sexta-feira, 12 de março de 2021

História: 15 anos do Grande Prêmio do Bahrein de 2006

 


A F1 iniciava uma nova temporada se perguntando se uma nova era havia iniciado ou se a antiga havia mesmo terminado. Fernando Alonso vencia seu primeiro título em 2005 com méritos, levando à Renault ao seu primeiro título como equipe, derrotando na ocasião Kimi Raikkonen. Alonso e Raikkonen tinham menos de 25 anos de idade e estreado em 2001. Seriam as novas estrelas do futuro? Quando parecia que a Ferrari não pararia mais de ganhar com Michael Schumacher, os italianos tiveram um ano muito ruim em 2005, com o alemão só vencendo uma única corrida por causa da retirada das equipes com pneus Michelin em Indianápolis. 

Novamente a F1 teria mudanças. Em 2006 saía a impopular classificação com volta única, entrando em cena um treino totalmente diferente, onde os pilotos seriam eliminados de acordo com suas posições em pequenas sessões, deixando os dez primeiros disputarem o melhor tempo nos minutos finais. Porém, a mais impopular ainda regra dos pilotos treinarem com o combustível que largariam permanecia. Outro fato importante era a volta da troca de pneus, algo que ajudou muito a Michelin em 2005 e atrapalhou a Bridgestone. Isso era uma ótima notícia para a Ferrari, que usava os pneus japoneses, mas isso não era a única novidade em Maranello. Após cinco temporadas cheia de altos e baixos, Rubens Barrichello deixava a Ferrari, se mudando para a BAR, que mudaria o nome para Honda ainda antes do ano começar. Para o lugar de Rubens, outro brasileiro iria ficar ao lado de Schumacher: Felipe Massa, protegido por Jean Todt. A BMW deixava a parceria com a Williams e comprava a Sauber, criando uma equipe própria e com muito potencial. Porém, não era apenas a simpática Sauber que se despedia. Jordan e Minardi foram compradas e mudaram de nome para Midland e Toro Rosso, respectivamente, com a segunda se tornando uma filial da Red Bull. Além da movimentação entre os brasileiros, Nick Heidfeld ia para a BMW para fazer um agrado aos alemães, enquanto Takuma Sato era dispensado pela futura Honda, mas isso causou indignação aos fãs japoneses. A Honda teve que montar uma equipe às pressas para manter Sato no grid, usando os restos da Arrows (!) de 2002 (!!). Junto com Yuji Ide, nascia a Super Aguri. A Williams perdia o status de equipe de fábrica, mas promovia a estreia do atual campeão de GP2, ainda mais conhecido por ser filho de um campeão mundial: Nico Rosberg.

A primeira classificação com 'knockouts' reservou uma surpresa logo de cara com a saída de Kimi Raikkonen logo no Q1 com um problema em sua McLaren, fazendo o nórdico largar em último. A falta de sorte de Kimi continuava. Os carros da Super Aguri eram simplesmente lentos demais, mas a falta de jeito de Ide chamava ainda mais atenção. Ralf Schumacher foi outro a decepcionar ao ficar no Q1. Schumacher mostrava que seu talento continuava intacto ao ficar na pole pela primeira vez em algum tempo, enquanto Massa mostrava a força da Ferrari ao completar a primeira fila. O atual campeão Alonso era superado por Button, que nos primeiros tempos ao lado de Barrichello, o superava com alguma vantagem. 

