segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Fará falta?

No dia de hoje, Pastor Maldonado anunciou através do Twitter o que muitos desconfiavam. A crise econômica da Venezuela, somado ao baixo preço do petróleo, fez com que a PDVSA, cujo dinheiro garantiu Maldonado na F1 todo esse tempo, repensasse seu patrocínio ao piloto. Como a Renault adquiriu a Lotus e ela própria irá fazer um grande investimento da equipe, o farto dinheiro de Maldonado, que tanta diferença fazia nos tempos da pindaíba da Lotus, já não era tão necessário assim e a Renault se sentiu livre para procurar um piloto unicamente pelo talento e provavelmente o escolhido será Kevin Magnussen.

Maldonado é uma pessoa simpática e que utilizou muito bem o patrocinador estatal para garantir lugar em boas equipes e conquistar títulos nas categorias de base, como a GP2. Quando estreou na F1 em 2011 pela Williams, Maldonado era o atual campeão da GP2, mas não era segredo nenhum que o venezuelano estava na F1 devido aos dólares bolivarianos da PDVSA. Após um ano de estreia até discreto, Maldonado viu a Williams subir de produção em 2012 e pudemos ver de mais perto todo o 'talento' de Maldonado. Talvez incomodado com a pecha de 'pay-driver' e querendo provar a todos que tem velocidade, Pastor passou a cometer mais e mais erros devido à sua tentativa de andar rápido, talvez mais rápido do que o carro. Em Barcelona/12, Maldonado conquistou uma incrível vitória, onde o venezuelano sempre andou na frente e não se aproveitou de problemas alheios para subir ao alto do pódio.

Mas como tudo que rodeia Maldonado, logo após o pódio ocorreu um incêndio nos boxes da Williams. Com Maldonado era uma no pé e outra na ferradura. Os acidentes e as polêmicas se multiplicaram, com punições surgindo aos montes. Quando viu a oportunidade de ir para a Lotus, Maldonado levou o seu patrocinador estatal para o time aurinegro. Na época, Maldonado criticou bastante a Williams, mas assim que saiu da equipe, o time inglês conseguiu o motor Mercedes e subiu de produção de forma impressionante. Acontecendo o inverso com a Lotus. 

Apesar das punições e acidentes, havia uma certa simpatia com Pastor Maldonado. Gente boa fora das pistas e conseguindo um lugar na F1 devido a patrocinadores, Maldonado logo foi comparado a outro piloto simpaticíssimo, que entrou para o folclore da F1: Andrea de Cesaris. O italiano era rápido e desastrado na mesma medida, mas havia uma diferença essencial entre De 'Crasheris' e 'Maldonator'. Enquanto Andrea de Cesaris assumiu muitos dos seus erros e pediu muitas desculpas nos seus muitos anos de F1, Maldonado não aceitava boa parte das críticas e muitas vezes se sentia perseguido por comissários e imprensa. A cruel realidade para Maldonado era que, mesmo rápido, Pastor era um piloto extremamente errático, muito pouco produtivo para a equipe e não mostrou nenhuma evolução nos seus anos de F1. Em cinco temporadas, Pastor Maldonado parecia ser um eterno aprendiz, errando e se metendo em vários acidentes. Resumindo, Maldonado só permaneceu esses anos todos na F1 por causa do seu farto patrocínio e quando a torneira fechou, acabou dispensado.

Pastor Maldonado fará falta na F1? Sinceramente para mim, não. Normalmente o 'pay-driver' ocupa o lugar que poderia ser melhor aproveitado por um piloto talentoso e cheio de vontade de crescer e vencer. Mesmo com sua meritosa vitória em Barcelona em 2012, Maldonado já tinha mostrado que apenas marcava ponto na F1 e sua saída, pelas portas dos fundos, apenas demonstra isso.

8 comentários:

  1. Ser pagante não é nenhum demérito. Pilotos como Schumacher,Alonso,Senna e Piquet em algum momento de suas carreiras foram pagantes ou tiveram alguém por trás lhes bancando financeiramente.

    Maldonado não era nenhum braço-duro,embora fosse muito estabanado. Tem talento,mas sempre faltou colocar a cabeça no lugar.

    Eu gostava dele,e confesso que sentirei falta dele.

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  2. Concordo 100% com sua primeira frase. Quer exemplo melhor de pay-driver que deu certo, do que Niki Lauda?
    A grande diferença entre Lauda (assim como Schumacher e outros) e Maldonado foi que o austríaco se desenvolveu e chegou aonde chegou. Maldonado já estava parado no tempo.
    Prefiro muito mais o Kevin Magnussen.
    Mas é questão de opinião

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    1. E esqueci de outros exemplos: Emerson Fittipaldi(1974,Marlboro topou bancar sua ida pra McLaren),Nigel Mansell(1985,Pressão dos patrocinadores pela sua contratação na Williams,já que exigiam um piloto inglês) e Felipe Massa(Ferrari impondo seu retorno a Sauber em 2004,bem a contragosto de Peter Sauber).

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  3. E Maldonado nunca de fato,conseguiu dosar sua impetuosidade e velocidade a ponto de transformar isso em vitórias e atuações consistentes.

    Mas sempre foi veloz e talentoso. Em 2012,mesmo com as trapalhadas após a brilhante vitória na Espanha,era sempre mais rápido que Bruno Senna e no ano de estreia não fez feio diante de seu companheiro de equipe Rubens Barrichello,que já tinha 18 anos(faria 19 naquela temporada) temporadas no lombo.

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    1. Mas em 2015 foi bem mais lento do que Romain Grosjean, que tem experiência similar a dele. Maldonado já estava apenas batendo ponto e sem evolução nenhuma...

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    2. Grosjean que era outro que vivia batendo a torto e direito.

      Tanto que levou gancho de uma corrida,após aquela carnificina que promoveu na largada de Spa/2012.

      Mas,Grosjean aprendeu com os erros. Tanto que depois daquilo,parou de arrumar encrenca e passou a andar mais.

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    3. Sua última frase lhe responde porque Grosjean está no grid em 2016 e Maldonado, não.
      Os dois começaram batendo, mas o francês aprendeu. Evoluiu.
      Maldonado ficou parado no tempo e ao invés de tentar melhorar, preferiu criticar quem o criticava. Por isso que não me fará falta na F1!

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    4. Maldonado reagia sempre muito mal as criticas.

      Tá certo que o rótulo de pay driver visivelmente o incomodava e que ele queria provar que não estava lá unicamente pela grana,mas faltou cabeça também nessa hora.

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