sexta-feira, 12 de junho de 2015

História: 10 anos do Grande Prêmio do Canadá de 2005

Pelo o que vinha acontecendo na temporada 2005, apenas Renault e McLaren, pelo menos em condições normais, eram os favoritos para vencer em Montreal, o problema era que dificilmente a prova canadense era normal, com a chuva podendo aparecer, fora as constantes entradas do safety-car. Como o circuito Gilles Villeneuve tem pouco downforce, mas freadas fortes, os freios sofreriam bastante, além dos motores, pois a maioria das equipes iriam para a o Canadá com o mesmo motor de Nürburgring. Quando se podia testar à vontade, as equipes foram testar as condições de pouco downforce e freadas fortes em Silverstone e Monza, com a McLaren liderando os três dias na Inglaterra, enquanto a BAR liderou o primeiro dia em Monza, com a Ferrari ficando na ponta nos dois dias seguintes.

Os treinos livres foram dominados, como esperado, por Renault e McLaren, mas na classificação, quando ainda se treinava com a mesma quantidade de combustível com que os pilotos iriam largar, Jenson Button causou a grande surpresa do dia ao ficar com a pole, apenas algumas semanas depois da desclassificação da BAR em Ímola e a posterior suspensão da equipe. Para completar a surpresa, Michael Schumacher completou a primeira fila, com Fernando Alonso ficando com a terceira posição, sendo o primeiro dos favoritos. As outras surpresas eram o oitavo lugar de Villeneuve e um impressionante 15º da Minardi de Albers, enquanto a Williams decepcionou ao ficar fora do top-10, enquanto a Toyota ficou apenas em nono e décimo. O divórcio entre Williams e BMW se aproximava e com isso, o desempenho da equipe caía cada vez mais...

Grid:
1) Button (BAR) - 1:15.217
2) M.Schumacher (Ferrari) - 1:15.475
3) Alonso (Renault) - 1:15.561
4) Fisichella (Renault) - 1:15.577
5) Montoya (McLaren) - 1:15.669
6) Sato (BAR) - 1:15.729
7) Raikkonen (McLaren) - 1:15.923
8) Villeneuve (Sauber) - 1:16.116
9) Trulli (Toyota) - 1:16.201
10) R.Schumacher (Toyota) - 1:16.362

O dia 12 de junho de 2005 estava quente e úmido em Montreal, mas não havia sol, causando preocupações de que uma pancada de chuva pudesse acontecer a qualquer momento, porém, a meteorologia não previa isso. Desde quando se chamava Benetton, a Renault sempre causou suspeitas pelas suas largadas-relâmpago e em Montreal, os dois carros azuis fizeram uma largada impressionante no apagar das cinco luzes, com Fisichella assumindo a ponta, seguido por Alonso, ambos tendo saindo da segunda fila. Os ocupantes da primeira fila caíram, mas se Button ainda segurou um terceiro lugar, Schumacher caiu para sexto, ficando atrás das duas McLarens, que largaram e muito bem, com Montoya em quarto e Raikkonen logo a seguir.

Quando a poeira assentou, os dois carros da Renault começaram a abrir vantagem sobre Button, que mantinha calmamente as duas McLarens atrás de si. Ainda no começo da corrida, Alonso falou pelo rádio que era mais rápido que Fisichella, claramente pedindo passagem, mas a equipe francesa não lascou para o mundo o infame 'Fernando is fasther than you', e Fisichella permaneceu na ponta por enquanto. Como era esperado, os ocupantes da primeira fila foram os primeiros a irem aos pits, com Schumacher fazendo sua parada na volta 11 e Button três voltas depois. Ambos, claramente, numa estratégia de três paradas. Sem Button para atrapalhar, os dois carros da McLaren imprimiram um ritmo mais forte e passaram a diminuir a diferença para a dupla da Renault. Enquanto Raikkonen marcava a volta mais rápida na aproximação aos líderes, ficava claro que as duas principais equipes do momento estavam em estratégias idênticas, com Alonso e Montoya parando na volta 24, com Fisichella e Montoya parando pela primeira vez na volta seguinte. Quando o colombiano estava saindo dos pits, ele estava assumindo a segunda posição de Alonso, mas o colombiano cometeu o seu primeiro erro bizarro do dia ao passar pela grama e perder a posição para Alonso que, para seu desespero, continuar em segundo. Mesmo Briatore ser claramente pró-Alonso, o fair-play se mantinha na Renault. 

