Antigamente se falava que a temporada da F1 realmente começava quando o calendário chegava à Europa, o berço da categoria. Voltando um pouco no tempo, haviam uma corrida na Austrália, um ou duas na América do Sul e depois o circo da F1 aportava na Europa, normalmente em Ímola. Se as duas ou três primeiras corridas tinham servido de termômetro, chegava o momento de fazer as correções quando as equipes chegavam de longas viagens e se aproximavam das suas fábricas. Era nesse momento que as mudanças ocorriam nas forças da F1. Com a grande expansão promovida por Bernie Ecclestone, antes de se chegar à Europa há várias provas na Ásia e esse axioma caiu um pouco em desuso. Até mesmo a primeira corrida na Europa mudou um pouco com essa expansão, com a etapa inaugural da Europa sendo no Azerbaijão em 2018. Porém, houveram algumas mudanças depois das três corridas na Oceania e na Ásia.
Quando Hamilton conseguiu uma pole arrebatadora em Melbourne, temia-se que a F1 voltaria aos tempos em que a Mercedes dominaria a F1 com facilidade e com Valtteri Bottas estando longe de fazer ombros ao inglês como fazia Nico Rosberg, temeu-se pela temporada 2018. Três corridas se passaram e a Mercedes não apenas ainda não venceu uma corrida, como a Ferrari passou a ter a primazia na briga pelo primeiro lugar, que hoje não é mais bi, mas tripolar, incluindo aí a Red Bull.
A classificação de hoje em Baku mostrou outras pequenas mudanças ao longo do pelotão. Muito por causa da enorme zona de aceleração de quase dois quilômetros, duas equipes equipadas com motor Mercedes, que estavam decepcionando até agora, voltaram à baila: Force India e Williams. O time cor de rosa não apenas colocou seus dois carros no Q3 com alguma facilidade, como Ocon chegou a andar no mesmo ritmo da Red Bull, demonstrando que o motor Renault está isolada como a terceira força no ranking de motores. A claudicante Williams esteve perto de um feito ainda maior, quando quase colocou um dos seus carros no Q3, com Stroll e Sirotkin sendo os primeiros fora do Q2, ficando um décimo de segundo atrás do décimo colocado Ricciardo, na melhor apresentação da equipe em 2018 até agora. Chama a atenção a forma como Sirotkin supera Stroll, mesmo sendo um novato. Alonso continuou seu sofrimento com a McLaren ainda não se encontrando na classificação, inclusive com Vandoorne ficando no Q1. A Toro Rosso novamente teve um incidente com seus dois pilotos, sendo que desta vez poderia ter ocasionado um acidente grave, quando Hartley furou o pneu e quase foi atingido por Gasly, num incidente em que o francês passou muito perto do companheiro de equipe em alta velocidade no que poderia ser um acidente gravíssimo!
O Q3 foi dominado pelas três equipes top da F1, com leve soberania ferrarista, que só não completou a primeira fila do grid por causa dos erros de Raikkonen, principalmente na curva 16. Vettel ficou com a pole com alguma folga sobre Hamilton e Bottas, com a dupla da Red Bull logo atrás. Apesar da desvantagem com relação ao motor, a Red Bull sempre apresenta um ritmo de corrida melhor, no que pode atrapalhar a Mercedes na sua nova posição de caçadora. A Ferrari hoje é a caça. Voltando dois meses no tempo, as coisas mudaram bastante na F1.
Nenhum comentário:
Postar um comentário