Foram três anos normalmente ocupando a parte de baixo dessa coluna. Eram corridas medíocres em cima de um motor que não exibia uma potência digna de um motor de ponta da F1, além de ser frágil como uma lâmpada incandescente de 60W. Foram anos de vexames e desculpas que não convinha para uma marca como a Honda. A promissora parceria com a McLaren foi entrando para a história da F1 como um dos maiores vexames da história da categoria com duas marcas icônicas não se entendendo. Para completar, Fernando Alonso foi contratado para ser o diferencial da parceria, mas o espanhol só fazia jogar gasolina numa fogueira que só ardia mais e mais. A Honda precisou engolir o orgulho de ser dispensada pela McLaren por absoluta falta de resultados, para não dizer competência. Porém, os japoneses gostam de ser desafiados, ainda mais com tanta adversidade. A Honda saiu de uma equipe de ponta para um time filial, que normalmente fecha os grid, a Toro Rosso. Os nipônicos não se abateram e conseguiram finalmente aprender com todos os erros e vexames passados. O motor híbrido da Honda finalmente passou sem maiores problemas da pré-temporada. Praticamente não houve quebras, enquanto nos anos anteriores o que mais se via era a Honda acumulando uma quilometragem ridícula antes de começar a temporada. 2018 não começou de forma promissora. Ainda faltava potência e um dos motores quebrou na Austrália. Parecia que o pesadelo dos últimos três anos continuaria. Sakhir é um circuito onde a potência é muito mais importante do que Melbourne. Potência que tanto falta ao motor japonês, mas as coisas seriam bem diferentes desta vez. Cantera da Red Bull, a Toro Rosso tem o jovem Pierre Gasly como um dos pilotos e o francês andou forte em todo o final de semana. Conseguiu um excelente quinto lugar no grid. Mas e na corrida? Não era a primeira vez que um motor Honda largava numa posição boa e era engolido pelos rivais durante a prova. Gasly lutou com Ricciardo, mas logo passou a ser atacado por Magnussen, que tinha lhe empurrando um potente motor Ferrari. Nos anos anteriores Gasly seria uma presa fácil, mas o piloto da Toro Rosso segurou Magnussen na reta e aos poucos, com o motor Honda, foi abrindo vantagem, se colocando como o melhor do segundo pelotão. Ricciardo e Raikkonen abandonaram. Apesar de ser superado por Hamilton, Pierre Gasly levou seu carro até o final rumo a um quarto lugar consagrador. A Honda conseguia sua melhor posição nessa era dos motores híbridos. E os dois carros chegaram ao final da prova sem abandonos ou serem engolidos pelos rivais mais potentes. Para aumentar o orgulho da Honda, ficaram na frente da McLaren de Alonso.
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