quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Quinta quente

Nas vésperas do final das férias de meio ano da F1 em 2019, duas notícias agitaram o até então morno mercado de pilotos. O grande entrave e o que faltava para esquentar era a situação de Valtteri Bottas na Mercedes. O finlandês tinha um contrato de apenas um ano e sua irregularidade deixava dúvidas no homens fortes da Mercedes. Porém, Lewis Hamilton já tem uma grande influência dentro da Mercedes. Por trás do papo de que prefere uma boa luta dentro e fora da equipe, Hamilton não quer ter outro duelo como o que travou com Nico Rosberg e sabendo que os anos estão passando, o inglês também não quer um jovem piloto lhe importunando. Se haviam algumas dúvidas para Toto Wolff, Hamilton tirou todas elas e Bottas ficará mais um ano na Mercedes em 2020.

Mesmo evoluindo a cada ano, Bottas está longe de incomodar Hamilton como fez Nico Rosberg nas já épicas três temporadas em que os dois pilotos animaram um campeonato dominado pela Mercedes. Além do mais, Bottas mostrou capacidade de tirar pontos dos adversários de Hamilton na luta pelo título, além de garantir importantes pontos no Mundial de Construtores. O 'fico' de Bottas pode significar que Hamilton pensa em ficar ainda muitos anos na F1 e consolidar-se como o maior recordista da categoria. Olhando para os boxes ao lado, Hamilton vê um Sebastian Vettel aflito com a pressão imposta pelo jovem Charles Leclerc, capaz até mesmo de dividir a Ferrari. Lewis enxergou em Esteban Ocon um piloto capaz de fazer o mesmo e por isso, a escolha por Bottas é mais do que óbvia. É racional!

Contudo, a F1 não deixaria um talento como Ocon de fora e o francês foi anunciado poucas horas depois na Renault. A montadora francesa ainda está muito aquém do seu potencial, mas vem mostrando que quer lutar pelo título em algum momento, montando uma dupla bem interessante com Ricciardo e Ocon a partir do próximo ano. Resta a Renault dar aos seus dois pilotos em 2020 um bom material para que eles briguem mais na frente. Com tudo isso, sobrou para Nico Hulkenberg. O alemão que despontava como um 'baby Schummy' perdeu o trem da história e já contando com 32 anos e sem pódios na carreira, Hulkenberg deverá ser conhecido por mais um piloto que poderia sido, mas nunca esteve perto de ser. No entanto Hulk poderá conseguir algo. E em breve. A Haas negocia sua dupla de pilotos para 2020 e nem precisa dizer que Günther Steiner não está nada satisfeito com o duo que tem, mesmo que parece bem claro que Kevin Magnussen fique. Se Hulkenberg for para a Haas, o clima dentro da equipe não melhorará muito, pois Hulk e K-Mag não se falam desde o episódio 'suck my balls'. Quem sobra também é Pietro Fittipaldi, que tinha esperanças na Haas em 2020.

Com a confirmação de Bottas na Mercedes, resta apenas a vaga de segundo piloto da Red Bull entre as equipes de ponta, que pode até fazer algo incomum no seu tempo na F1: investir num piloto. Com seu programa de jovens pilotos capengando, somente se Albon fazer algo de muito extraordinário para que ele fique na Red Bull em 2020. O quebra-cabeça para o ano que vem vai se encaixando e sem mudanças retumbantes à vista.

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