domingo, 17 de junho de 2018

Competitividade para os outros, menos para mim...

Quando perguntado sobre o seu futuro na F1, Fernando Alonso desconversou e criticou a categoria. "As coisas estão muito previsíveis, há 21 corridas todos sabemos o que vai acontecer. Isso é muito triste para o esporte", reclamou o espanhol, se vestindo como o arauto da competitividade no automobilismo mundial.

Desde o ano passado Alonso colocou na cabeça que se igualaria à Graham Hill e venceria a Tríplice Coroa (Mônaco, Indianápolis e Le Mans) do automobilismo mundial. Mônaco o espanhol já tem. Ano passado ele tentou Indianápolis, faltando justamente à corrida em Monte Carlo nessa sua tentativa, que acabou mais cedo com o motor Honda quebrado. Esse ano Alonso investiu em Le Mans, correndo pela equipe oficial da Toyota. Contudo, para conseguir seu objetivo, Alonso acabou se contradizendo sobre o que fala na F1. Vejamos.

A Toyota sonha com uma vitória em Le Mans há mais de vinte anos, com várias frustrações ao longo desse tempo, com destaque para a inacreditável derrota de 2016, quando a Toyota viu seu carro líder quebrar na última volta da corrida. Os japoneses tinham como grandes rivais os alemães da Porsche e da Audi, no entanto, as montadoras tedescas foram abandonando o WEC, deixando a Toyota como única montadora investindo seriamente no Endurance. Para completar, a FIA impôs polêmicas regras para que os carros híbridos (Toyota) tivessem vantagens sobre os carros com motores convencionais, matando completamente a chance das equipes independentes de fazer a mínima frente à Toyota. O resultado foi uma luta extremamente desigual durante todas as 24 Horas de Le Mans, onde o primeiro carro não-Toyota tomava em média 4s para os carros japoneses.

Somente uma hecatombe poderia destruir o sonho da Toyota em Le Mans. E como isso não aconteceu, a Toyota resolveu escolher qual carro teria a honra de vencer pela primeira vez em Sarthe. Sem surpresas, o escolhido foi o time com Fernando Alonso ao volante (ao lado de Sebastien Buemi e Kazuki Nakajima), garantindo muita mídia em cima da histórica vitória da Toyota, fazendo Alonso ficar mais próximo da tríplice coroa. Apesar da enorme facilidade, Alonso deixou sua marca, quando pegou o volante com quase dois minutos de diferença para o seu companheiro de equipe e após seu turno, a diferença era de apenas 4s. Uma baita pilotagem para um individuo não tão acostumado com o carro e correndo pela segunda vez à noite. Alonso é mesmo especial.

Após 24 horas de uma luta desigual, a Toyota finalmente venceu em Le Mans e Fernando Alonso garantiu um retorno de mídia considerável para a corrida e para si mesmo. Com o terceiro colocado doze (!) voltas atrasado, será que Fernando Alonso irá reclamar da competitividade desse edição das 24 Horas de Le Mans? 

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