domingo, 4 de setembro de 2016

Sete

Apesar da MotoGP estar numa fase esplendorosa faz algum tempo, o campeonato era dominado por três ou quatro pilotos, com eles dividindo todas as vitórias. O quarteto já teve Rossi, Lorenzo, Pedrosa e Stoner, mas com a aposentadoria do australiano, esse lugar foi ocupado de forma muito competente por Marc Márquez. Esse ano virou três com a queda de rendimento de Pedrosa. Entre 2013 e 2015, esses quatro pilotos venceram praticamente todas as corridas, não dando chance e nenhum outro se meter na briga pela vitória, mas Rossi, Lorenzo, Márquez e Pedrosa travavam brigas de altíssimo nível e era o grande chamariz para as corridas.

Porém, a temporada 2016 vem se mostrando um ponto fora da curva, mas nem por isso menos emocionante. Silverstone é a sétima corrida consecutiva com um vencedor diferente, muitas vez com surpresas enormes, principalmente com a grande quantidade de corridas debaixo de chuva nesse período. No sábado, choveu muito em Silverstone e o grid ficou embaralhado, com Cal Cruthlow aproveitando sua ótima fase para garantir sua primeira pole na MotoGP, com Eugene Laverty conseguindo ótimas posições também. Maverick Viñales sempre andou entre os primeiros com sua Suzuki, mas o talentoso espanhol já tinha conseguido isso antes durante a temporada e não foi muito diferente em Silverstone. Porém, mesmo muito nublado, a corrida aconteceria com piso seco. Era a chance que os três pilotos principais da MotoGP voltassem à normalidade e voltassem a dominar, certo? Felizmente, errado!

A corrida em Silverstone foi espetacular e com um vencedor diferente pela sétima corrida consecutiva. Maverick Viñales largou bem com sua Suzuki e numa corrida de gente grande, dominou a prova a seu bel prazer, dando a primeira vitória à Suzuki em nove anos. Mas se em Le Mans/07 o australiano Chris Vermeulen (e seu inseparável chapéu do Sr Madruga) se aproveitou da chuva, a vitória de Viñales aconteceu com tempo seco e sem nenhum grande problema com os demais pilotos, fora o enorme susto que trouxe uma bandeira vermelha na primeira volta, num grave acidente envolvendo Pol Espargaró e Loris Baz, felizmente sem nenhum ferimento grave para ambos. Viñales simplesmente tomou a ponta e não foi mais visto, dando um claro aviso para os demais pilotos em 2017: equipado com a Yamaha, Maverick virá com tudo, podendo se meter entre os quatro grandes, principalmente se Lorenzo continuar nessa draga. O espanhol da Yamaha teve outra corrida abaixo da crítica e estou bastante curioso da desculpa que Lorenzo dará para a sua apagada oitava posição...

Se Viñales dominou na frente, a briga pelo segundo lugar foi de tirar o fôlego! Vários pilotos ocuparam a posição, mas foi Cal Cruthlow, para alegria da torcida inglesa, que se sobressaiu frente Rossi e Márquez para terminar em muito comemorado segundo lugar. Essa posição poderia muito bem ter sido de Andrea Iannone, mas o italiano da Ducati dá demonstrações quinzenais do porquê a fábrica de Bolonha ter preferido Doviziozo para 2017. Iannone tem a velocidade, mas Dovi termina as corridas. Rossi e Márquez protagonizaram outra disputa dura de posição, que lembrou um pouco Sepang no ano passado, mas se inicialmente Márquez foi o vencedor da batalha, acabou perdendo a guerra quando se empolgou no ataque à Cruthlow, saiu da pista e perdeu várias posições, ainda tendo tempo de chegar em quarto, ultrapassando a múmia Daniel Pedrosa. 

Com uma marca vencendo depois de nove anos, com seu piloto vencendo pela primeira vez e um piloto de equipe satélite em segundo com piso seco, a MotoGP mostra que suas corridas continuam ótimas, mas com mais do que quatro protagonistas disputando a vitória. 

Um comentário:

  1. Tenho algumas opções de qual será a desculpa do Lorenzo:

    a)chuva nos treinos de ontem e no warm-up
    b)pneus
    c)viseira do capacete embaçado(mesmo trocando de marca...)
    d)sabotagem da Yamaha,já que está partindo pra Ducati em 2017...
    e) alguma maçaroca que o reclamão estará por inventar,já que o estoque de desculpas anda bem escasso...
    f) todas as alternativas anteriores
    g) nenhuma delas,Lorenzo terá um segundo de humildade e reconhecerá que não está mesmo guiando bem.

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