Grid:

1) M.Schumacher (Ferrari) - 1:31.431

2) Massa (Ferrari) - 1:31.478

3) Button (Honda) - 1:31.549

4) Alonso (Renault) - 1:31.702

5) Montoya (McLaren) - 1:32.164

6) Barrichello (Honda) - 1:32.579

7) Webber (Williams) - 1:33.006

8) Klien (Red Bull) - 1:33.112

9) Fisichella (Renault) - 1:33.496

10) Heidfeld (BMW) - 1:33.926


O dia 12 de março de 2006 amanheceu ensolarado e seco, como normalmente acontece no deserto do Bahrein. Antes da largada ainda haviam as perguntas sobre a quantidade de combustível que os carros carregavam para o primeiro stint e havia a desconfiança de que Montoya estava muito pesado a ponto de parar apenas uma vez. A largada se deu sem maiores problemas, mas demonstrando mais uma vez ser um ótimo 'largador' Alonso saiu da quarta para a segunda posição ainda na primeira volta, iniciando uma luta sensacional com Michael Schumacher. O novato Christijan Albers foi o primeiro abandono da temporada quando sequer largou, tendo problemas na transmissão do seu Midland.


As primeiras voltas mostravam os três primeiros colocados muito próximos, com Schumacher controlando os ataques de Alonso, enquanto Massa os seguia de perto. Montoya era quarto colocado, mas seu ritmo indicava que estava mesmo mais pesado que os pilotos da ponta, enquanto Raikkonen escalava o pelotão rapidamente. Na sétima volta, Massa errou na curva um e acabou rodando, quase levando Alonso a tiracolo. Com os pneus destruídos pela rodada, Massa foi aos boxes, mas a Ferrari se atrapalhou todinha e o brasileiro não foi mais um fator na corrida, sequer pontuando. Fisichella tinha um problema no mapeamento do seu motor e por isso não conseguia andar num ritmo decente, acabando por abandonar na volta 21 com problemas hidráulicos. Schumacher e Alonso andavam próximos, mas sem ataques e a pergunta era: quem estava mais leve? O questionamento foi respondido na volta 15, quando Michael entrou nos pits para a sua primeira parada. Alonso demorou quatro voltas para entrar, mas saiu ainda atrás da Ferrari. Demonstrando estar mesmo pesado, Montoya foi um dos últimos a parar e quando o fez, quem assumiu a terceira posição fora um incrível Kimi Raikkonen, numa ótima corrida de recuperação.


O segundo stint decidiu a corrida. Alonso ficou mais próximo de Schumacher e quando este parou na volta 35, o espanhol aumentou o ritmo e cinco voltas depois saiu do seu segundo pit-stop ao lado de Schumacher, mas conseguiu obter uma vantagem que levaria até o final. Mas não sem luta. Schumacher nunca ficou a mais de 2s do espanhol, numa disputa de alto nível entre o velho leão e o novo contendor, com vantagem para Alonso, que abria sua luta pelo bicampeonato da melhor forma possível. Raikkonen fez uma corrida magnífica, fazendo sua única parada na volta 30 e nas voltas finais recebendo uma forte pressão de Button, mas conseguindo subir ao pódio depois de largar em último, ganhando dezenove posições na corrida. Montoya fez uma corrida apagada, onde teve que fazer uma segunda parada e terminando num obscuro quinto lugar. O fogoso colombiano nunca esteve no nível de Raikkonen na McLaren. Barrichello chegou a brigar com Button no meio da prova, mas um pneu furado jogou o brasileiro para o final do pelotão e fora dos pontos. A Williams fazia uma boa corrida na sua primeira vez depois da saída da BMW, com seus dois pilotos marcando pontos. Nico Rosberg ultrapassou Klien nas voltas finais e como consequência marcou a voltas mais rápida da corrida, sendo o mais jovem até então a faze-lo. A corrida no deserto barenita mostrava que seria uma briga entre o velho e o novo na F1 em 2006, sendo que um piloto ainda estreante (Nico Rosberg) já mostrava suas garras.

Chegada:

1) Alonso

2) M.Schumacher

3) Raikkonen

4) Button

5) Montoya

6) Webber

7) Rosberg

8) Klien 

Um comentário:

  1. E o que torna essa corrida Rosberg mais incrivel é que ele deve que trocar a asa no começo da corrida após um toque com o Heidfeld.

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