sexta-feira, 15 de junho de 2018

História: 15 anos do Grande Prêmio do Canadá de 2003

Com a vitória de Juan Pablo Montoya em Mônaco, seguido por Raikkonen e Michael Schumacher, os dois líderes do campeonato quinze anos atrás, a temporada de 2003 ganhava um contorno de uma briga à três, com os principais pilotos de Williams, Ferrari e McLaren se destacando frente aos demais. Com Ralf Schumacher, Rubens Barrichello e David Coulthard tendo feito corridas bem abaixo dos seus companheiros de equipe, a tendência era que as equipes principais jogassem ainda mais energia em seus primeiros pilotos. A vitória de Montoya nas apertadas ruas de Monte Carlo não deixava de ser uma surpresa, pois a Williams se destacava mais em circuitos de alta velocidade e como Montreal era uma pista bem mais veloz (mesmo que tecnicamente de rua) do que Monte Carlo, o colombiano se colocava como um dos favoritos quinze anos atrás.

A primeira classificação na sexta-feira foi afetada pela chuva, onde a Ferrari conseguiu a dobradinha, mas liderada por Barrichello. No sábado, com sol à pino, a Williams voltou a dar as caras fazendo dobradinha, com Ralf conseguindo mais uma pole e tentando sobreviver no campeonato. Michael ficou em terceiro, mas meio segundo mais lento do que seu irmão, mostrando que a Williams era o melhor carro desse momento em 2003. Alonso ficava em quarto com apenas um milésimo de desvantagem para a Ferrari de Schumacher, enquanto Raikkonen tem problemas e não marca tempo, tendo que largar em último e finalmente podendo perder sua liderança no campeonato.

Grid:
1) R.Schumacher (Williams) - 1:15.529
2) Montoya (Williams) - 1:15.923
3) M.Schumacher (Ferrari) - 1:16.047
4) Alonso (Renault) - 1:16.048
5) Barrichello (Ferrari) - 1:16.143
6) Webber (Jaguar) - 1:16.182
7) Panis (Toyota) - 1:16.598
8) Trulli (Renault) - 1:16.718
9) Da Matta (Toyota) - 1:16.826
10) Frentzen (Sauber) - 1:16.939

O dia 15 de junho de 2003 amanheceu nublado em Montreal e havia a expectativa que a chuva que apareceu com tanta força na sexta pudesse voltar no domingo, porém, a corrida aconteceria com pista seca. A largada aconteceu sem nenhum problemas nas apertadas duas primeiras curvas e os seis primeiros do grid mantiveram suas posições, mesmo Schumacher quase ultrapassando Montoya e Alonso não tendo largado muito bem, sendo atacado por Barrichello, que acabou tocando de leve no espanhol.

No final da primeira volta, Montoya cometeu um pequeno e decisivo erro ao rodar na última chicane, com o colombiano caindo para quarto, ficando logo à frente de Webber. O prejuízo de Montoya só não foi maior porque Barrichello, com a asa dianteira danificada, resolveu fazer sua parada, caindo para o último lugar. Imediatamente Montoya partiu para cima de Alonso e na nona volta o piloto da Williams efetuou a ultrapassagem, mas já vinha distante da briga pela ponta entre os irmãos Schumacher. Na volta 20 começou a primeira rodada de paradas e quando Michael parou uma volta depois de Ralf, ele emergiu na frente do seu irmão mais novo, enquanto Montoya e Alonso, que foi o último a parar, fizeram suas paradas normalmente. Raikkonen resolveu largar dos pits e com o tanque cheio até a tampa, faria uma única parada, subindo para o quinto lugar, mas o finlandês teve um problema no pneu traseiro direito e por isso, teve que antecipar sua parada. Se houve alguma dose de sorte para Raikkonen, foi que esse problema aconteceu um pouco antes da entrada dos boxes e Kimi não perdeu tanto tempo.

A segunda rodada de paradas aconteceu sem mudanças entre os líderes, mas alguns problemas se tornaram bem visíveis entre os pilotos da frente. Ao frear, era claro um pó negro saindo dos freios de Michael Schumacher, deixando claro que o alemão estava com um problema nos freios, item dos mais exigidos em Montreal. Enquanto isso, os dois carros da Williams viam os retrovisores dos seus carros se despregarem, com certeza tirando a concentração de Ralf e Montoya. Imediatamente Michael diminui seu ritmo, permitindo a aproximação de Ralf, que pela velocidade que chegou na traseira do seu irmão, iria ultrapassar. Porém, mais uma vez Ralf mostrou porque nunca foi campeão, não fazendo mais do que acompanhar o seu irmão de forma burocrática, enquanto Michael tinha claramente problemas. Isso fez com que Montoya também se aproximasse, mas o colombiano diria mais tarde que por causa de sua corrida de recuperação após sua rodada no começo da corrida, ele estava com os freios superaquecidos, principalmente quando chegou em Ralf, que fazia uma corrida irritante, se segurando quando tinha totais condições de atacar Michael. Com os três primeiros embolados na frente, Alonso marcou a volta mais rápida da corrida e se aproximou dos líderes. As últimas voltas foram tensas, mas nada aconteceu e Michael Schumacher venceu pela quarta vez em 2003, assumindo a liderança do campeonato pela primeira vez na temporada. Rubens Barrichello fez uma corrida anônima para ser quinto, enquanto Raikkonen fez uma boa corrida de recuperação para ser sexto, mas perdia a liderança do campeonato. Webber e Panis completaram a zona de pontuação, com o francês aproveitando o tardio abandono de Cristiano da Matta para ser oitavo. A imagem dos quatro primeiros colocados recebendo a bandeirada deu a falsa sensação de uma corrida emocionante, mas como havia acontecido em Mônaco, a corrida não teve ultrapassagens. E como em 2018, Michael Schumacher não teve do que reclamar.

Chegada:
1) M.Schumacher
2) R.Schumacher
3) Montoya
4) Alonso
5) Barrichello
6) Raikkonen
7) Webber
8) Panis

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