sábado, 20 de fevereiro de 2016

Linha tênue

O automobilismo mundial está sofrendo para encontrar um equilíbrio entre esporte e entretenimento. É um equilíbrio bastante complicado de se achar, pois se pender para um lado, normalmente afeta de forma negativa o outro lado, causando muita polêmica com os fãs.

Na F1, o DRS, ou simplesmente Asa Móvel, é um alvo preferencial para os ditos 'esportistas', mesmo que dispositivos que ajudem ultrapassar estão presentes há muito tempo na F1. Contudo, houve um aumento significativo de ultrapassagens em comparação à 2010, último ano sem o dispositivo. 

Porém, a Nascar ultrapassou todos os limites dessa linha tênue entre esporte e entretenimento com uma nova regra aplicada na Truck Series. A partir desse ano, as corridas de picapes poderão ter, no máximo, vinte minutos consecutivos de bandeira verde, com uma bandeira amarela aparecendo para que uma nova relargada seja dada. Tem até nome para essa marmota: Caution Clock.

Em meus muitos anos em que acompanho automobilismo foi, de longe, milhas e milhas mesmo, a coisa mais RIDÍCULA que eu já vi. Apesar dos esforços da equipe do Fox Sports em dizer que essa regra não afetava a corrida ontem, em Daytona, o esporte levou um tiro de misericórdia para aumentar o entretenimento, pois essa bandeira amarela, digamos, programada, afeta de forma decisiva as corridas, apenas para trazer um pouco mais de 'emoção' com uma relargada. 

E o pior é que essa regra, por enquanto somente na Truck Series, deve ser um balão de ensaio para que seja aplicada na Xfinity Series e na categoria principal, a Sprint Cup. Uma forma deslavada para garantir emoção de forma artificial para as corridas, mesmo que isso possa mudar o resultado de um campeonato e jogar no lixo meses de trabalho sério. O detalhe é que a Nascar, com carros praticamente iguais, não falta emoção! Entre muitos acertos da categoria americana, o Causion Clock foi pior do que um gol contra. Foi o 7x1 que a Nascar levou.

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