Porém, não demoraria para Alonso tomar a ponta, quando Fisichella ficou lento pela pista na volta 32 e abandonou com problemas hidráulicos. Assim, o espanhol liderava, mas com os dois carros da McLaren cada vez mais próximos. Contudo, seis voltas após assumir a liderança, Alonso apareceu lento na pista e com uma mancha branca no seu pneu traseiro direito. O espanhol cometeu, praticamente, seu primeiro erro de 2005 e bateu no muro enquanto era perseguido por Montoya, quebrando a sua suspensão e se tornando o segundo líder a abandonar, enquanto a Renault tinha o seu pior final de semana de 2005 em termos de resultado. Montoya tinha 6s de vantagem para Raikkonen, mas o finlandês já se aproximava do seu companheiro de equipe, quando o safety-car deu o ar da graça em Montreal. Button estava em terceiro, fazendo uma corrida agressiva por causa de sua estratégia de três paradas, e ao forçar o ritmo, acabou batendo na zebra na última chicane e o inglês bateu forte no Muro dos Campeões. Button acertou o muro quatro anos antecipado, mas a entrada do safety-car acabou decidindo a corrida. Com a corrida neutralizada, vários pilotos foram aos pits e Montoya acabou se atrapalhando com o rádio na McLaren. Por incrível que pareça, o colombiano fez seu segundo pit-stop atrás de Raikkonen! Provavelmente furioso com a confusão, Montoya saiu dos pits de forma agressiva, ficando logo atrás da Red Bull de David Coulthard. Na época, quando o safety-car estava passando na reta, os pits era fechados, com uma luz vermelha no final do pit. Na confusão que se seguiu, Montoya ignorou a luz vermelha e acabou desclassificado. Se viu ou não o sinal vermelho, esse segundo erro bizarro do dia era outro golpe numa temporada decepcionante de Montoya na McLaren.

Raikkonen assumia a ponta da corrida na relargada, ainda com vinte voltas para o fim, com Schumacher ficando em segundo lugar e com um carro mais leve, tentava se aproximar de Kimi, porém, um dos grandes nomes da corrida era Rubens Barrichello. O brasileiro da Ferrari teve problemas nos treinos e largou dos pits, mas nesse momento já estava em quarto. A temida chuva ameaçou bagunçar a corrida no final, com uma pequena garoa em determinados lugares da pista, mas como o asfalto estava muito quente, as equipes não se mobilizaram para uma troca de pneus. Trulli vinha confortavelmente em tercero e estava pronto para conseguir outro pódio no ano, mas o freio dianteiro direito da Toyota do italiano explodiu espetacularmente na freada da última chicane. Trulli teve habilidade em controlar o seu carro, mas ele teve que abandonar. Schumacher ainda tentou um ataque final em cima de Raikkonen, mas o finlandês tinha a corrida sob controle e venceu novamente, ganhando um pouco de respiro no campeonato. A Ferrari teve um raro bom final de semana com seus dois pilotos no pódio, sendo Barrichello um dos destaques do dia. Na briga pelo quarto lugar, Webber pressionou Massa até a bandeirada, mas o brasileiro segurou muito bem a posição, igualando o seu melhor resultado, obtido em Spa/2004. Ralf Schumacher ainda salvou alguns pontos para a Toyota, enquanto a Red Bull, após uma corrida de altos e baixos, ficou com as últimas posições pontuáveis. E não houve, dez anos atrás, ameaças de Marko ou Horner de abandono da F1 por parte da Red Bul... Tinha sido uma corrida divertida, mas no campeonato, mesmo abandonando, Alonso ainda tinha liderança confortável, enquanto para Raikkonen, a partir daquele momento era vencer ou vencer. A rivalidade entre Alonso e Raikkonen daria o tom do resto da temporada.

Chegada:
1) Raikkonen
2) M.Schumacher
3) Barrichello
4) Massa
5) Webber
6) R.Schumacher
7) Coulthard
8) Klien 

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