Conta-se que quando o segundo filho de Rolf e Elizabeth Schumacher nasceu, decidiu-se homenagear o pai, chamando o caçula da pobre família alemã de Rolf Jr, mas o 'Junior' poderia estigmatizar a criança quando se tornasse adulto e por isso, mudou-se o nome para Ralf, ainda homenageando o patriarca da família. Contudo, o tempo passou e Ralf Schumacher continuou estigmatizado pelo nome quando adulto. Irmão mais novo de uma das lendas do automobilismo mundial em todos os tempos, Ralf ficou sempre à sombra de Michael e como a pronúncia do seu nome lembra muito 'half' (metade em inglês), ele ficou conhecido como 'Metade' Schumacher, como seu nome indica. Piloto muito rápido nos bons dias, Ralf ficou marcado pela inconstância de sua carreira (justamente o oposto do seu irmão) e muitas vezes ele ficava aquém de suas reais possibilidades. De personalidade difícil, Ralf brigou com praticamente todos os seus companheiros de equipes durante os anos em que esteve na F1, mas o alemão foi um piloto de ponta na categoria na primeira década do século 21 e completando 40 anos hoje, vamos conhecer um pouco mais da carreira dele.
Ralf Schumacher nasceu no dia 30 de junho de 1975 em Hürth, na então Alemanha Ocidental. As corridas sempre estiveram presente na vida do segundo filho da família Schumacher. Seu pai Rolf trabalhava no kartódromo de Kerpen, um dos melhores da região e seu irmão mais velho, Michael, já corria na pista de Kerpen quando ele nasceu. Mais ou menos na mesma idade em que Michael sentou num kart, Ralf sentou no micro-bólido pela primeira vez aos três anos de idade. Logicamente, utilizando o mesmo equipamento do seu irmão seis anos e meio mais velho, como normalmente acontece nas famílias normais. A família Schumacher era humilde e Michael teve que se realizar bicos para se manter correndo. Com sucesso. Dedicado à velocidade e com apoio dos pais, Michael se torna um dos melhores kartistas da Europa nos anos 80, trazendo em seu vácuo, o seu amado irmão mais novo. Como era bem mais jovem do que Michael, Ralf aproveitou-se da fama de Michael na ocasião para conseguir bons equipamentos, além dos valiosos conselhos do irmão mais velho. Exatamente no ano em que Michael chegou à F1, em 1991, Ralf conquistou o campeonato alemão junior de kart, conseguindo um vice-campeonato na categoria graduados no ano seguinte. Ao mesmo tempo em que fazia seu último ano no kart, Ralf compete pela primeira vez nos carros, conseguindo um bom sexto lugar na Formula ADAC, categoria para jovens pilotos na Alemanha. Em 1993 Ralf é vice-campeão da categoria, conseguindo um teste na F3, pela equipe WTS. A mesma em que Michael Schumacher se sagrou campeão da F3 Alemão em 1990. A equipe WTS era de propriedade de Willi Weber, que era empresário de Michael Schumacher e seria também de Ralf. O primeiro ano de Ralf na F3 foi excelente, conquistando um bom terceiro lugar no campeonato, além de um quarto lugar na famosa corrida de Macau. Ralf fica mais um ano na F3 em 1995 na mesma equipe, mas o alemão é derrotado no campeonato pelo argentino Norberto Fontana, mas consegue a vitória em Macau.
