Quando criança eu era louco por corridas e me impressionava bastante, mesmo que a cobertura por aqui fosse muito restrita, o Mundial de Motovelocidade. O balé dos pilotos e até mesmo as quedas espetaculares me chamavam a atenção. Eram tempos de Rainey e Schwantz, muito provavelmente fazendo gostar de todos os pilotos americanos. Talvez por isso eu gostasse tanto de Nicky Hayden. Ele não tinha a magia de Valentino Rossi ou o talento dos espanhóis, mas por ser compatriota de Wayne Rainey e Kevin Schwantz, eu gostava de Hayden. E torci muito por ele quando conquistou seu único título na MotoGP em 2006.
Medíocre? Não existem, em duas ou quatro rodas, campeões mundiais medíocres. Hayden conquistou seu título usando as armas que tinha nas mãos, derrotando um monstro sagrado chamado Valentino Rossi na última etapa, onde tudo estava a favor do italiano, além de ter superado um piloto mais talentoso do que ele com a mesma moto, apesar de ser um novato, que era Daniel Pedrosa. Hayden era um batalhador, consistente e, como dizem os americanos, um nice guy.
Dói ver um piloto que vi crescer desde que foi anunciado de forma surpreendente pela Honda no final de 2002 para subir direto da MotoGP vindo do AMA Superbike, como havia acontecido com Rainey e Schwantz. Ele tinha 21 anos de idade na época, praticamente a minha idade. Mesmo não sendo mais uma criança, ainda me vejo fazendo e realizado muitas coisas e de repente um cara da sua idade falecer impressiona.
Desde que foi anunciado o seu acidente, a situação de Nicky Hayden sempre foi desesperançosa. Era uma questão de tempo e a agonia do americano não durou muito. O Kentucky Kid pode não ter sido o mais talentoso, o mais veloz, mas foi um dos caras mais legais a ser campeão mundial.
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