sábado, 27 de maio de 2017

Cheia de manias

Normalmente Mônaco não é melhor corrida para se assistir, mas não restam dúvidas que a pista monegasca tem suas particularidades e isso nos traz surpresas, como a de hoje. A pole de Kimi Raikkonen após 128 corridas faz com que a temporada 2017 conheça seu quarto poleman diferente antes mesmo da metade do ano. Mas quem poderia prever Lewis Hamilton largando apenas em 14º, que virará 13º com a punição de Button, amanhã, em condições absolutamente normais? O inglês foi definitivamente atrapalhado pela outra surpresa do dia, quando Stoffel Vandoorne estampou o guard-rail no setor das piscinas, quando o belga se preparava para colocar a claudicante McLaren entre os seis primeiros.

A classificação em Mônaco foi incrivelmente próxima no Q1, onde os dezesseis primeiros ficaram separados por menos de 1s, ficando de fora dessa turma a dupla da Sauber e os horríveis Jolyon Palmer e Lance Stroll. Se o canadense não corre perigo pela grana injetada na Williams, conta-se que Palmer pode estar fazendo sua última corrida com a Renault por motivos óbvios, pois a performance do inglês em 2017 é muito abaixo do medíocre, o mesmo acontecendo com Stroll, que tomou mais de 1s de Massa e comparado com o outro novato Ocon, que bateu no terceiro treino livre, mas voltou à pista para ir ao Q2, a situação de Lance fica ainda mais feia. Hamilton já havia dado sinais que não estava com o melhor dos acertos quando foi apenas nono no Q1, mas Lewis parecia ter um carro ainda pior no Q2 e todas as atenções se voltaram ao que o piloto da Mercedes poderia fazer com um carro problemático. Bem na sua última volta, Hamilton viu Vandoorne bater logo à sua frente, o deixando numa incômoda 14º posição.

O desempenho da McLaren foi outro capítulo interessante de hoje. Os carros laranjas andaram sempre bem, com o retornado Button andando no ritmo de Vandoorne, mas com o belga sempre à frente, mas o jovem piloto da McLaren experimentou o mesmo veneno dos outros novatos e bateu no final do Q2, quando tinha um tempo que confortavelmente o colocava no Q3, junto de Button, numa cena inédita em 2017. Porém, Button já terá que trocar de motor e uma batida como essa é imprevisível para o carro e a moral de Stoffel, que vinha tendo um ótimo final de semana. Outro que vinha andando forte era Raikkonen. O finlandês era sempre o mais rápido nas sessões da classificação, mas era esperado que Vettel pudesse roubar a posição de Kimi, mas nem o alemão, muito menos Bottas, foram capazes de superar Raikkonen, que garantiu a pole após longo inverno.

A briga pela pole foi apertada, com menos de cinco centésimos separando os três primeiros, enquanto a Red Bull acabou de fora da briga, mas com Verstappen apenas dois décimos atrás, em quarto. Carlos Sainz comemorou o sexto lugar, próximo de Ricciardo. Massa vacilou no Q2 e acabou sem tempo pela bandeira amarela causada por Vandoorne. Enquanto isso, na transmissão do Sportv, o trio dava um verdadeiro show de horrores, com erros de avaliação e históricos. Max Wilson esteve particularmente 'inspirado', com comparações históricas esdrúxulas. Comparar a Lotus/1987 com a atual Toro Rosso foi de uma ridiculosidade absurda. Senna foi gigante e não precisa que venham aumentar seus belos feitos na história da F1. Mesmo criticado, Galvão/Reginaldo fez muita falta hoje!

A corrida amanhã pode ser a procissão de sempre, mas poderá contar histórias interessantes. Com a má performance de Hamilton, Vettel poderá se preocupar apenas em marcar bons pontos, enquanto Raikkonen poderá voltar a vencer, trazendo a imprevisibilidade necessária numa boa temporada e numa pista cheia de manias. Dididiê.    

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