domingo, 22 de setembro de 2019

Com regulamento debaixo do braço

A situação de Josef Newgarden na última corrida em Laguna Seca era extremamente cômoda. Bastava um quarto lugar para o piloto da Penske ser bicampeão independente de qualquer outro resultado dos seus rivais, Alexander Rossi e Simon Pagenaud. Porém, desde os primeiros treinos havia um piloto que não estava na briga pelo título que despontava em Laguna Seca. Seguindo a tradição familiar de sempre andar bem no famoso circuito californiano, Colton Herta deu um show em Monterrey e após sair na pole, dominou a corrida até receber a bandeirada em primeiro, conseguindo a sua segunda vitória na temporada e se garantir como um dos destaques do ano.

A corrida em Laguna Seca foi tensa como toda decisão de título, mas com Herta dando uma mão involuntária para Newgarden, que tirando a classificação, nunca andou bem nesse final de semana. Para Rossi e Pagenaud, uma vitória era primordial para pensar em título, enquanto que para Scott Dixon, só um milagre salvaria. Bastava Newgarden largar para que as chances de Dixon acabassem. Os quatro pilotos com chances de título largavam nas três primeiras filas, mas logo percebeu-se que Newgarden e Rossi não tinham bom ritmo para vencer a prova, o que fez o piloto da Penske marcar o compatriota a corrida inteira.

Pagenaud tinha uma sobra e tentou a vitória. Herta passou o primeiro stint pressionado por Dixon, numa luta de gerações. No final da primeira parada, Pagenaud assumiu a terceira posição e partiu para cima de Dixon, mas o neozelandês, já com a briga pelo título descartada, segurava o francês. O terceiro Penske de Will Power fazia uma corrida de espera, sempre alongando seus stint e na última parada o australiano deu o bote para subir para segundo e ser ele a perseguir Herta. Mostrando que não treme quando tem um medalhão atrás de si, Colton não cometeu erros até a bandeirada, garantindo mais uma vitória e demonstrando que ele é mesmo o futuro da Indy.

Mais atrás, Josef Newgarden fazia uma corrida totalmente na defensiva, correndo unicamente com o campeonato em mente. O americano não se meteu em nenhuma briga desnecessária e quando percebeu que Rossi não poderia fazer muita coisa à sua frente, além de ter sido informado que Pagenaud estava preso na terceira colocação, Newgarden diminuiu o ritmo, deixou ser ultrapassado por Bourdais para garantir o bicampeonato com um oitavo lugar. Não foi a corrida mais brilhante da carreira de Josef Newgarden, mas o americano foi o piloto mais regular do ano e com quatro vitórias, foi o maior vencedor de 2019. Pagenaud ainda garantiu o vice-campeonato, coroando um ano completamente irregular, saindo de um mês consagrador em Indianápolis com corridas opacas. Power só acordou no final do campeonato e não pode fazer nada além de um quinto lugar.

Já não é de hoje que Scott Dixon vem levando a Ganassi nas costas e dá para afirmar que os dois últimos títulos de Scott entrou na conta da genialidade do neozelandês. Em outro ano ruim da Ganassi, Dixon ainda conseguiu vitórias, mas quebras incomuns deixou o pentacampeão da Indy com chances remotíssimas na última etapa e isso já foi um feito. Pelo menos Dixon está melhor acompanhado com Felix Rosenqvist, que fez uma ótima segunda metade de temporada e pode ajudar Dixon em reconstruir a Ganassi. Rossi foi outro que correu sozinho dentro da equipe. A Andretti tem quatro carros, mas realisticamente só pode contar com Rossi e Hunter-Reay, sendo que o veterano já deve uma temporada boa com a equipe faz tempo. Zach Veach é muito fraco e Marco Andretti só está na equipe pelo sobrenome. Rossi conseguiu colocar a Andretti no primeiro pelotão o ano inteiro e foi o grande antagonista de Newgarden, mostrando que os pilotos americanos hoje dominam a Indy. Para 2020 Rossi terá a companhia de Herta, que foi efetivado na equipe Andretti e melhorará muito a qualidade da equipe, podendo auxilia-lo na luta pelo título. Ou como falou Herta hoje: ele mesmo brigar pelo título.

O Brasil foi representado pelo veteraníssimo Tony Kanaan e o jovem Matheus Leist, mas ambos foram bastante prejudicados pela ruindade da equipe Foyt, que não representa em nada a grandeza de A.J. Foyt. A temporada da Foyt foi tão ruim que a equipe perdeu seu tradicional patrocinador e a temporada de 2020 está em risco tanto para a equipe, como para os pilotos, que pouco fizeram.

E dessa forma a Indy encerra mais uma temporada coroando um piloto ainda jovem, mas de muito talento e que está numa grande equipe. Newgarden tanto pode ser muito regular, como também é agressivo quando necessita. Tendo uma joia em suas mãos, Roger Penske ainda terá muitos anos de vitórias na Indy pela frente.

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