Com Michael Schumacher já tendo conquistado dois títulos na F1, Ralf começa a ser visado como um novo campeão em potencial e por isso, havia muita pressão no jovem alemão. Numa manobra incomum, Ralf se mudou para a F3000 Japonesa, conhecida também como F-Nippon, em 1996, ao invés de se graduar para a F3000 Internacional, na época, o último degrau antes da F1. Porém, a F3000 Japonesa utilizava praticamente os mesmos carros da versão europeia e ainda tinha apoio das grandes montadoras japonesas, garantindo uma categoria fortíssima tecnicamente. No Japão, Ralf encontraria novamente Fontana, além de pilotos como Marco Apicella e Pedro de la Rosa. O campeonato japonês era tão forte, que nunca um piloto novato havia vencido o campeonato, mas Ralf quebrou esse tabu e com três vitórias derrota seu companheiro de equipe Naoki Hattori para se sagrar campeão da F3000 Japonesa. Mesmo no oriente, o nome de Ralf Schumacher não foi esquecido pela F1 e em agosto de 1995 o jovem alemão fez um teste com a McLaren, mas graças aos contatos de Michael e Weber, ele assina um contrato com a Jordan para 1997. Ralf estrearia exatamente seis anos depois do seu irmão mais velho na F1 na mesma equipe, mas numa época em que a F1 ainda não tinha pilotos tão jovens entrando na categoria, o fato de ainda ter 21 anos da época chamou bastante a atenção da mídia que acompanha a F1, além do fato dele ser o irmão mais novo de Michael Schumacher, a maior estrela da categoria. Ralf só estaria na F1 por ser irmão de Michael? Essa era a pressão que Ralf teria que suportar em sua primeira temporada na F1 e os erros nas duas primeiras corridas deu munição aos críticos. Então, veio a etapa argentina da F1, a terceira de 1997. Ralf larga num bom sexto lugar e numa corrida de espera, o alemão consegue um excepcional terceiro lugar, garantindo o seu primeiro pódio, se tornando na época, o piloto mais jovem a conseguir subir ao pódio na F1. Porém, durante a corrida, Ralf teve um entrevero com seu companheiro de equipe, o também jovem Giancarlo
Fisichella. Pensando a longo prazo, Ralf preferia que o seu companheiro de equipe fosse o experiente Martin Brundle para 1997, pois o inglês poderia lhe oferecer mais conselhos técnicos e seria uma boa referência, mas a Jordan trouxe Fisichella para o time, tão jovem e faminto quanto Ralf. O alemão não gostou muito da decisão e a antipatia entre eles foi praticamente imediada, com o incidente em Buenos Aires só piorando as coisas. A temporada de 1997 foi uma das mais disputadas da F1 na década de 90, com vários pilotos de equipes diferentes conseguindo marcar pontos e até pódios. A Jordan consegue produzir um bom carro, permitindo à Ralf marcar pontos com alguma constância. Durante o Grande Prêmio da França, Ralf é ultrapassado pelo líder Michael Schumacher nas últimas voltas, mas o piloto da Ferrari dá passagem ao irmão mais novo na última volta, fazendo com que Ralf consiga um ponto, pois Alesi abandonou na última volta. Os irmãos Schumacher eram muito próximos e não raro, Michael dava voltas a pé, nas pistas desconhecidas do seu irmão mais novo, mostrando à Ralf as manhas das pistas novas. Nem mesmo o fato de um erro de Ralf na primeira curva de Nürburgring ter atrapalhado Michael em sua luta pelo título de 1997 diminuiu o amor entre os irmãos. No final da temporada, Ralf ficou atrás de Fisichella na campeonato, mas havia demonstrado muita velocidade em algumas ocasiões. Restava melhorar a constância.
