Já fizeram a pergunta de como seria se a Mercedes não estivesse na F1. Seria mais equilibrado? Bom, de certa forma, a MotoGP em 2020 está mostrando isso. Sem a presença desequilibrante de Marc Márquez nessa temporada por causa de sua grave lesão no braço, a MotoGP está se mostrando incrivelmente equilibrada e surpreendente, onde não se pode afirmar quem será o próximo vencedor. Repetir vitórias? Apenas os pilotos da Petronas Yamaha, com Franco Morbidelli conseguindo seu segundo triunfo do ano e da carreira em Aragão nesse domingo. A atípica temporada 2020 está tão imprevisível, que não há lógica de uma corrida para outra.
Enquanto Morbidelli venceu dominando a corrida de ponta a ponta, seu companheiro de equipe Fabio Quartararo foi apenas oitavo, em outra exibição opaca do francês. A melhor Ducati foi o quinto colocado Zarco, com um modelo de 2018. A Yamaha que vem vencendo não é da equipe de fábrica, mas sim da equipe satélite. A única moto regular desse ano é a Suzuki, que vai colocando seus dois pilotos em ótimas posições a ponto de Joan Mir ser líder do campeonato sem ter uma única vitória. O equilíbrio marcante desse ano, porém, não garante muita coisa para Mir ou qualquer um que esteja na luta pelo título, pois a diferença entre os primeiros colocados é bastante pequena e tudo pode mudar nas próximas corridas. Hoje foi a vez de Morbidelli vencer. O italiano se aproveitou da precoce queda do poleman Nakagami para dominar a corrida de ponta a ponta, onde Franco só não liderou as primeiras curvas. Mesmo tendo a Suzuki de Rins o tempo todo em seu cangote, Morbidelli não se acabrunhou e mesmo todos esperando o ataque da Suzuki nas voltas finais, já que a moto de Hamamatsu funciona muito bem com o tanque vazio, Morbidelli aumentou a diferença para Rins nos giros derradeiros para receber a bandeirada de forma tranquila e entrar de vez na briga pelo título.
Quartararo, tão badalado no começo do ano e com vaga certa na equipe oficial da Yamaha em 2021, fez outra corrida esquecível, que se não foi tão ruim quanto da semana passada, também esteve longe de ser uma corrida de campeão. O francês parece ainda não ter o estofo para aguentar a pressão, algo que já está muito claro com Maverick Viñales, que basta ser ultrapassado uma vez para ter seu psicológico destruído. Outrora favorito ao título, Andrea Doviziozo vai sofrendo com sua Ducati que simplesmente não anda e hoje só foi melhor do que o fraquíssimo Tito Rabat com a mesma marca. Muito pouco para quem quer lutar pelo título. A Honda dá sinais de sobrevida. Ontem Nakagami foi pole, mas estragou tudo nas primeiras curvas. Alex Márquez, em rápido crescimento, era um dos mais rápidos quando caiu.
Joan Mir vai enchendo o papo na medida em que vai conseguindo pódios. O espanhol da Suzuki não teve uma boa classificação, mas subiu rapidamente para o pelotão da frente, porém o terceiro lugar foi o limite para Mir, contudo, como ele chegou à frente de Quartararo e Viñales, ainda sendo capaz de aumentar sua vantagem no campeonato, mas a vitória de Morbidelli e o segundo lugar de Rins, somado a vitória do espanhol semana passada, deixou os sete primeiros embolados na briga pelo títulos. Faltam poucas corridas para o fim, mas o clichê é claro: tudo pode acontecer!
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