Muitas vezes vamos às férias para um merecido descanso, onde não pensamos muito em trabalho ou em se cansar. Porém, na F1 isso é muito diferente e mesmo com as equipes sendo fechadas por regulamento, muito trabalho ainda é feito nos bastidores, longe dos olhos da FIA. O que a Ferrari andou fazendo nas três semanas de folga é pouco sabido, mas a realidade é que os italianos retornaram das férias como uma nova equipe, principalmente com o seu novo darling Charles Leclerc. O monegasco conseguiu sua quarta pole consecutiva em Sochi com uma boa vantagem sobre Hamilton, que estragou um pouco a festa ferrarista.
A classificação na Rússia foi de poucas surpresas, principalmente por causa dos pilotos ligados à Red Bull. Correndo em casa, Kvyat nem treinou por causa da punição que o fará largar na última posição amanhã, onde terá ao lado Alexander Albon, que não se encontrou na pista russa e acabou batendo enquanto ainda procurava uma volta realmente rápida no Q1. A má posição de largada do tailandês é mais um capítulo dos constantes erros de avaliação de Helmut Marko no programa de jovens pilotos da Red Bull, o que está se tornando um drama para a empresa austríaca, que hoje se sustenta unicamente em Verstappen. Também punido, mas com apenas cinco posições, Verstappen não pode lutar com as Ferraris. Dominando todo o final de semana, principalmente com Leclerc, os italianos não desperdiçaram a chance hoje. Leclerc não deu chances a ninguém e conseguiu a pole com quatro décimos de vantagem para Hamilton. Vindo de uma bela vitória, Vettel cometeu vários pequenos erros e no fim foi superado por Hamilton. A Mercedes largará com pneus médios amanhã e provavelmente Lewis apostará nisso para enfrentar a enorme potência da Ferrari, além do ótimo ritmo de corrida da Mercedes.
Sainz ficou como o melhor da F1B num dia em que McLaren e Renault brigaram pelo posto de melhor do resto. Parceiras até 2020, McLaren e Renault se divorciarão e os ingleses retornarão para a antiga parceria com a Mercedes, num ousado movimento para definitivamente voltar ao pelotão da frente. Para brigar pelo título, uma equipe tem que estar ligada a uma montadora, com raras exceções nos últimos 35 anos. A McLaren tentará acabar com esse tabu desde 2009 (quando a Brawn foi campeã usando um motor cliente da Mercedes), mas será que a Mercedes aceitará fogo amigo?
Essa preocupação Toto Wolff só terá em 2021. No momento o dirigente austríaco tem que se preocupar com a ótima volta de férias da Ferrari, que tentará a quarta vitória consecutiva, mas ninguém pode subestimar a força da Mercedes, a genialidade de Hamilton e a perspectiva de chuva para amanhã.
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