Com Fisichella indo para a Benetton em 1998, finalmente Ralf teria seu desejo realizado de ter um piloto experiente ao seu lado. O problema era que o piloto em questão seria Damon Hill, inimigo fidagal do seu irmão mais velho. Contudo, essa não seria a maior dor de cabeça de Ralf Schumacher. As grandes mudanças de regulamento de 1997 para 1998 mudou radicalmente o equilíbrio da F1 e a Jordan, que brigava com certa frequência pelos pontos em 1997, teve sérios problemas em 1998. O carro não tão era veloz e, para piorar, também não era muito confiável. Isso mexeu com a cabeça de Ralf, que provocou alguns incidentes no começo da temporada e só foi marcar seu primeiro ponto na confusa corrida da Inglaterra, onde seu irmão venceu passando por dentro dos boxes. Então, veio o Grande Prêmio da Bélgica, corrida famosa pela carambola da primeira curva, que vitimou praticamente todo o grid. Ralf escapou por pouco da confusão, mas numa pista muito molhada, a corrida teve vários acidentes, inclusive um em que Michael quase saiu no tapa com David Coulthard. No final da prova, com apenas oito carros ainda correndo, Ralf se viu em segundo lugar, logo atrás de Damon Hill. E mais rápido. Com receio de mais problemas, Eddie Jordan mandou Ralf Schumacher não atacar Hill nas últimas voltas, mantendo as posições na pista. Ralf ficou tão injuriado, que quase perdeu o segundo lugar para Alesi, mas aquilo arruinou suas relações com a Jordan. Em negociação para 1999, Ralf Schumacher anunciou logo depois de Spa que estava indo para a Williams na temporada seguinte. Frank Williams estava apalavrado com a BMW desde 1997 e ter um alemão na sua equipe era um trunfo para agradar os tedescos, que só entrariam na F1 no ano 2000. Ralf teria como companheiro de equipe Alessandro Zanardi, que tinha sido um verdeiro furacão na CART em 1997 e 1998. Na teoria, Ralf seria o segundo piloto do italiano, trazido à peso de ouro de volta para a F1, mas a prática foi bem diferente. Mesmo o italiano se tornando amigo de todos dentro da Williams, graças a sua simpatia, Zanardi não se adaptou à F1 e Ralf tomou as rédeas da equipe. Logo em sua estreia pela Williams, Ralf sobe ao pódio com um terceiro lugar e com o quarto lugar no Brasil, o alemão era segundo colocado no Mundial de Pilotos. Mesmo utilizando um motor Supertec, que nada mais era que o velho motor Renault de 1997 recauchutado, Ralf fazia uma ótima temporada, se tornando um dos destaques da temporada, marcando pontos de forma regular.
Após um excelente segundo lugar em Monza, Ralf Schumacher esteve muito próximo de sua primeira vitória na chuvosa Nürburgring, quando um pneu furou quando o alemão estava na liderança. Porém, essa decepção não maculou a boa temporada do alemão, que finalizou o campeonato em sexto, sua melhor posição na F1 até então. Com a chegada do novo motor BMW, o ano 2000 tendia ser de desenvolvimento tanto para a Williams, como que para Ralf Schumacher. Porém, o alemão surpreendeu ao conseguir um ótimo terceiro lugar na abertura da parceria Williams-BMW. Como era de se esperar, Ralf e a Williams tem momentos bons e ruins durante o ano com o motor BMW, não raras vezes o alemão tendo que largar abaixo do top-10. Durante a corrida em Mônaco, Ralf Schumacher sofre seu primeiro grande acidente na F1, quando ele bate na St. Devote e um braço de suspensão atravessa o monocoque e provoca um corte profundo na perna de Ralf. O alemão quase não correu na prova seguinte em Montreal, mas participou da corrida normalmente. Mesmo o motor BMW ainda em desenvolvimento, Ralf consegue dois pódios nas rápidas pistas de Spa e Monza (essa corrida foi marcada pelo choro de Michael, quando ele foi lembrado que tinha atingido o mesmo número de vitória de Senna, sendo consolado pelo irmão mais novo). Num ano dominado por Ferrari e McLaren, o fato de Ralf ficar com o quinto lugar indicava que ele era o melhor do resto e tinha possibilidades de voos maiores. E ele veio!
