi de todo mal, mas nada que chamasse a atenção. Porém, o patrocínio que ele tinha interessava as equipes em dificuldades e Van der Garde foi contratado como piloto de testes da Sauber com a promessa de se tornar titular no segundo ano. Só que Monisha Katelborn não entendia assim e para 2015 vendeu seus dois cockpits para Felipe Nasr e Marcus Ericsson. Sentindo-se lesado, Van der Garde, que não fez um único teste na pré-temporada, foi à Austrália e conseguiu na justiça local que participasse da corrida pela Sauber. Foi uma zona! O holandês chegou aos boxes da Sauber uniformizado, mas era evitado por todos da equipe. Na bodega suíça comandada por Katelborn, conseguiu-se um acordo e Giedo Van der Garde nunca mais foi visto no paddock da F1. E Katelborn foi afastada da Sauber logo depois.

6) Sergey Sirotkin
Pay-drivers sempre existiram na F1, mas um piloto sem nenhuma experiência e com apenas 17 anos estrear na categoria era um pouquinho demais. Pois isso quase aconteceu com Sirotkin, que conseguiu um acordo com a Sauber em 2014 e chegou a testar para conseguir a super-licença. Porém, a bodega suíça que era a Sauber de Katelborn desfez o negócio e Sirotkin teria que esperar um pouco mais para estrear na F1. Mesmo não se destacando na GP2, o russo conseguiu comprar um cockpit na Williams de última hora e finalmente estrearia na F1 em 2018. Ao lado de Lance Stroll, Sergey Sirotkin formou uma das piores duplas de pilotos que a F1 jamais viu. Com um carro ruim, uma equipe sem comando firme e dois pilotos inexperientes, a Williams naufragou com seus dois pilotos que estão nessa série. Sirotkin conseguiu a proeza de fazer parelha com o horroroso Lance Stroll. Motivos mais do que suficientes para o russo estar aqui.

7) Marcus Ericsson
Em meados da década passada, um dos melhores celulares que haviam era o Sony-Ericsson. Para quem ligou o nome da multinacional com o piloto, acertou em cheio. Milionário, Marcus Ericsson passou pelas categorias de base europeias sem muito barulho, mas graças ao seu dinheiro subiu a F1 com a Caterham. Quando a Sauber estava orando por um pay-driver, Ericsson estava lá para salvar a lavoura. Por essas sortes da vida, em 2015 a Sauber construiu um bom carro e Felipe Nasr chegou a ser quinto colocado na primeira corrida da temporada, na Austrália. Já Ericsson foi apenas oitavo, uma volta atrás. Mesmo claramente inferior ao brasileiro, Ericsson ficou na equipe quando as finanças apertaram na Sauber novamente e 'investidores suecos' salvaram a equipe. Foram cinco temporadas em que Marcus Ericsson ficou no final do pelotão da F1 e tomando tempo dos companheiros de equipe.

8) Stoffel Vandoorne
O belga é mais um caso de piloto que surgiu no vácuo de alguém que surgiu muito bem, mas que acabou dando muito errado. Quando revelou Lewis Hamilton, a McLaren sabia que tinha uma boa receita para forjar campeões. Por isso a equipe contratou Stoffel Vandoorne ainda bem novo, o colocando em boas equipes nas categorias de base. E o belga não decepcionou, vencendo por onde passou e causando ótima impressão. Porém, Vandoorne deu azar de subir na F1 no pior momento possível da McLaren. A equipe vivia em conflito com a Honda, que não conseguia fornecer um motor decente para a tradicional escuderia, enquanto Fernando Alonso não se furtava em colocar gasolina na fogueira. Foi nesse caos que Vandoorne estreou na F1, mas correndo ao lado de um piloto histórico como Alonso, num carro que deixava a desejar e numa equipe em uma difícil fase de transição, Vandoorne naufragou na F1, perdendo confiança na medida em que os resultados não vinham, acabando na saída do belga da McLaren e da F1 pelas portas dos fundos, sem nunca mostrar o que dele se esperava.

9) Daniil Kvyat
O torpedo é uma arma tática de grande poder de destruição em batalhas navais. Isso poderia ser um bom apelido na F1, mas não no caso de Kvyat. O russo foi outra cria do programa de jovens pilotos da Red Bull e estreou muito bem na F1, mostrando velocidade na Toro Rosso. Quando Vettel foi para a Ferrari, Kvyat subiu para a Red Bull. Seu primeiro ano não foi ruim, mas sua principal característica ficou bem clara: seu afobamento. Não faltaram acidentes para Kvyat, mas foi em sua segunda temporada na RBR que o russo ficou conhecido como 'torpedo'. Após uma corrida na China onde aprontou bastante, Kvyat conseguiu bater duas vezes em Vettel em duas curvas na sua corrida caseira, atrapalhando ainda seu companheiro de equipe Ricciardo. Também cria da Red Bull, Vettel foi a sua antiga equipe reclamar de Kvyat, que acabaria rebaixado à Toro Rosso ainda no começo da temporada para dar lugar ao fenômeno Max Verstappen. O russo sentiu bastante o passo atrás e em 2017 acabaria dispensado da Toro Rosso e da Red Bull. Porém, Marko não tem mais tantos frutos no seu programa de jovens pilotos e sem alternativas, trouxe Kvyat de volta para a Toro Rosso. Ao lado do novato Alex Albon, Kvyat acabou ficando para trás e viu o tailandês, e não ele, subir para a Red Bull quando rebaixaram Gasly. Só que ao contrário de Daniil, Gasly cresceu no seu passo atrás e em Interlagos, o francês conseguiu um emocionante segundo lugar, enquanto Kvyat foi apenas nono. Apesar de veloz e ser genro de Nelson Piquet, Kvyat apenas esquenta lugar para alguém do programa da Red Bull lhe tomar o lugar. Novamente!

10) Lucas di Grassi
O brasileiro teve uma bela carreira no kart e nas categorias de base até chegar na F1, mesmo que na barca furada que foi a Virgin. Di Grassi nada mostrou em seu único ano na F1 e foi dispensado para continuar sua carreira no Endurante e na F-E com sucesso. E por qual motivo Di Grassi está aqui? Sabe aquela música 'Beijinho no ombro'? Pois bem, Lucas di Grassi parece nunca ter se conformado em ter fracassado na F1 e fica elogiando a péssima F-E com argumentos fracos e que não respondem ele ter tomado pau do Timo Glock...

Nenhum comentário:

Postar um comentário