domingo, 21 de fevereiro de 2016

VF-16

Gene Hass não caiu na armadilha em que se meteram Campos, Manor e Lotus. Esses três times caíram no canto de sereia de Max Mosley, inspirado na Brawn, e estrearam na F1 de forma atabalhoada, sem praticamente nenhuma preparação, na vã esperança de que podiam repetir a Brawn e fazer um bom papel logo em seu primeiro ano. O que faltou avisar aos três times novatos é que a equipe Brawn tinha à disposição toda a estrutura do antigo time da Honda, sem falar num carro prontinho feito pelos japoneses, que ganhou um motor Mercedes e nas mãos de um piloto competente como Button, venceu o campeonato. Campos mudou de nome várias vezes e abandonou a F1 sem deixar saudade, o mesmo acontecendo com a Lotus. A Manor, aos trancos e barrancos, contou com uma pilotagem milagrosa do inesquecível Jules Bianchi e está na F1 até agora, ganhando a oportunidade de se tornar uma segunda equipe da Mercedes.

E a Manor se inspira na Hass para se tornar um time B de uma equipe de ponta. Com muito dinheiro e experiência anterior vitoriosa na Nascar, a Hass soube esperar para não apenas se preparar para estrear na F1, como conseguir acordos que fizeram da primeira equipe americana em trinta anos, numa espécie de filial da Ferrari. A Hass mostrou seu primeiro carro essa manhã com um belo desenho e perspectivas de não repetir os erros das três últimas equipes novatas da F1. E com o apoio da Ferrari, a expectativa é de que os americanos consigam esse objetivo.

Seduzido pelo projeto da Hass, além da parceria com a Ferrari e o lenga-lenga da compra da Lotus pela Renault, Romain Grosjean saiu de sua zona de conforto para se tornar o primeiro piloto da equipe novata. De piloto errático e propenso à acidentes, Grosjean procurou até ajuda psicológica e ao contrário do seu parceiro de barbeiragens (Maldonado), cresceu na F1 e hoje é um dos pilotos mais respeitados do grid. Ao seu lado, Esteban Gutierrez soube utilizar muito bem seus contatos para garantir um lugar na equipe. Além dos fartos patrocinadores, o mexicano também era pilotos de testes (hoje, seria piloto de simulador...) da Ferrari e se aproveitando a parceria, cavou um lugar na Hass. Não restam dúvidas que a Hass vem bem mais preparada do que Campos, Manos e Lotus seis anos atrás, mas vendo o sofrimento da Honda em sua volta, ser bem sucedido na F1 atual leva tempo e iremos ver o quão grande será a paciência de Gene Hass até conseguir isso.

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