sexta-feira, 10 de julho de 2015

História: 10 anos do Grande Prêmio da Inglaterra de 2005

Um dia antes dos primeiros treinos livres para o Grande Prêmio da Inglaterra de 2005, uma série de atentados em Londres abalaram o mundo inteiro. Vários mortos e feridos eram contados na capital inglesa, que um dia antes comemorou a escolha de Londres como sede das Olimpíadas de 2012, enquanto que em Silverstone, a F1 se preparava para a corrida mais tensa desde o 11 de setembro, com um importante diferencial. Se em 2001 a tragédia aconteceu milhares de quilômetros de distância do local da próxima corrida, em 2005 o fato ocorria não apenas no mesmo país da tragédia, como agora estava a alguns quilômetros do epicentro do problema. Mas o show deveria continuar, com McLaren e Renault chegando como favoritas absolutas para vencerem na Inglaterra, com destaque para a McLaren, que além de correr em casa, tinha feito ótimos testes em Silverstone dias antes.

Porém, na classificação, Alonso conseguiu uma volta espetacular e superou em três centésimos Kimi Raikkonen, mas o finlandês novamente teve uma quebra de motor nos treinos livres e por isso, foi penalizado em dez posições, caindo para 12º lugar no grid de domingo. Quem assumiu o lugar na primeira fila foi Jenson Button da BAR, com Juan Pablo Montoya, agora utilizando a nova versão do motor Mercedes, subindo para terceiro. Mesmo com apenas sete dias separando as corridas na França e na Inglaterra, Ferrari ainda teve tempo para fazer um teste em Monza para melhorar sua pobre performance em 2005, mas ainda assim seus carros ficaram 1s atrás de Renault e McLaren.

Grid:
1) Alonso (Renault) - 1:19.905
2) Button (BAR) - 1:20.207
3) Montoya (McLaren) - 1:20.382
4) Trulli (Toyota) - 1:20.459
5) Barrichello (Ferrari) - 1:20.906
6) Fisichella (Renault) - 1:21.010
7) Sato (BAR) - 1:21.114
8) R.Schumacher (Toyota) - 1:21.191
9) M.Schumacher (Ferrari) - 1:21.275
10) Villeneuve (Sauber) - 1:21.352

O dia 10 de julho de 2005 amanheceu com muito calor em Silverstone, com a temperatura superando os 30ºC. Algo bastante incomum para aqueles lados e isso seria uma grande preocupação para as equipes, pois se Silverstone já maltrata bem os pneus em condições normais por causa das curvas rápidas, com o asfalto batendo nos 45ºC, o cuidado dos pilotos teria que ser redobrado. No apagar das luzes vermelhas, Alonso saiu sem problemas e manteve a ponta, enquanto que Button não teve uma largada tão boa e foi ultrapassado Montoya, mas o inglês não vendeu a posição barato, correndo lado a lado com o colombiano nas primeiras curvas, mas Montoya manteve a segunda posição. Barrichello também largou bem e sobiu para quarto, enquanto Raikkonen ganhava quatro posições, subindo para oitavo. Pior sorte teve Takuma Sato. O japonês ficou parado na reta dos boxes, um pouco antes do local de largada e com os comissários tendo dificuldades em tirar o japonês do lugar, o safety-car foi à pista. Soube-se depois que Sato apertou o botão errado no procedimento de largada...

Quando a pista foi liberada, Alonso e Montoya rapidamente se distanciaram de Button e Barrichello, enquanto Trulli iniciava um pelotão de vários carros até o oitavo colocado, que era exatamente Raikkonen. O finlandês tinha nitidamente um carro mais rápido do que Michael Schumacher à sua frente, mas não conseguia realizar a ultrapassagem. A corrida fica estática, não havendo ultrapassagens. Será que o DRS poderia ajudar? Acho bem provável... Mas como a asa móvel só apareceria anos mais tarde, a corrida fica bastante insossa e somente os pit-stops poderiam mudar o status quo. Numa estratégia de três paradas, Rubens Barrichello foi o primeiro dos líderes a fazer sua parada na volta 18, enquanto Button e Trulli entraram nos pits algumas voltas depois. Montoya fez sua parada na volta 22, enquanto Alonso foi aos pits na volta seguinte. O espanhol saiu do pit-lane praticamente ao lado de Montoya, mas o colombiano estava mais embalado e 'ganhou' a posição. Ainda pendentes em fazer suas paradas, Fisichella e Raikkonen retardaram seus pits, com Kimi chegando a ultrapassar Alonso na pista, mas o espanhol, sabiamente, fez questão de não perder muito tempo numa briga com Raikkonen e praticamente deixou o finlandês passar. Com a primeira rodada de paradas completa, o pelotão estava bem modificado, com Montoya na frente de Alonso, Fisichella subindo para terceiro e Raikkonen para sexto.

A segunda parte da corrida confirmou o favoritismo da McLaren, que tinha os carros mais rápidos da pista e rapidamente Montoya abriu 5s de frente para Alonso, enquanto Raikkonen estava colado em Button, mas não conseguia a ultrapassagem (DRS?). A corrida seria definida na segunda rodada de paradas e dos líderes, Montoya foi o primeiro a fazer seu pit-stop final. Com pista livre, Alonso tinha a chance de fazer voltas rápidas e descontar a diferença para o colombiano, mas o espanhol acabou se atrapalhando com tráfego, especialmente com Trulli. Com isso, Alonso voltou à pista bem atrás de Montoya e o dia não era mesmo da Renault. Raikkonen aproveitou a pista livre para se livrar de todos os carros mais lentos que o atrapalhou mais cedo e estava em quarto lugar virtual. Fisichella, como na primeira rodada de paradas, foi o último a visitar os pits dos líderes, mas o italiano acaba deixando o seu carro morrer no se pit-stop e com isso, Raikkonen subiu para terceiro, com o italiano da Renault tendo que se conformar com o quarto lugar.

Alonso saiu da segunda parada próximo de Montoya e ensaiou um ataque em cima do colombiano, mas nas voltas finais Alonso percebeu que não tinha muito o que atacar e com Raikkonen atrás dele, os oito pontos do segundo lugar seriam importantíssimos para o campeonato. Já conhecido como o Iceman, a brincadeira passou a ser que a parte do corpo mais fria de Raikkonen era o pé, pois em duas corridas consecutivas em que era o mais rápido, o finlandês da McLaren acabou atrapalhado por problemas mecânicos e largou em posições intermediárias. Com a McLaren tão forte em Silverstone, o segundo lugar de Alonso foi bastante comemorado pelo espanhol, mas Raikkonen não deixava Alonso escapar no campeonato. Porém, quem comemorou no triste Grande Prêmio da Inglaterra foi Juan Pablo Montoya, no que era a primeira vitória do colombiano pela McLaren.

Chegada:
1) Montoya
2) Alonso
3) Raikkonen
4) Fisichella
5) Button
6) M.Schumacher
7) Barrichello
8) R.Schumacher 

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