Numa 500 Milhas cheia de estrelas, um piloto que já foi criticado por ser desastrado acabou faturando uma prova que poderia ser trágica, pelo terrível acidente de Scott Dixon. Ninguém jamais poderá duvidar da velocidade de Takuma Sato e em 2012 ele quase venceu as 500 Milhas, após um ataque banzai em cima de Dario Franchitti na última volta, mas em 2017 Sato se aproveitou da ótima forma da Andretti e do motor Honda (pelo menos os que chegaram ao fim...) para escrever seu nome na história da famosa prova de Indiana.
Como não poderia deixar de ser, a grande estrela da corrida foi Fernando Alonso e o espanhol não decepcionou. Na primeira parte da corrida, onde os pilotos ainda estão se acomodando na preparação para a parte mais importante da prova, as famosas 50 últimas voltas, Alonso deu um show e liderou por várias voltas as 500 Milhas, mostrando o quanto é diferenciado. Não devemos esquecer que essa não era apenas sua estreia em Indianápolis, mas também a primeira vez de Alonso um oval! Quando a corrida entrou em sua fase derradeira e ninguém alivia para ninguém, Alonso foi perdendo rendimento, mas o espanhol nunca saiu do top-10 e estava em sétimo quando o motor Honda quebrou, seguindo o que já havia acontecido com Ryan Hunter-Reay e Charlie Kimball. Não deixa de ser irônico que do outro lado do Atlântico, Alonso tenha sua corrida estragada por um motor Honda, mas a exibição de Alonso em Indianápolis marcou essa edição das 500 Milhas.
Assim como marcou o gravíssimo acidente do pole Scott Dixon. Jay Howard estava dando espaço para Hunter-Reay lhe colocar uma volta e acabou saindo da linha ideal e batendo. O inglês foi para o meio da pista e Dixon o acertou em cheio. O neozelandês alçou voo e por muito pouco ele não começou a conversar com Pedro quando seu carro bateu no muro de cabeça para baixo, apenas alguns centímetros atrás do capacete de Dixon. Por incrível que pareça, Scott saiu andando do carro, mas ele comemorará o dia 28 de maio como o seu segundo nascimento, pois hoje ele escapou milagrosamente!
Como sempre ocorre em Indianápolis, a prova se definiu nas últimas voltas e com nomes, digamos, que apostadores nunca jogariam suas fichas. Max Chilton tinha boas chances de vitória e liderou algumas voltas no final, seguido por Ed Jones e Helio Castroneves. O brasileiro da Penske já tinha escapado do forte acidente de Dixon quando passou, literalmente, debaixo do carro do escocês. Resumindo, sua cota de sorte já tinha acabado, além de um carro que se comportava muito bem no trânsito, mas sofria com ar limpo. A Penske não andou bem em nenhum momento dos treinos da Indy, mas na corrida, todos os seus carros estavam no top-10, liderados por Helio. Um pequeno big-one fez com que Power e Newgarden, entre outros, saíssem da prova já nas voltas finais. A Andretti liderou com Alonso e Hunter-Reay, vítimas do motor Honda, mas ainda havia um terceiro piloto muito forte. Takuma Sato só entrou na Andretti por causa da sua relação quase umbilical com a Honda, mas o japonês sempre andou forte nos treinos e estava na briga pela vitória.
Quando a corrida ficou num mano a mano entre Castroneves e Sato, era esperado que Takuma fizesse alguma besteira, como em 2012 e o experiente Helio vencesse, mas Sato assumiu a ponta, se aproveitando do ponto fraco do carro da Penske e partiu para uma comemorada e inesperada vitória. Castroneves teve que se conformar com a segunda posição. Para quem acompanha o blog, sabe que não sou dos maiores fãs do paulista, mas é inegável o quanto Castroneves cresce em Indianápolis, porém, ele se igualar à AJ Foyt, Al Unser Sr e Rick Mears seria uma heresia para a história das 500 Milhas. Helio é grande em Indiana, mas não limpa as sapatilhas desses gigantes da história do automobilismo.
Já contando com 40 anos de idade, Takuma Sato voltou a baila dos grandes. O japonês saiu da F1 pelas portas dos fundos e parecia superado por Kamui Kobayashi, chamado de mito por muitos, mas com as mesmas características de Sato: muita velocidade e acidentes. Se na década de 1990 havia a dúvida se quem era o melhor japonês (Satoru Nakajima ou Aguri Suzuki), essa vitória nas 500 Milhas de Indianápolis coloca Sato não apenas na frente de Kobayashi como o grande piloto japonês da atualidade, como também o maior piloto nipônica da história. Traduzindo o título, Parabéns Sato!
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