segunda-feira, 30 de abril de 2018

Figura(AZE): Charles Leclerc

Quando Bruno Senna e Lucas di Grassi estrearam na F1 pelas nanicas Hispania e Virgin respectivamente, para defender os dois novatos quando ambos fechavam o grid, a imprensa sempre dizia que as demais equipes estavam vendo o trabalho deles, mesmo que os resultados não aparecessem. Bruno ainda ficou na F1 por causa dos patrocinadores que o seu sobrenome trazia, enquanto Di Grassi saiu da F1 pelas portas dos fundos e tenta convencer (sem sucesso) que está dando a volta por cima na totalmente sem graça F-E. Ao contrário do que essa parte da imprensa apregoa, a F1 olha muito, sim, o resultado de um piloto novato. As equipes observam principalmente se um piloto novato está fazendo algo acima do potencial que o carro lhe dá. Alexander Wurz, por exemplo, conseguiu um pódio logo em sua terceira corrida na F1 e isso lhe garantiu dez anos na F1 sem muito brilho. Ali, o espigado austríaco fez seu nome na F1. O mesmo fez Alonso quando esteve na Minardi e o saudoso Jules Bianchi na época da Marussia/Manor. Eles fizeram o diferente com um carro ruim. Correram acima das expectativas do que seus carros poderiam lhes dar e por isso, marcaram seus nomes como pilotos diferenciados, mesmo ainda novatos. Em Baku, o monegasco Charles Leclerc fez algo no gênero. Tendo sido campeão da F2 em 2017 com ampla vantagem, Leclerc, protegido pela Ferrari, chegou à F1 com a fama de próxima joia do grid da F1. Porém, Leclerc teria que mostrar isso na Sauber, há dois anos dona do pior carro da F1. As primeiras corridas do novato não foram nada promissoras, ficando atrás até mesmo do seu fraco companheiro de equipe Marcus Ericsson. No entanto, Leclerc mostrou seu cartão de visitas em Baku. Num circuito técnico e difícil, o monegasco mostrou que quando o talento tem que aparecer, ele faz o diferente. Correndo com um carro ruim num circuito complicado, Leclerc superou com alguma margem seu insignificante companheiro de equipe e na corrida, o novato fez ainda mais. Com uma ótima largada, Charles se colocou no top-10 e sem perder posições, foi sobrevivendo às armadilhas de Baku e na última relargada estava num excepcional quinto lugar, sendo ultrapassado nas voltas finais por Carlos Sainz. O sexto lugar da Sauber é o melhor resultado da equipe em três anos e logo na sua quarta corrida de F1, Charles Leclerc mostrou que é mesmo um piloto diferenciado para o futuro.

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