domingo, 25 de outubro de 2020

Número 92


E a história foi feita! Sim, há muitos pormenores a serem ditos sobre todo o contexto da F1 atual, mas não se pode negar aos fatos. Lewis Hamilton se tornou hoje o piloto com o maior número de vitórias da história da F1, ultrapassando a antiga marca, que já parecia imbatível, de Michael Schumacher. O incrível número de vitórias levam à alguns fatos assustadores. Hamilton tem o mesmo número de vitórias de Prost e Senna somados, os pilotos-lendas que estão em quarto e quinto nessa lista histórica. Claro que o enorme domínio da Mercedes na era híbrida é um grande fator desequilibrante, além de outros detalhes, mas o que Hamilton conseguiu nesse domingo o coloca entre os gigantes do esporte.


A corrida de hoje teve como expectativa a chuva que poderia aparecer a qualquer hora. De certa forma ela até apareceu, mas de forma muito leve, porém o bastante para bagunçar a primeira volta em Portimão. O clima frio, o asfalto escorregadio, a pista levemente molhada e os pneus que não aqueciam corretamente causou um verdadeiro pandemônio na primeira volta, com praticamente todos os pilotos mudando de posição. Carlos Sainz pulou da sétima posição para primeiro, enquanto Norris era terceiro, mas tudo não passou de um rápido sonho de verão para a McLaren, com a Mercedes rapidamente colocando a casa em ordem, com Bottas em primeiro. Hamilton vinha perto do finlandês, talvez economizando pneus ou estudando as condições da pista. Quando se sentiu seguro, foi a vez de Hamilton colocar a casa em ordem com uma ultrapassagem arrebatadora sobre o companheiro de equipe e depois enfiando 20s goela abaixo de Bottas, que nada pode fazer do que se contentar com o segundo lugar e completar outra dobradinha da Mercedes. A diferença entre Hamilton e Bottas ficou latente hoje. Por mais que Valtteri seja forte nas classificações, Hamilton mostra as suas cartas no domingo e Bottas nada pode fazer. E talvez poucos poderiam. Hamilton já está na categoria de lenda viva da F1.


Max Verstappen fez o papel que lhe cabe atualmente, que é levar sua Red Bull ao terceiro lugar, mas o neerlandês teve um toque forte com Sergio Pérez na confusa primeira volta e mesmo investigado, Max nada sofreu e apenas levou seu carro ao final para receber a bandeirada. No entanto a Red Bull em outros problemas para resolver. O desempenho de Alex Albon só piora e hoje ele tomou uma volta do companheiro de equipe e sequer pontuou. Apesar da referência ser ingrata, Albon está mostrando muito menos do que se espera dele e a pressão só aumenta sobre o tailandês. Albon já corre sério risco de ser a próxima vítima da máquina de triturar pilotos comandada por Helmut Marko. Enquanto isso, Pierre Gasly fez outra boa corrida, mostrando ao mesmo Marko que nem todos os jovens pilotos tem a mesma velocidade de desenvolvimento. Após um ano horroroso com a Red Bull ano passado, Gasly foi rebaixado para a hoje Alpha Tauri e seu trabalho desabrochou. Contudo, a falta de paciência de Marko não ajuda e talvez a Red Bull olhe para fora do seu programa para trazer um piloto que pelo menos pontue no Mundial de Construtores, algo que Albon não vem conseguindo. Pérez foi um dos destaques da corrida ao cair para último depois do toque com Verstappen e ocupar um quinto lugar, mas o mexicano perdeu duas posições nas voltas finais. Pérez é um dos candidatos ao lugar de Albon. Já Stroll... Não deixa de ser triste ver um piloto tão fraco ter um bom equipamento nas mãos e cometer erros tão elementares, como não respeitar a lei da física em que dois corpos não ocupam o mesmo espaço ao mesmo tempo. A tentativa de ultrapassagem sobre Norris foi de um otimismo atroz e o toque entre os dois jovens pilotos foi inevitável, fazendo Stroll rodar, ser punido corretamente e abandonar quando estava em último, fazendo a equipe do seu papai perder mais pontos preciosos no Mundial de Construtores.


A Ferrari parece ter hoje duas equipes em uma. De uma parte, Charles Leclerc faz ótimas classificações, coloca seu carro limitado em posições acima do seu potencial e marca pontos importante com um sólido quarto lugar. Do outro lado, Vettel fez outra corrida medíocre, onde sofreu para pontuar. Muito pouco para um tetracampeão que é terceiro na lista de vencedores da F1. A Renault errou a dose de pressão aerodinâmica e seus carros eram muito lentos na longa reta dos boxes, mas Ocon ainda conseguiu ficar à frente de Ricciardo, algo não muito usual em 2020. Kimi Raikkonen conseguiu uma primeira volta estupenda, quando pulou incríveis dez posições! Logicamente as limitações da Alfa Romeo fizeram Kimi perder as posições, mas  Raikkonen mostrou que ainda é capaz de nos deslumbrar com sua magia.


O ótimo circuito de Portimão nos propiciou uma corrida movimentada e talvez em sua única edição na F1, um momento histórico. Lewis Carl Davidson Hamilton conseguiu outro recorde e vai reescrevendo a história da F1.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário