Se fosse vivo, Robert McGregor Innes Ireland teria completado 85 anos de idade ontem. Mais conhecido na F1 como Innes Ireland, o inglês ficou mais conhecido por ter sido o primeiro a vencer um Grande Prêmio pela equipe oficial da Lotus, no esvaziado Grande Prêmio dos Estados Unidos.
Considerado um 'gentlemen driver', Ireland começou relativamente tarde no automobilismo para valer, já contando com 27 anos de idade em corridas de 'sport cars' na Inglaterra, após servir no exército como paraquedista. Apenas dois anos após sua primeira temporada no automobilismo, Ireland foi contratado por Colin Chapman para a sua neófita equipe de F1 em 1959, garantindo quase que imediatamente um quarto lugar em Zandvoort. Contudo, a menina dos olhos de Chapman era um escocês que se tornaria companheiro de equipe de Ireland na Lotus em 1960: Jim Clark.
De temperamento difícil, mas amante das grandes festas que aconteciam na F1 naqueles tempos românticos, Innes Ireland não gostava muito do estreito relacionamento entre seu patrão e seu companheiro de equipe. Após um bom ano em 1960, onde conquistou três pódios e um quarto lugar no Mundial de F1, Ireland foi relegado definitivamente como segundo piloto da Lotus em 1961, mesmo sendo tão rápido quanto Clark em algumas ocasiões. Na última corrida daquela temporada, ainda em luto pela morte de Von Trips, a Ferrari decidiu não participar da corrida, mas nem assim a vida para Ireland seria fácil. Largando apenas em oitavo na pista de Watkins Glen, Ireland se utilizou de uma ótima largada para subir para quarto, escapou de uma rodada que quase arruinou sua prova e esperou as quebras de Jack Brabham e Stirling Moss, líderes incontestes da corrida, para vencer pela única vez na F1.
'Tive muita sorte', assim resumiu Innes Ireland sobre a sua vitória nos EUA, pois ele próprio sabia que não tinha como alcançar Brabham e Moss. Aquela era a primeira vitória do Team Lotus, mas não de um carro Lotus, pois Moss havia vencido em Mônaco com um carro projetado por Colin Chapman, mas correndo pela equipe de Rob Walker. Porém, nem a primazia de ter dado a primeira vitória à Colin Chapman salvou o emprego do inglês. Já incompatibilizado com Chapman e Clark, Ireland foi dispensado no final de 1961 da Lotus e até 1966 correu em equipes pequenas, não conseguindo resultados consistentes. Curiosamente, Ireland correu quase o tempo todo com carros clientes da Lotus. Após participar das 500 Milhas de Daytona de 1967, Ireland passou a escrever para revistas de automobilismo, além de participar de eventos de carros de corrida históricos. Innes trabalhou até sua morte, em 22 de outubro de 1993, aos 63 anos.
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