Após um ano de desenvolvimento e aprendizado, a BMW produz o motor mais potente da F1 em 2001 e a Williams, pela primeira vez desde 1997, iria brigar verdadeiramente pela vitória. Porém, a parceria Williams-BMW, inicialmente comparada com a vitoriosa parceira McLaren-Mercedes, começaria a sofrer alguns abalos. A Williams vinha preparando um jovem piloto colombiano para assumir seu cockpit em breve e após fazer sucesso nos EUA e vencer as 500 Milhas de Indianápolis, Juan Pablo Montoya parecia pronto para estrear na F1. Mesmo Jenson Button tendo feito uma estreia boa na F1, o inglês foi dispensado para a vinda de Montoya em 2001. Montoya era uma aposta da Williams, enquanto Ralf Schumacher tinha ficado muito próximo dos alemães da BMW. Desde 1999 Ralf era a 'prima donna' da Williams, mas com a chegada do fogoso colombiano, o alemão sentiu sua posição ameaçada. Marrento ao extremo, Montoya chegou na Williams dizendo logo que não estava ali para fazer amigos. Antipático ao extremo, Ralf Schumacher entendeu o recado. A intriga foi praticamente instantânea entre os dois pilotos. A temporada de Ralf começou de forma trágica, quando o alemão se envolveu num acidente com Jacques Villeneuve que ocasionou a morte de um fiscal de pista em Melbourne. Após ser atingido por Barrichello em Interlagos por culpa do brasileiro (com quem nunca se deu bem...), Ralf foi para San Marino somente com dois pontos, enquanto Montoya já tinha demonstrado velocidade e agressividade após ultrapassar Michael Schumacher e liderar boa parte do Grande Prêmio do Brasil. Ralf estava pressionado com a fama repentina do seu rival e por isso, precisava dar uma resposta. Em Ímola, Ralf consegue um bom terceiro lugar no grid e após uma largada excelente, assume a ponta da corrida. Pensou-se que Ralf estava até numa estrategia diferente, mas na verdade o alemão estava caminhando para a sua primeira vitória na F1 de forma enfática, sem acidentes na frente ou surpresas. A Williams havia se tornado a terceira força do campeonato e em Montreal, Ralf consegue a sua segunda vitória após fazer um 'undercut' (nome gourmetizado da ultrapassagem nos boxes) em seu irmão Michael, conseguindo a primeira dobradinha com o irmão e a primeira também entre irmãos na F1. Em terceiro lugar naquele dia, Mika Hakkinen profetizou: Ainda bem que são apenas dois (irmãos Schumacher). Se fossem três iria ser um problemão...
A Williams-BMW conseguia ótimos resultados em pistas rápidas, utilizando a prodigiosa potência do motor alemão. Em Magny-Cours, Ralf consegue sua primeira pole e numa corrida amplamente dominada pela Williams, no rapidíssimo circuito de Hockenheim, Ralf consegue sua terceira vitória na temporada, graças ao abandono de Montoya, que venceria pela primeira vez na F1 em Monza. Ralf termina o ano em quarto e com a Williams em crescimento, a temporada de 2002 era esperada com muita expectativa pelo alemão. Correndo de óculos agora, Ralf enxerga como seria sua temporada em 2002 logo na primeira etapa, quando atinge com violência a traseira de Barrichello na primeira curva do campeonato e abandona tristemente. Ralf ainda se recupera na prova seguinte, vencendo a corrida na Malásia, dando uma falsa impressão de que a Williams daria trabalho à Ferrari. Ledo engano. Na corrida seguinte no Brasil, a Ferrari estreia seu novo carro e Michael vence, tendo Ralf colado em sua traseira. Muito se falou que Ralf teria respeitado demais seu irmão, mas a verdade era que a Ferrari dominaria o campeonato de 2002, com a vitória de Ralf na Malásia, mais o triunfo de Coulthard em Mônaco, as únicas não-vitórias da Ferrari no ano. Ralf Schumacher tem um campeonato irregular, marcado por alguns pódios e corridas fora dos pontos. Durante o Grande Prêmio dos Estados Unidos, Ralf e Montoya se estranham na primeira curva de Indianápolis. A câmera flagrou Patrick Head quase arrancando os cabelos, numa cena hilária! A verdade era que o clima dentro da Williams-BMW era muito ruim, pois não apenas os seus dois pilotos se odiavam, como Williams e BMW não se entendiam. Com várias mudanças nos regulamentos esportivos, a F1 voltava a ter um campeonato emocionante em 2003, mas Ralf tem um início de campeonato devagar, atrapalhado por dor nas costas. Como os oito primeiros colocados marcavam pontos, Ralf aproveita-se para conseguir marcar pontos nas sete primeiras corridas. Dias antes do Grande Prêmio de San Marino, Elizabeth Schumacher vai ao hospital e acaba falecendo horas antes da largada. Numa situação tocante, os irmãos Schumacher participam da corrida, inclusive com vitória de Michael, mas Ralf parecia o mais abatido dos dois. Em Mônaco, Ralf consegue sua primeira pole, mas perde a corrida na estrategia de boxes, porém, a corrida em Monte Carlo marca o início da reação do alemão no campeonato, que até então tinha como principal rival ao título de seu irmão, justamente Juan Pablo Montoya. Nas quatro provas seguinte, Ralf Schumacher consegue duas vitórias e três poles, entrando na briga pelo título. A impressão que tinha era que a Williams tinha o melhor carro de 2003, mas logo lembrou-se da falta de tato da Williams em outras brigas entre companheiros de equipe. Durante o Grande Prêmio da França, Ralf aproveita-se de uma informação de Montoya para defender a sua primeira posição, deixando o colombiano uma fera. Logo depois, Juan Pablo anuncia que estaria indo para a McLaren em 2005. E Ralf não sabia, mas essa vitória em Magny-Cours seria a última de sua carreira.
Após se envolver num acidente na largada com Barrichello na Alemanha, prova vencida facilmente por Montoya, Ralf via-se na obrigação de ter que ajudar o colombiano a derrotar seu irmão na briga pelo campeonato. Na Hungria, Ralf vinha logo atrás de Montoya quando o colombiano rodou. O alemão teve que segurar o ritmo para não ultrapassar o companheiro de equipe e terminar a prova num infeliz quarto lugar. Antes do Grande Prêmio da Itália, Ralf tem um forte acidente num teste particular em Monza, aumentando suas dores nas costas e o alemão fica de fora da prova italiana, saindo definitivamente também da briga pelo título, vencido por Michael. Já pensando em 2004, Ralf Schumacher se prepara para um ano em que era esperado a Williams como favorita ao título. Os testes de pré-temporada viu a Williams quebrar vários recordes nas pistas espanholas, enquanto a Ferrari testava sozinha na Itália, com uma ou outra discreta excursão pela Espanha. Muito se falava que Ralf teria a preferência na Williams, já que Montoya estava de malas prontas para a McLaren, mas o que viu após a temporada iniciada foi outro domínio avassalador da Ferrari e de Michael Schumacher. A Williams estreava um novo bico que mais parecia um aparelho de barbear, enquanto as brigas internas dentro da equipe só aumentavam. Ralf e Montoya não se falavam, o mesmo acontecendo com Williams e BMW. O clima dentro da equipe era terrível e Ralf logo percebe que
não poderia ser campeão dentro de um clima tão ruim. Porém, Ralf Schumacher sofre um seríssimo acidente durante o Grande Prêmio dos Estados Unidos, quando ele perde o controle do seu Williams na curva um do oval de Indianápolis. Ralf fica desacordado e vai para o hospital Metodista, onde é encontrado fraturas em duas vértebras, tirando o alemão do combate por seis corridas. Quando o alemão volta à F1, nas corridas finais de 2004, ele anuncia que estava de mudança para a Toyota. O fato de nunca ter administrado muito bem a parceria com a BMW fez a Williams perder o apoio dos alemães em 2005, iniciando um longo período ruim da tradicional equipe, só retornando aos bons tempos de 2014 para cá.
