A largada viu como o controle de saída Ducati é muito superior aos demais. O pole Francesco Bagnaia se manteve na frente, mas logo atrás dele vieram três Ducatis, incluindo o novato Jorge Martin, que saíra da terceira fila. Uma diferença impressionante, mas como a MotoGP não tem muitas restrições de ultrapassagens, isso não se torna tão crucial como numa corrida de carro. Bagnaia se manteve boa parte da corrida na ponta, usando e abusando da potência da Ducati, marca registrada da montadora italiana desde que chegou à MotoGP. Porém, o jovem italiano nunca disparou, em outra corrida próxima na MotoGP. Jack Miller se destacou na pré-temporada e muitos já especulavam se o australiano emularia seu compatriota Casey Stoner como o próximo campeão pela Ducati. Pelo o que se viu nessa abertura de campeonato, Miller precisará mostrar muito mais do que agressividade para isso, pois ele não segurou o pelotão atrás de si e terminou a prova num opaco nono lugar.
Outro que precisava se afirmar era Maverick Viñales. O espanhol da Yamaha sempre foi considerado um 'anti-Márquez', mas nunca mostrou isso na prática. Velocidade nunca faltou à Viñales, mas sim força mental. A chegada de Fabio Quartararo a equipe oficial da Yamaha colocou ainda mais pressão no frágil espanhol, mas Viñales colocou ordem na casa ao ficar sempre na frente de Quartararo e ultrapassar uma a uma as Ducatis, usando uma boa estratégia para se defender da velocidade estúpida da Ducati nas retas. Quando abriu 1s sobre o segundo colocado Zarco, Viñales se colocou numa zona de segurança e não foi mais ameaçado até a bandeirada, começando o campeonato com o pé direito, mas isso já aconteceu antes, restando saber se Maverick manterá essa pegada.
O atual campeão Joan Mir parecia que faria uma corrida fraca, porém, ele se mostrou como os americanos chamam de 'closer', ou 'fechador'. O espanhol começa as corridas devagar, mas vai ganhando corpo durante a prova e da décima posição que largou chegou na briga pelo segundo lugar com as Ducatis de Zarco e Bagnaia no final. Mir estava em segundo na última curva, mas acabou errando um pouco na tomada, permitindo que a potência das Ducatis engolissem sua Suzuki e saindo do pódio. Boa corrida para Zarco, tentando reconstruir sua carreira e de Bagnaia, mostrando que pode ser a ponta de lança da Ducati de fábrica. Rossi largou em quarto, mas perdeu muito rendimento e foi apenas 12º, enquanto Franco Morbidelli foi ainda pior, caindo para as últimas posição e finalizando apenas em 19º. Muito pouco para um vice-campeão. Sem Márquez, a Honda novamente sofreu, mas Pol Espargaró ainda assegurou um oitavo lugar, logo atrás do seu seu irmão Aleix, numa evoluída Aprilia.
A vitória de Maverick Viñales pode fazer bem a fugaz confiança do espanhol da Yamaha, mas essa corrida no Catar nos mostrou novamente que ainda tem muito água para rolar debaixo da ponte do campeonato 2021, sem contar a chegada de Marc Márquez em breve.
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