Quando Lewis Hamilton conseguiu uma pole extremamente fácil, todos já pareciam se conformar de uma corrida sem muitas emoções com uma vitória do inglês da Mercedes de forma tranquila, porém, como diria Juan Manuel Fangio, 'carreras son carreras'. A corrida realmente não foi nada emocionante (principalmente para alguém que tomou anti-alérgico na noite anterior...), mas a vitória não foi de Hamilton, que errou na largada e Nico Rosberg fez dele o que se esperava: capitalizou o erro do companheiro de equipe e venceu em Monza. A Ferrari fez seu papel em ser a segunda força e ficar logo atrás dos dois carros da Mercedes, enquanto a única briga real de posição ocorreu pelo quinto posto, em batalha vencida por Ricciardo, em cima de Bottas.
A corrida inteira pode ser resumida na largada e o péssimo arranque de Hamilton. O inglês saiu tão mal que bem antes da primeira chicane, já aparecia em quinto e ainda foi ultrapassado por Ricciardo na primeira freada, caindo para sexto. Rosberg barrou os ataques de Vettel, que fez uma ótima largada e ao contornar a primeira curva na frente, sabia que tinha andado 90% do caminho para vencer pela sétima vez no ano. Nico não foi incomodado em nenhum momento e fez sua corrida de forma tranquila até receber a bandeirada pela sétima vez na frente em 2016. Sem ter o mesmo talento de Hamilton, tudo o que Rosberg precisa é capitalizar esses pequenos erros de Hamilton. E vencer, que é a obrigação dos pilotos da Mercedes nesse ano. O time alemão atingiu um grau tão alto de excelência, que não apenas tem o melhor carro e motor, como também tem a melhor turma de estrategistas. Para quem não recorda, quando a Williams dominou a F1 em meados dos anos 1990, não foram poucas as vezes em que a tática estragou a corridas dos pilotos da Williams, dando valiosas chances que Michael Schumacher e seu talento. Hamilton ganhou as posições de Ricciardo e Bottas na pista, sem muitos problemas, e já no rádio a Mercedes avisava que o segundo lugar viria devido à estratégia. Com o melhor carro do ano, Hamilton nem precisou encostar nas Ferraris para derrota-las e completar mais uma dobradinha prateada em 2016, mas Lewis também viu Nico Rosberg ficar apenas dois pontos atrás no campeonato, com o alemão se tornando o maior vitorioso da temporada.
O novo motor fez bem à Ferrari, que lhe garantiu no posto de segunda força em Monza com enorme vantagem para a Red Bull, com quem briga pelo segundo lugar no Mundial de Construtores. Porém, Vettel e Raikkonen tiveram corridas solitárias, onde mal apareceram na TV, pois normalmente os carros vermelhos estavam longe dos carros à frente e com uma diferença considerável para quem vinha atrás. E quem vinha atrás na maior parte do tempo foi Bottas, que aproveitou a força do motor Mercedes para conseguir o melhor resultado da Williams em muito tempo, mas como falado anteriormente, uma equipe não necessita apenas de bons carros, motores, pneus e pilotos. Precisa também de uma boa equipe de estrategistas e a Williams tem falhado nisso de forma crônica há décadas. Mesmo tendo a seu dispor o motor Mercedes, Bottas não teve como se defender de Ricciardo nas voltas finais e foi ultrapassado pelo australiano, mesmo o piloto da Red Bull sofrendo com a déficit de potência do motor Renault. Esse resultado deixa Daniel cada vez mais consolidado em terceiro lugar no Mundial de Pilotos, já que os pilotos da Ferrari já tiveram problemas aos montes durante o ano. Envolvido em várias polêmicas após a corrida em Spa, Max Verstappen fez outra corrida ruim após uma largada tão ruim ou pior do que a de Hamilton, mas o holandês ainda conseguiu ser sétimo, ultrapassando Sérgio Pérez nas voltas finais. A Williams superou a Force India, mas Massa ainda terminou bem atrás de Pérez, mas ainda superou Hulkenberg. Felipe Massa sabe que não está fazendo uma temporada que chame atenção de outras equipes competitivas e a aposentadoria veio na hora correta.
O mesmo pode-se dizer de Button, que largou mal, mas numa corrida digna do inglês, subiu para 11º, superando um cada vez mais frustrado Fernando Alonso, que chegou a dar risadas de sua equipe. Muito se fala que Button poderia voltar à F1 em 2018 no lugar de Alonso. Acho difícil o inglês retornar, mas acho bem fácil o espanhol abandonar sua bela carreira por baixo. No final desse ano, completará dez anos desde o último título de Alonso, numa carreira marcada pelas trocas de equipe na hora errada. Já pensou se a McLaren melhora e briga por vitórias quando Alonso sair? Aí, será a vez da McLaren rir ironicamente do destino. Usando o motor novo da Ferrari, a Haas fez uma corrida consistente para um time novato e que parou o desenvolvimento deste ano faz tempo. Grosjean largou bem, chegou a andar em quinto, mas acabou atrás de Button, enquanto Gutierrez acabou errando na largada e mais uma vez ficou fora dos pontos. Com o motor Ferrari 2015, a Toro Rosso começa a sofrer com a falta de potência e se Carlos Sainz brigava por pontos sempre na primeira metade da temporada, agora o espanhol passa longe disso. E o que dizer de Kvyat? O russo faz uma temporada medonha e já se fala que Kvyat terá a proeza de ser dispensado de duas equipes em menos de um ano! A Sauber fez a corrida medíocre de sempre, com Nasr se envolvendo num acidente polêmico com seu velho rival Jolyon Palmer ainda no comecinho da corrida. Ruim para ambos.
A corrida no templo de Monza deixou muito a desejar, com a vitória de Nico Rosberg definida na largada e sem maiores contestações nas posições seguintes. Hamilton largou mal, mas não teve trabalho para subir ao segundo lugar, mas o campeonato se aperta na medida em que Nico Rosberg se mostra capaz de aproveitar qualquer erro de Hamilton para vence-lo. Mesmo não sendo uma briga empolgante, graças a diferença técnica entre os dois pilotos da Mercedes em favor de Hamilton, o campeonato sai da Europa pegando fogo com essa reviravolta em Monza.
E o Brasil cada vez mais tendo a realidade de não ter representante algum na Temporada 2017 da F1,pois Nasr não está fazendo por merecer sua permanência.
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