Ralf Schumacher era aliado da BMW, mas o alemão resolveu não esperar os seus compatriotas desenvolver uma nova equipe e ser campeão por ela. Se aproximando dos 30 anos e ainda à sombra do irmão, Ralf aposta na Toyota, naquele momento, a equipe mais rica da F1 e com mais potencial. Com a mudança no regulamento esportivo, proibindo a troca de pneus, os usuários dos pneus Michelin, como era o caso da Toyota, levam ampla vantagem. Contudo, Ralf Schumacher raramente supera seu companheiro de equipe Jarno Trulli, que conseguia vários pódios nas primeiras corridas de 2005. Em Indianápolis, Ralf sofre outro acidente na curva um do oval americano, causado pelo furo do pneu traseiro direito. Isso seria o primeiro incidente que faria a Michelin abandonar o Grande Prêmio dos Estados Unidos daquele ano. Mesmo marcando pontos de forma regular, Ralf só consegue dois pódios (Hungria e China) já no final da temporada e fica atrás de Trulli no campeonato. O melhor momento do alemão em 2005 foi em Suzuka, quando conquista o que seria sua última pole na casa da Honda, rival da Toyota. Após um ano promissor em 2005, era esperado que a Toyota, com todo o seu potencial, pudesse brigar pela vitória em 2006, mas com o ressurgimento das trocas de pneus e da Ferrari, a Toyota fica para trás na briga pela vitória. Ralf consegue o que seria o seu último pódio na Austrália, mas novamente é totalmente superado por Trulli. Parecia que o alemão tinha perdido o bonde do tempo na F1. Mesmo claramente em decadência, Ralf fica mais um ano na Toyota em 2007, completando dez anos na F1, o primeiro sem o seu irmão Michael, que se aposentou pela primeira vez no final de 2006. Claramente desmotivado e amplamente superado por Trulli, Ralf Schumacher faz uma temporada medíocre em 2007. Criticado publicamente pela cúpula da Toyota, Ralf abandona a equipe japonesa no final do ano, mesmo ainda tendo um ano de contrato. O alemão tenta um lugar na McLaren, lugar onde fez seu primeiro teste na F1 doze anos antes, para o lugar de Alonso, mas todos percebem que os anos de Ralf Schumacher na F1 tinham acabado quando, num teste com a Force India, o alemão é superado pelo novato Adrian Sutil. Com apenas 32 anos de idade, Ralf Schumacher se aposenta da F1 com 180 corridas, seis vitórias, seis poles, oito melhores voltas, 27 pódios, 329 pontos marcados e dois quartos lugares (2001 e 2003) como melhor resultado no campeonato.
Ralf Schumacher ainda tinha conceito para conseguir um bom lugar na equipe Mercedes do DTM, mas o alemão deu a sensação de só estar correndo com o nome, pois Ralf nunca se adaptou totalmente ao moderno carro de turismo. Mesmo assim, Ralf fica cinco temporadas no DTM, ficando longe da luta pelo título e sem conquistar nenhuma vitória. Mesmo tendo em mãos um carro que foi campeão algumas vezes nesse período! No começo de 2013, Ralf Schumacher anuncia sua aposentadoria do automobilismo, passando a se dedicar à gestão da carreira de jovens pilotos, além de conseguir sociedade na equipe Mücke. Contudo, uma tragédia se abate sobre a família Schumacher no final de 2013. Michael sofre um acidente banal de esqui e fica entre a vida e a morte. Ralf se junta à Corinna e Rolf Schumacher para dar todo o apoio necessário ao irmão mais velho. Ralf foi visto todos os dias no hospital. Agora, era ele que cuidava do irmão, que mesmo nos entreveros dentro da pista, nunca se desapegaram completamente. Até hoje há poucas informações sobre como está o dia a dia de Michael Schumacher. Ralf Schumacher se casou com a modelo Cora em 2001 e teve um filho com ela um ano depois. Enquanto visitava o seu irmão diariamente na
França, Ralf tinha que lhe dar com o fim do seu casamento. Cora 'comemorou' o divórcio posando para a Playboy. Vivendo hoje na Áustria, dando constante suporte a família do irmão mais velho, Ralf sempre viveu à sombra de Michael, laureado como um dos grandes do automobilismo em todos os tempos. Nos bons dias, como em Montreal/2001, Ralf Schumacher era tão rápido e capaz de superar seu irmão mais velho, contudo, ao longo de onze temporadas na F1, esses dias foram mais exceção do que regra, fazendo o apelido de 'Half(metade)' Schumacher ficasse marcado para o jovem alemão. Contudo, Ralf deve lembrar com mais carinho dos seus bons dias e rezar para a recuperação do seu irmão.
Feliz Aniversário!
Ralf Schumacher
metade nada... 1/4 só.
ResponderExcluirNa verdade, nem um décimo!
ResponderExcluirMas a piada com o nome é boa...