sexta-feira, 26 de maio de 2017

História: 15 anos do Grande Prêmio da Mônaco de 2002

As duas semanas entre a corrida austríaca e o glamoroso Grande Prêmio de Mônaco foi dominado por um único assunto: a inacreditável ordem de equipe da Ferrari na Áustria. Rubens Barrichello dominou a corrida em Zeltweg para na última volta ceder sua vitória para Schumacher, que constrangido pelas vaias da torcida, venceu a prova. Não se falou sobre outra coisa e a Ferrari ficou numa situação indefensável, apesar das tentativas infrutíferas de Jean Todt. Foi uma as duas semanas mais ácidas da F1 nos últimos quinze anos. Mônaco era um circuito único e que alguns pilotos andavam bem, como Schumacher (vencedor cinco vezes), Irvine, Fisichella e Salo. Mesmo com as polêmicas, a Ferrari demonstrava não estar nem aí para as críticas e para mostrar sua superioridade, testou em três lugares diferentes (Jerez, Mugello e Fiorano) nos últimos dias na tentativa de melhorar ainda mais o F2002 e humilhar suas rivais, como estava fazendo até então.

Juan Pablo Montoya ficou com a sua segunda pole da temporada à frente de David Coulthard e Michael Schumacher. Foi uma classificação emocionante, onde Montoya conseguiu a pole em sua última tentativa, colocando quatro décimos em cima de Coulthard, enquanto os cinco primeiros colocados melhoraram o tempo da pole de 2001. Vários pilotos foram atrapalhados pelo tráfego, incluindo Barrichello, Ralf Schumacher e Trulli. A Toyota surpreendia ao colocar seus dois carros no top-10, enquanto Felipe Massa estreava em Monte Carlo colocando meio segundo em cima do seu experiente companheiro de equipe, Nick Heidfeld.

Grid:
1) Montoya (Williams) - 1:16.676
2) Coulthard (McLaren) - 1:17.068
3) M.Schumacher (Ferrari) - 1:17.118
4) R.Schumacher (Williams) - 1:17.274
5) Barrichello (Ferrari) - 1:17.357
6) Raikkonen (McLaren) - 1:17.660
7) Trulli (Renault) - 1:17.710
8) Button (Renault) - 1:18.132
9) Salo (Toyota) - 1:18.234
10) McNish (Toyota) - 1:18.292

O dia 26 de maio de 2002 tinha um sol radiante nas margens do Mediterrâneo, num dia perfeito para uma corrida de F1. Por mais que a posição de grid fosse importante em Mônaco, nas sete corridas anteriores o pole não havia vencido no principado e no apagar das luzes vermelhas, Montoya parecia corroborar essa tese ao largar mal e ser ultrapassado por Coulthard na primeira curva, enquanto Trulli pulava para um brilhante quinto lugar.

Coulthard parecia não ter o melhor carro daquele dia quinze anos atrás e por isso, logo uma fila de carros se formou atrás do escocês, com Montoya e os irmãos Schumacher andando juntos nas primeiras voltas da corrida. Foi uma prova tática, onde não faltaram acidentes, principalmente com os novatos. McNich bateu na volta 16, logo após foi a vez de Sato na 22 e depois foi a vez do horrível Alex Yoong estampar sua Minardi no guard-rail na volta 30. Todos eles novatos. No meio da corrida, a McLaren de Coulthard começou a soltar uma estranha fumaça, podendo indicar que a corrida de David seria curta, o que poderia ser cruel para ele, já que ele liderava. Porém, a fumaça acabou e depois da corrida a McLaren, contando muita vantagem com o arrogante Ron Dennis, dizia que o problema fora solucionado remotamente dos boxes. Como diria a propaganda, quanta tecnologia! Porém, a FIA não gostou muito dessa história e a partir de 2003 proibiu qualquer interação box-carro, que não passasse pelo piloto.

Com os quatro primeiros andando tão próximos, a corrida seria decida nos boxes. Schumacher foi o primeiro a parar, tentando dar o pulo do gato, mas o alemão só conseguiu ganhar a posição de Montoya, que logo cederia sua posição para Ralf. Ordem de equipe da Williams? Para azar do colombiano, seu motor BMW estava entregando a alma até estourar na volta 47. Após a parada, Ralf Schumacher perdeu rendimento dos pneus e ficou longe do seu irmão, que estava sempre a 1s de Coulthard. Após todo o problema em Zeltweg, Rubens Barrichello fazia uma corrida apática e na volta 42 ele tentou ultrapassagem para lá de otimista em cima de Kimi Raikkonen na freada da chicane do túnel, que fez o finlandês abandonar. Rubens foi punido pela batida e quando foi cumprir a punição, excedeu o limite de velocidade, terminando a corrida em sétimo, o que na época significava estar fora da zona de pontuação.

Ralf Schumacher tem problemas com seus pneus e faz uma segunda parada não programada, mas o alemão estava tão longe do quarto colocado Trulli, que ele manteve sua posição. Fisichella corria sozinho em quinto lugar com seu Jordan, enquanto Massa brigava fortemente com seu compatriota Enrique Bernoldi por posições intermediárias. Massa consegue uma manobra ousada na reta, mas acaba perdendo o ponto de freada e bateu na Saint-Devote. Ele se tornava o quarto novato a abandonar a corrida no guard-rail. Correndo em sexto, o veterano Frentzen se viu pressionado por um recuperado Barrichello nas voltas finais, mas o experiente alemão usou a estreiteza de Monte Carlo para se manter na zona de pontuação. Apesar de ter sempre um carro a menos de 1s do seu a corrida inteira, David Coulthard teve a frieza para controlar seus adversários e conseguir sua segunda vitória em Mônaco, quebrando um pouco o domínio da Ferrari, que viu Schumacher subir ao pódio mais uma vez. O alemão tinha subido ao pódio em todas as corridas até então, enquanto Ralf Schumacher completava o pódio mais de um minuto atrás de Coulthard e o último na mesma volta do líder. Após toda a polêmica em Zeltweg, a F1 teve uma típica corrida em Mônaco, onde apesar de um vencedor de certa forma surpreendente, não houve muitas emoções.

Chegada:
1) Coulthard
2) M.Schumacher
3) R.Schumacher
4) Trulli
5) Fisichella
6) Frentzen

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